29/06/22
Por Marjourie Corrêa
blogfolhadosertao.com.br
O paciente, um homem de 53 anos, estava desde o começo de maio na fila de espera. Cirurgia durou oito horas
O Procape, pronto-socorro cardiológico da Universidade de Pernambuco, realizou o seu primeiro transplante de coração durante a madrugada da segunda (27) para a terça-feira (28). O paciente, um homem de 53 anos residente na Região Metropolitana do Recife, estava desde o começo de maio na fila de espera, e recebeu o novo órgão. A cirurgia durou cerca de oito horas.
A operação foi a primeira do programa de transplantes do Procape, que existe desde 2017. De acordo com o diretor da unidade, o cirurgião cardiovascular Ricardo Lima, há uma mobilização muito grande de profissionais para que todo o processo de um transplante aconteça.
“Esse foi apenas o primeiro de muitos que irão acontecer. Mas é fundamental destacar que esse procedimento tenha ocorrido em um hospital público, universitário e do SUS”, destacou o diretor.
O cirurgião cardiovascular e especialista em transplante Frederico Browne, que esteve envolvido na cirurgia, conta que a captação do órgão aconteceu por meio da Central de Transplantes, que comunicou sobre a possível compatibilidade.
“Após os exames necessários, comprovamos a compatibilidade e partimos para a cirurgia. São praticamente duas operações simultâneas, que consiste na retirada do órgão do doador e a inserção do enxerto no receptor”, explicou.
Com duração de aproximadamente oito horas, o processo, que começou com o recebimento do órgão do doador — um paciente jovem, vítima de um acidente vascular cerebral que resultou em morte encefálica —, às 19h da segunda-feira (27), e só terminou por volta das 4h da manhã desta terça-feira (28).
O cardiologista clínico Carlos Eduardo Montenegro está monitorando o paciente que recebeu o coração. De acordo com o médico, a situação do paciente era grave e ainda é considerada grave, mas que ele vem reagindo bem e dentro do esperado.
“É importante frisar que esse pós-operatório é um momento crítico que demanda muitos cuidados. O corpo recebeu um órgão estranho, e existe todo um protocolo de adaptação para que o paciente consiga viver bem”, destacou Montenegro, que complementou: “Vale lembrar que esse paciente deixou o bloco cirúrgico há menos de 12 horas, então é natural que ele ainda seja classificado como grave. Até mesmo pelo tipo de operação que foi feita. Mas ele vem reagindo bem, dentro do que é esperado para pacientes desse tipo.”