Iniciativa realizada em parceria com o BID conta com aporte de R$ 2 bilhões na implantação de soluções contra os efeitos das mudanças climáticas

As estratégias do Recife no enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas levaram a cidade a ocupar um lugar de destaque na COP30, em Belém. Nesta terça-feira (11), durante participação no painel “Financiamento Climático para Cidades Resilientes”, o prefeito João Campos (foto) detalhou as ações do Programa de Requalificação e Resiliência Urbana em Áreas de Vulnerabilidade Socioambiental (ProMorar), executado pela Prefeitura do Recife. Com investimento de R$ 2 bilhões, a iniciativa é a maior operação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com um município em todo o mundo.
Juntamente com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, também presente no painel, João Campos enalteceu a parceria com o banco como uma virada de chave na execução de soluções nunca antes vistas na cidade, destacando a importância de financiamentos na área climática para governos locais adotarem medidas estruturantes. O prefeito ressaltou que o Recife tem um terço da população vivendo em áreas de morro e é a cidade brasileira mais vulnerável ao aumento do nível do mar, o que demanda esforços, já em execução, em infraestrutura resiliente, urbanização integrada e governança climática com inovação.
“Fomos em busca do departamento holandês que trabalha com mitigações das mudanças climáticas. Tivemos a participação deles a partir de 2023. Fizemos, junto com a Colômbia, um modelo de participação social, e, junto com a Holanda, um modelo de validação técnica das soluções de macrodrenagem do Recife. Com isso, a gente conseguiu fazer um grande modelo de participação”, disse o prefeito, citando a implantação do primeiro COMVIDA da cidade, na Vila do Papel, e do primeiro Arrecifes da Cidadania, na Comunidade do Bem, como parte de um projeto de urbanização integrada nessas localidades.
João Campos elencou também os aportes de R$ 500 milhões da Prefeitura do Recife, via ProMorar, na macrodrenagem da Bacia do Tejipió. Voltada à resiliência em meio à dinâmica do curso d’água e à redução de alagamentos históricos na região, a iniciativa inclui soluções como a dragagem do rio, a construção do Parque Alagável Campo do Sena e a construção de reservatórios sob o asfalto na Imbiribeira. Ações como essas, juntamente com obras de urbanização integrada em áreas de vulnerabilidade social, foram construídas em parceria com consultores estrangeiros e com as comunidades envolvidas.
“A gente está aqui para contar uma nova história, fruto de uma parceria da cidade do Recife com o BID. A gente transformou o grande desafio que foram as chuvas de maio de 2022 em capacidade de transformar a vida de quem está em vulnerabilidade. Para virar o jogo, a gente precisava buscar os melhores quadros do Brasil e de fora, e foi o que a gente fez. No meio do desastre, a gente não mediu esforços e buscou parcerias. Hoje, estamos transformando espaços de insegurança e medo em lugares de oportunidade”, completou o prefeito.
Fotos: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife