27/10/24
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Veículo em que o ex-presidente da Bolívia viajava foi atingido por 14 tiros, deixando o motorista ferido com marcas de sangue na cabeça e no peito
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales compartilhou, na manhã deste domingo (27), nas redes sociais um vídeo que mostra o carro onde estava sendo alvejado por tiros. Nas imagens, Morales surge ao lado do motorista e, ao telefone, faz um apelo urgente: “Estão atirando em nós, estão nos detendo, rapidamente, mobilizem-se”. Segundo o g1, a Rádio Kawsachun Coca informou que o veículo foi atingido por 14 tiros, deixando o motorista ferido com marcas de sangue na cabeça e no peito.
Esse episódio ocorre em meio a uma onda de protestos liderada por camponeses simpatizantes de Morales, que bloqueiam estradas estratégicas para impedir sua provável prisão. Morales é investigado por suspeita de abuso de menor, uma acusação que ele rejeita e afirma ser uma “mentira arquivada em 2020”. Os bloqueios, que já duram cerca de duas semanas, paralisaram o país, afetando o abastecimento de combustíveis e elevando os preços dos produtos básicos, agravando a crise econômica que a Bolívia enfrenta.
O presidente Luis Arce, ex-aliado e sucessor de Morales, intensificou os esforços para desobstruir as vias, mobilizando mais de 1.700 policiais e 113 veículos para liberar pontos críticos, sobretudo no departamento de Cochabamba, bastião de Morales. Ainda conforme a reportagem, os enfrentamentos entre policiais e manifestantes pró-Morales deixaram um saldo de 14 agentes feridos e 44 civis detidos. Os episódios de maior violência ocorreram em Parotani, na rota entre Cochabamba e La Paz, onde há intensos confrontos.
Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019, declarou que os bloqueios continuarão, e afirmou que “o povo são e honesto não se vende, nem se rende. A luta vai continuar”. Ele aproveitou para criticar o presidente Arce, afirmando que “Lucho deve respeitar o povo e resolver os problemas econômicos que o povo boliviano tanto está sofrendo neste momento”.
Por sua vez, Arce respondeu que seu governo “não permitirá que o interesse de uma pessoa se sobreponha ao bem-estar coletivo”, em clara referência ao ex-presidente.
Segundo a Administradora Boliviana de Rodovias, ainda existem 16 pontos de bloqueio espalhados pelo país, que, além de gerar desabastecimento, intensificaram as dificuldades para a população.