Extrema direita: “Forças poderosas querem silenciar Adélio”, diz advogada da família de Adélio Bispo

04/03/25

Por 247

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Advogados denunciam isolamento e irregularidades no caso do autor do atentado contra Bolsonaro
(Foto: Reprodução )

 

 Os advogados Edna Teixeira e Alfredo Marques, representantes da família de Adélio Bispo, denunciaram diversas irregularidades no processo e no tratamento dispensado ao réu, seis anos após o atentado contra Jair Bolsonaro. Em entrevista ao programa Boa Noite 247, conduzida pelo jornalista Joaquim de Carvalho, os defensores questionaram a condução das investigações, a manutenção do segredo de justiça e a ausência de garantias básicas de direitos humanos para Adélio, que permanece confinado em um presídio de segurança máxima sem acesso a familiares ou a tratamento médico adequado.

“Forças poderosas querem silenciar Adélio”, afirmou a advogada Edna Teixeira. “Ele está isolado, sem contato com a família, sem tratamento e sem nenhuma garantia dos seus direitos.”

Segredo de justiça e falta de transparência

Os advogados criticaram o fato de o processo permanecer em segredo de justiça, impedindo que a sociedade tenha acesso às informações completas sobre o caso. Para Alfredo Marques, essa ocultação de dados reforça a necessidade de uma investigação mais aprofundada: “Nada justifica mais a permanência desse sigilo. O que está sendo escondido? O que não querem que o Brasil saiba?”

Outro ponto abordado foi a atuação da Polícia Federal na segurança de Bolsonaro no dia do atentado. Marques apontou que parte da escolta do então candidato era composta por ex-policiais e voluntários sem treinamento adequado. “Como pode um candidato à Presidência da República ter sua segurança confiada ao submundo militar? Nada funcionou. E os responsáveis pela segurança, em vez de punidos, foram promovidos.”

Isolamento de Adélio e omissão dos direitos humanos

Além das inconsistências na investigação, os advogados denunciaram as condições em que Adélio Bispo se encontra. Considerado inimputável pela Justiça devido a transtornos mentais, ele deveria estar recebendo tratamento psiquiátrico, mas, segundo Marques e Teixeira, está completamente isolado.

“Já são seis anos que Adélio não tem acesso a ninguém. Trancafiado em uma cela minúscula, sem medicação, sem acompanhamento clínico, sem banho de sol e sem contato com a família”, denunciou Marques. “Se uma pessoa não fosse louca, certamente ficaria louca nessas condições.”

A advogada Edna Teixeira ressaltou a luta de Maria das Graças, irmã de Adélio, que tem enfrentado dificuldades para obter a curatela do irmão. “Ela é a única familiar próxima que tenta garantir seus direitos. No entanto, a Justiça entregou a curatela para um defensor público, ignorando o direito da irmã de cuidar dele. A Maria das Graças só quer saber do irmão, mas o sistema insiste em isolá-lo.”

Os advogados também criticaram a omissão do Ministério dos Direitos Humanos. Segundo Marques, um pedido formal foi enviado ao então ministro Silvio Almeida em janeiro de 2023 e, posteriormente, à ministra Macaé Evaristo, mas nunca houve qualquer resposta. “Era melhor não existir um Ministério dos Direitos Humanos do que ter um que assiste a essa barbárie calado”, afirmou. “Pedimos apenas que uma comissão composta por parlamentares, membros da OAB, do Ministério Público e do Conselho de Psiquiatria pudesse avaliar as condições de Adélio. E o que aconteceu? Nada.”

Contradições que necessitam de esclarecimento

Ao longo da entrevista, os advogados e Joaquim de Carvalho apontaram várias contradições na narrativa oficial sobre o atentado. Desde a suposta denúncia de que Bolsonaro poderia ser alvo de uma facada antes do ocorrido, até o fato de que, justamente no dia do ataque, o ex-presidente não usou colete à prova de balas — algo que ele fazia regularmente.

“Se ele estivesse de colete, toda a possível farsa cairia por terra”, disse Teixeira. “São muitas perguntas sem resposta, e forças poderosas querem silenciar Adélio.”

Apesar de todas as dificuldades, a defesa da família de Adélio afirma que continuará lutando para que ele tenha garantidos seus direitos básicos e para que as contradições do caso sejam esclarecidas. “A verdade precisa vir à tona”, concluiu Marques.

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