04/04/02
Por O Globo/blogfolhadosetao.com
Um estudo feito pela ONG Open Knowledge Brasil (OKBR) avaliou a transparência dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal no âmbito do combate ao coronavírus no país. Com base em critérios pré-estabelecidos, Pernambuco lidera o ranking nacional.
A seção brasileira da Open Knowledge International também concluiu que apenas um estado, o Tocantins, tornou público o número de testes de diagnóstico da Covid-19 disponíveis para a população. Além disso, a OKBR descobriu que 90% dos estados não divulgaram dados suficientes para o monitoramento da situação da pandemia no Brasil até o momento, incluindo o governo federal.
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Foram analisados boletins epidemiológicos, informes e demais dados a partir dos portais oficiais dos governos estaduais e de suas respectivas secretarias de Saúde na internet com base no conteúdo disponibilizado até a manhã da última quinta-feira.
Além do detalhamento de informações, como idade, sexo e hospitalização dos brasileiros diagnosticados, foram avaliadas a oferta e ocupação de leitos, bem como a quantidade de testes disponibilizados e realizados e o formato das plataformas onde as informações podem ser acessadas (como código aberto e planilhas editáveis, por exemplo), além do grau de detalhamento por municípios e bairros.
Com base no levantamento, a OKBR criou um índice de avaliação dos estados. Pernambuco foi o único ente federativo a atingir um nível alto de transparência, com 81 pontos entre 100 possíveis. O Ceará, terceiro estado mais afetado pelo coronavírus, ficou na segunda colocação, com 69 pontos. O Rio vem em terceiro lugar, com 64 pontos. Ambos foram enquadrados na faixa considerada “boa”.
Cinco estados tiveram desempenho médio, incluindo Minas Gerais, e a transparência de 11 outros foi classificada como baixa, como é o caso de São Paulo. O governo federal também foi incluído nesta categoria. O pior desempenho está entre os estados “opacos”, que, na avaliação da ONG, precisam avançar consideravelmente na publicação de dados. São, ao todo, oito. Pará e Rondônia, na lanterna do ranking, receberam nota zero.
Dados heterogêneos
A diretora-geral da OKBR, Fernanda Campagnucci, aponta para a diferença nos parâmetros de divulgação de dados, o que gera uma heterogeneidade das informações divulgadas. Esse cenário causa prejuízo na comparação de números e, por fim, no planejamento das estratégias necessárias para lidar com o coronavírus. Fernanda Campagnucci pontua, ainda, que a a avaliação foi conduzida no intuito de colaborar com os estados para a melhoria da transparência.
A metodologia da OKBR não avaliou conteúdos publicados nas redes sociais. Apesar de reconhecer “os esforços dos gestores em utilizar redes sociais e aplicativos para incrementar a comunicação com a população”, a organização defende que sites são plataformas mais acessíveis e democraticas, além de mais intuitivas. Além disso, chamou atenção para a gestão dos perfis destes canais por empresas privadas.
“Esses aspectos são particularmente importantes para pessoas e entidades que estão conduzindo pesquisas sobre a pandemia do novo coronavírus em todo o país e precisam coletar dados com confiança e agilidade”, segundo informou a OKBR em nota técnica.
Confira o ranking completo:
1. Pernambuco – 81 (Alto)
2. Ceará – 69 (Bom)
3. Rio de Janeiro – 64 (Bom)
4. Tocantins – 50 (Médio)
5. Minas Gerais – 48 (Médio)
6. Maranhão – 45 (Médio)
Mato Grosso do Sul – 45 (Médio)
7. Roraima – 40 (Médio)
8. Rio Grande do Sul – 36 (Baixo)
Governo federal – 36 (Baixo)
9. Alagoas – 33 (Baixo)
Bahia – 33 (Baixo)
10. Mato Grosso – 31 (Baixo)
São Paulo – 31 (Baixo)
11. Rio Grande do Norte – 29 (Baixo)
12. Distrito Federal – 21 (Baixo)
Piauí – 21 (Baixo)
13. Amazonas – 17 (Baixo)
14. Acre – 14 (Baixo)
Goiás – 14 (Baixo)
15. Amapá – 10 (Opaco)
Espírito Santo – 10 (Opaco)
Paraíba – 10 (Opaco)
Paraná – 10 (Opaco)
Santa Catarina – 10 (Opaco)
Sergipe – 10 (Opaco)
16. Pará – Zero (Opaco)
Rondônia – Zero (Opaco)