Bolsonaro usa ações militares para reforçar ato eleitoral no 7 de Setembro

05/09/22

Agência Estado

blogfolhadosertao.com.br

 

Esperado comício do presidente na orla carioca vai ocorrer ao mesmo tempo em que a Marinha faz sua parada naval, a Força Aérea exibe a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana vão saudar o bicentenário da Independência

 

GABRIEL FERREIRA / JC IMAGEM

Neste sábado (6) o Presidente Jair Bolsonaro participou da Marcha para Jesus no Recife. A avaliação do presidente foi observada em nova pesquisa eleitoral – FOTO: GABRIEL FERREIRA / JC IMAGEM

O presidente Jair Bolsonaro vai usar ações militares para engrossar um ato eleitoral no 7 de Setembro, no Rio de Janeiro. O esperado comício do presidente, candidato à reeleição pelo PL, na orla carioca vai ocorrer ao mesmo tempo em que a Marinha faz sua parada naval, a Força Aérea exibe a esquadrilha da fumaça e os canhões do Forte de Copacabana vão saudar o bicentenário da Independência.

Os bolsonaristas se misturarão a bandas militares e a uma exibição de paraquedistas do Exército e da Aeronáutica.

Bolsonaro pretendia transferir o desfile cívico-militar do dia 7 da Avenida Presidente Vargas, no Centro – onde sempre ocorreu – para Copacabana, onde haverá seu evento de campanha. Historicamente, os presidentes, desde a redemocratização, participam das comemorações do Dia da Independência apenas na parada militar, em Brasília.

Foi assim com José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. Bolsonaro será o primeiro a ir a um segundo ato, no Rio – junto com uma manifestação eleitoral.

Na sexta-feira, o Ministério Público Federal enviou pedidos ao Comando Militar do Leste (CML), ao 1.º Distrito Naval e ao 3.º Comando Aéreo Regional para que informem quais providências tomaram para impedir que a celebração da Independência se confunda com ato político-partidário. Também perguntou o que fizeram para impedir que os subordinados participem de celebrações políticas.

Para analistas, Bolsonaro pretende, com o ato, unir os militares aos seus apoiadores. “O que seria uma festa cívica que marca um bem comum para todos os brasileiros, os 200 anos de Independência do País, acaba sendo um caro evento de campanha”, disse Eduardo Heleno de Jesus Santos, do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense.

O professor de Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Christian Lynch, concorda. Segundo ele, o presidente vai usar os atos oficiais para exibir apoio de militares e de eleitores.

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