Grande perda: Morre Dona Duda, a ‘criadora da ciranda’ do Janga, aos 98 anos

07/01/22

Por: Viver/Diario

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Dona Duda embalou muitas cirandas entre as décadas de 1960 e 1970  (Foto: Fundaj/Divulgação
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Dona Duda embalou muitas cirandas entre as décadas de 1960 e 1970 (Foto: Fundaj/Divulgação )
Morreu na noite desta quarta-feira (05) Dona Duda da Ciranda, aos 98 anos. Alcunhada como  “criadora da ciranda” do Janga, ela faleceu em decorrência de um câncer no pulmão. O velório da cirandeira será no Cemitério Parque das Flores.
Vitalina Alberta de Souza Paz nasceu em abril de 1923 em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). Foi ela mesma quem escolheu, aos 8 anos, o nome “Duda” pelo qual responderia ao longo da vida. “Se me chamasse por outro, eu não respondia”, ela contou.
Desde 1976, Duda já não cantava, vítima de um câncer, precisou retirar a tireoide devido a um tumor próximo à região. Mas nas décadas de 1960 e 1970, o movimento promovido pela criadora da ciranda na Praia do Janga era disputado. Inicialmente criada para divertir os filhos dos pescadores, a ciranda logo envolveu os moradores, se tornando referência do gênero.
O prestígio da cirandeira pode ser atestado também nas medalhas em honra ao mérito que guarda. Em 1972, foi homenageada como destaque no programa televisivo Você Faz o Show, apresentado por Fernando Castelão na TV Jornal. Em uma pasta, ficam guardados os recortes de jornal que fazem menção à artista e documentos, tais como um contrato de apresentação no Parque da Jaqueira, na Zona Norte do Recife.
Em maio de 2021, aproveitando o Dia da Ciranda, por iniciativa da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), foi lançado o documentário “Dona Duda da Ciranda”, recontando histórias e os versos das mais de 200 cirandas compostas por ela.
Em nota de pesar, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) lamentaram o falecimento: “Dona Duda era uma artista extraordinária e fez, junto com outras mestras e mestres, a ciranda ficar popular nas décadas de 1960 e 1970”, escreveu o secretário Estadual de Cultura, Gilberto Freyre Neto.
“Foi com o pioneirismo dela que a ciranda passou a ser  reconhecida como manifestação cultural digna do título de Patrimônio Imaterial do Brasil”, complementou o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.

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