

Na Terra da Poesia
Por Machado Freire
Uma história vivida pelos boêmios e amantes dos velhos carnavais da Terra da Poesia, como é conhecido São José do Egito, tem tudo para ser preservada por muitos anos. Tudo porque um grupo de amigos resolveu lutar nos últimos três anos para manter de pé o velho bloco Boi de Severo, criado há mais 70 anos por um mecânico que veio de Crato (CE) e foi acolhido por Zé Melé, também forasteiro, com origem no Rio Grande Norte.
Melé , tido como uma figura folclórica também buscou apoio para o amigo junto ao mecânico conhecido por Zé Leite da Oficina, onde o cearense fazia bico para complementar a renda obtida nos serviços como graxeiro ambulante nos postos de gasolina da cidade.
Conta-se que, certa vez, Severo teve um sonho (carnavalesco) onde alguém lhe fez uma recomendação (recebida como uma ordem) para ele fazer um boi para brincar o Carnaval . “Você vai fazer um boi de madeira para animar os foliões egipcienses!”
Como numa lenda, comenta-se que o Boi de Severo teria que ser morto, mas sobrevivia apenas com um sopro no ouvido por um de seus defensores: Piu, ô Piu, não mate o boi que o boi não foi feito pra matar”.
Dai, surgiu uma marchinha composta pelo poeta Mano Flor, que logo caiu na boca do povo: ” Socorro, Celeste dos Anjos, não deixe o frevo cair, segura o passo e caí no frevo que o bloco de Severo vem ai”.
No próximo sábado (15), o Bloco Boi de Severo voltará às ruas de São José do Egito, garantem os coordenadores e responsáveis Arlindo Lopes (Pirraia), Ednaldo Leite e Cicero Sebastião (Ciço do Pife), tendo como suporte artístico-cultural o Boi (de roupa nova) estandarte, burrinhas, pagangus, e a participação de outros blocos, como o de Seu Bomba da cidade de Ingazeira , com seu boneco gigante.
A concentração tem inicio às 20 horas no Bar de Jair Som (próximo à feira livre). Saída para Rua da Baixa por volta das nove horas da noite.
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