Ana Patrícia e Duda batem canadenses e conquistam o ouro em Paris

10/08/24

Correio Braziliense

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Vitória brasileira por 2 sets a 1 sobre Melissa e Brandie encerra o jejum de pódios da modalidade após a campanha inédita sem medalhas nos Jogos de Tóquio-2020

<i>(Foto: AFP)</i>

Dois e mil novecentos e doze dias depois, o Brasil volta a comemorar a conquista de uma medalha olímpica no vôlei de praia — a última havia sido o ouro com a dobradinha entre o brasiliense Bruno Schimidt e o capixaba Alison Cerutt, em Copacabana, em 2016.

Após amargar participação tímida nos Jogos de Tóquio-2020, a primeira sem pódios desde a inclusão da modalidade no evento, em 1996, o país celebra, nesta sexta-feira (9/8), o ouro de Ana Patrícia e Duda após a vitória sobre as canadenses Melissa Human-Paredes e Brandie Wilkerson, por 2 sets a 1 (26/24, 12/21 e 15×10)

O cenário para a retomada do prestígio brasileiro no vôlei de praia e da consagração de Ana Patrícia e Duda foi cinematográfico: a arena montada aos pés da Torre Eiffel. Inspiradas pelo show de luzes do principal cartão-postal da França e um dos mais visitados do mundo, brilharam ao jogarem como líderes do ranking contra a dupla número sete do ranking da Federação Internacional de Voleibol (Fivb).

Embora tenham largado em desvantagem no primeiro set e visto as adversárias abrirem seis pontos, não desanimaram, equilibraram o duelo e tiveram sangue-frio para fechar por 26 x 24. Na parcial seguinte, as brasileiras viram as canadenses aumentarem o ritmo como tentativa de intimidação.

A estratégia funcionou. A maior vantagem imposta pelas norte-americanas foi de oito pontos ao fecharem o segundo set por 21 x 12. No último, o dueto brasileiro largou bem, chegou a abrir 10 x 5 no placar e manteve a distância, apesar das boas defesas e contra-ataques das adversárias. Em meio à tensão da disputa pelo ouro, Ana Patrícia e Brandie se estranharam.

<i>(Foto: AFP)</i>

A arbitragem interveio para acalmar os ânimos, mas o responsável por apaziguar a situação foi o DJ, com o play na música Imagine, do inglês John Lennon (1940 – 1980). Inspiradas, as brasileiras fecharam a conta com 15 x 10.

Com a coroação de Ana Patrícia e Duda, o Brasil dispara no quadro de medalhas do vôlei de praia feminino. De Atlanta-1996 a Tóquio-2020, o país havia acumulado sete pódios. Mesmo número de conquistas, dos Estados Unidos. Os norte-americanos, porém, levam vantagem pelos quatro ouros obtidos — também têm uma prata e dois ouros. As atletas do Praia Clube, de Uberlândia (MG), alçaram a bandeira verde-amarela à liderança, agora com oito condecorações.
Ana Patrícia e Duda agora entram em uma lista especial de medalhistas olímpicas do Brasil no vôlei de praia, com Jaqueline Silva/Sandra Pires (ouro em 1996); Mônica Rodrigues/Adriana Samuel (prata em 1996); Adriana Behar/Shelda Bedê (prata Sydney-2000); Adriana Samuel/Sandra Pires (bronze Sydney-2000); Adriana Behar/Shelda Bedê (prata em Atenas-2004); Juliana Silva/Larissa França (bronze Londres-2012); e Ágatha Bednarczuk/Bárbara Seixas (prata Rio-2016).
Enquanto o Brasil celebra a consagração da sexta dupla das areias, o Canadá também comemora, mas a primeira conquista no vôlei de praia feminino. Até então, a única medalha havia sido a faturada por John Child e Mark Heese, em Atlanta-1996.
A caça de Ana Patrícia e Duda ao ouro olímpico em Paris durou sete partidas. Na primeira fase, bateram as egípcias Marwa/Elghobashy, as espanholas Liliana/Paula e as italianas Gottardi/Menegatti, todas por 2 sets a 0. Nas oitavas, despacharam as japonesas Akiko/Ishii. No round entre as oito melhores, mandaram para casa Tina/Anastasija, da Letônia. Na semifinal, bateram as australianas Mariafe/Clancy, de virada.

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