Congresso aprova Orçamento de 2025 com três meses de atraso e previsão de R$ 15 bilhões de superávit

20/03/25
Agência O Globo
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Os deputados federais e senadores aprovaram nesta quinta-feira (20) em sessão do Congresso Nacional o texto-base do Orçamento de 2025. A peça deveria ter sido aprovada ainda no ano passado, mas um impasse a respeito do pagamento de emendas parlamentares adiou a votação.

Com a aprovação, o governo passa a poder usar integralmente os recursos previstos para Orçamento deste ano.

O texto do orçamento foi aprovado mais cedo na Comissão Mista de Orçamento (CMO). As informações são do g1.

O atraso na votação foi causado por uma cobrança de mais transparência sobre a destinação e autoria de emendas parlamentares.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino exigiu que o Congresso apontasse a autoria de todas as emendas, incluindo as emendas de bancadas estaduais e as emendas das comissões temáticas da Câmara e do Senado.

O relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA), projeta melhora na arrecadação e um superávit de R$ 15 bilhões – valor maior do que a previsão inicial do governo, de R$ 3,7 bilhões.

A seguir, veja os principais pontos abordados no Orçamento:

R$ 50 bilhões para emendas parlamentares
O relatório destina cerca de R$ 50 bilhões para emendas parlamentares – recursos direcionados por deputados e senadores para suas bases eleitorais.

Desse montante:

  • R$ 24,7 bilhões vão para emendas individuais (cada parlamentar recebe um valor fixo para destinar como quiser).
  • R$ 14,3 bilhões serão para bancadas estaduais.
  • R$ 11,5 bilhões vão para emendas de comissão (que não são de execução obrigatória).

O relator incluiu um trecho que impede o governo de cancelar emendas parlamentares sem autorização do autor da emenda. A medida agrada ao Congresso, que tem criticado decisões do STF que limitaram a distribuição desses recursos.

Falta de recursos para o Pé-de-Meia
O programa Pé-de-Meia, que incentiva a permanência de jovens de baixa renda no ensino médio, não recebeu a verba total necessária no Orçamento. O governo separou apenas R$ 1 bilhão, muito abaixo dos R$ 13 bilhões estimados para custear o programa ao longo do ano.

O relator afirma que um acordo foi feito com o governo para que o restante do valor seja incluído ao longo do ano, por meio de novos créditos aprovados pelo Congresso.

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo tem até 120 dias para regularizar essa situação.

Salário mínimo, reajustes para servidores e concursos

O Orçamento garante:

  • Salário mínimo de R$ 1.518, reajustado em janeiro.
  • R$ 27,9 bilhões para reajustes salariais de servidores públicos.
  • Recursos para novos concursos públicos, incluindo uma possível nova edição do Concurso Nacional Unificado (CPNU).

Gastos por ministério e Bolsa Família

  • Ministério da Saúde: R$ 246 bilhões (acima do solicitado pelo governo).
  • Ministério da Educação: R$ 197 bilhões (abaixo do proposto pelo Executivo).
  • Investimentos federais: R$ 80 bilhões (o governo havia proposto R$ 63,5 bilhões).
  • Ministério do Meio Ambiente: R$ 4,2 bilhões (ligeiramente acima do previsto).
  • Bolsa Família: R$ 159 bilhões – R$ 7,7 bilhões a menos do que o governo queria. Esse corte será usado para ampliar outros programas, como o Vale Gás, que terá R$ 3 bilhões em 2025.

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