O aprendizado que um pedido de impeachment pode trazer

27/06/25

Por Betânia Santana

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O que parecia uma ameaça à prefeita de Olinda pode ajudar a referendar sua gestão

Em uma sociedade cada vez mais imediatista e cheia de carências estruturais, seis meses de governo parecem uma eternidade. Para asfaltar as ruas, recolher o lixo, apoiar a cultura.

Mas para a prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), ainda falta tempo para arrumar a casa. Tempo, no entanto, não é condição, nem empecilho para um pedido de impeachment. “É preciso ter motivos”, argumenta o cientista político Hely Ferreira.

Derrotado à prefeitura da cidade em 2024, o advogado Antônio Campos (PRTB) listou fundamentos: descumprimento da Lei de Acesso à Informação; ausência de prestação de contas da transição de governo e do Carnaval e o não pagamento de emendas.

A prefeita derrubou todos. Alega não ter recebido pedidos de informação; explica que a prestação de contas da transição se deu em fevereiro, com o relatório de gestão financeira, e as emendas estão em análise. As contas do Carnaval serão reveladas na quinta.

Após duas horas de reunião, a Câmara derrubou a matéria: 13 votos contra; dois a favor e duas ausências.

“O arquivamento do pedido de impeachment parece ter sido a decisão correta, pois não foram cumpridos requisitos legais de crime de responsabilidade com provas. E a motivação política é evidente”, analisa o cientista político Sandro Prado.

Se Antônio Campos procurava um motivo para movimentar Olinda, encontrou. E o que era uma ameaça à prefeita pode ajudar a referendar sua gestão:

111.613 votos, (51,38%), no 2º turno, apoio da maioria na Câmara, e o alerta de que administrar a cidade significa ser alvo constante da oposição.

Não pode deixar nada para depois e precisa ter justificativa para tudo.

Força estadual

Com a decisão de não enviar ao governo federal o pedido de intervenção da Força Nacional no Cabo de Santo Agostinho, a governadora Raquel Lyra aumenta sua responsabilidade de reduzir a criminalidade no município. Se atendesse o prefeito Lula Cabral, assinaria um atestado de incapacidade de dar respostas ao problema.

Moradia 1

Parceria entre Prefeitura do Recife e governo federal vai garantir 280 apartamentos no habitacional Caranguejo-Tabaiares, na Ilha do Retiro. O prefeito João Campos sugeriu que cada bloco ganhe o nome de um morador que participou da luta e já tenha falecido.

Moradia 2

Se democracia é entrega, como disse o prefeito  João Campos, o início da construção do habitacional Caranguejo-Tabaiares é o maior exemplo de democracia. A declaração é do secretário de Habitação, Felipe Cury, para a comunidade que espera moradia há décadas.

Amigo da cultura 

O secretário de Direitos Humanos e Juventude do Recife, Marco Aurélio Filho (PV) apoia a 1ª edição do Festival Obá N’lú, amanhã, em Dois Unidos. Uma celebração à cultura Nagô, com o Amalá de Xangô, reconhecido pelo Iphan. Haverá apresentações culturais.

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