Para controlar o STF, Mourão e Bolsonaro defendem aumento do número de ministros

07/10/22

247

blogfolhadosertao.com.br

“O STF tem invadido contumazmente atribuições dos outros poderes rasgando o que é o devido processo legal”, afirmou Mourão em entrevista à Globonews

www.brasil247.com -
(Foto: Divulgação)Conjur – Em entrevista à Globo News, o vice-presidente e recém-eleito senador Hamilton Mourão (Republicanos) defendeu o aumento do número de ministros do Supremo Tribunal Federal.

“O STF tem invadido contumazmente atribuições dos outros poderes rasgando o que é o devido processo legal”, afirmou. Ele questionou as decisões monocráticas e defendeu um mandato para ministros.

As declarações de Mourão estão alinhadas a do candidato à reeleição e segundo colocado nas pesquisas, Jair Bolsonaro (PL). O presidente afirmou que admite discutir a possibilidade de aumentar o número de ministros do Supremo depois das eleições. .

“Isso ai já chegou gente, apresentou, ‘passa para mais cinco’. Não posso passar para mais cinco, se quiser passar tem que conversar com o Parlamento. Isso se discute depois das eleições. Essa proposta não é de hoje, há muito tempo outros presidentes pensaram em fazer isso daí”, disse, em almoço com jornalistas no Palácio da Alvorada.

Crítico contumaz do Poder Judiciário, Bolsonaro teve durante a sua gestão uma relação belicosa com o Supremo Tribunal Federal e com o Tribunal Superior Eleitoral.

Essa tensão fez com que a base aliada do presidente retomasse a discussão em 2021 de uma Proposta de Emenda Constitucional que prevê aumentar de 11 para 15 o número de ministros do STF. O texto data de 2013 e é de autoria da deputada Luiza Erundina (Psol), mas não havia sido analisado pela Comissão de Constituição e Justiça.

Inspiração venezuelana?

Um dos exemplos de reforma de uma Suprema Corte por um presidente para aumentar seu poder de influência no Judiciário aconteceu na Venezuela em 2003. Na ocasião, o número de juízes do Tribunal Supremo de Justiça passou de 20 para 32.

O modelo perdurou até abril deste ano quando a base aliada do presidente Nicolás Maduro aprovou uma polêmica reforma que reduziu novamente o número de ministros de 32 para 20. Na nova composicão ficaram 12 dos que  já formavam parte do TSJ e tiveram mandatos renovados pelos próximos 12 anos.

Deixe um comentário