05/10/24
Por Machado Freire
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Seja qual for o resultado das urnas da eleição de amanhã (6) em Salgueiro – ganhe zebra ou leão, o traçado político-partidário do município mais importante do Sertão Central mudará de figura a partir do dia seguinte. É o que espera o dirigente e candidato a prefeito Antonio Rocha (foto), uma pedra que não se alinha a nenhuma das tendências que brigam pelo poder no colégio eleitoral bastante significativo, com mais de 40 mil votantes, há quase meio século.
Caso a prefeitura continue sob o controle do atual prefeito e candidato ao quarto mandato, Marcones Liborio de Sá – PSB, teremos mais quatro anos de marcha lenta e pé no breque, a conhecida forma do atual executivo salgueirense trabalhar, com tempo para fazer uma série de composições para acomodar os parentes e simpatizantes do “amarelo” que está nas bandeiras e nas camisas dos amantes da zebra.
Se o resultado das urnas for negativo, podem os senhores ficarem certos de que a vaca vai pro brejo com mais de mil na buraqueira, tão forte será a pancada no comando da agremiação que, a exemplo do querido Carcará, que saiu da disputa por falta de apoio do poder público e dos empresários (quem prova o contrário ?). Você não encontra uma liderança forte depois de Marcones Sá que ainda hoje se vale do prestígio da ex-prefeita Creuza Pereira que, mesmo beirando os 90 anos ainda é levada para os atos públicos onde é apresentada como boa cabo eleitoral.
Ocorrendo uma vitória da oposição, Fábio Lisandro Barros -do PRD -que vem de duas derrotas para deputado estadual, será reconhecido (e aclamado) como o político que promoveu a ressurreição da família Sampaio (entrelaçada com o Sá de Marcones Libório), que se encontra dividida e passou por maus bocados depois da morte de Francisco de Sá Sampaio (Doutor Chico), que disputou algumas eleições, com poucas chances de vitória. Mas foi à luta, e a exemplo de Creuza Pereira, é lembrado pelos parentes candidatos na mídia e nos palanques.
Ocorrendo um retrocesso eleitoral na oposição (virem essa boca prá lá, pois três é burro), ” o projeto do galeguinho” vai pro beleléu, como quem perdeu o rumo da venta para sempre, ou quem caiu da escada se sustentando apenas no pincel.
Não é nenhum exagero reafirmar que segunda-feira (7) jamais será um dia normal para todas as figuras políticas ou a elas ligadas em Salgueiro. Podem comprar os cachetes para dor de cabeça !!!
Sem pressa . Já a terceira via, que tem como candidato a prefeito da terra do coronel Veremundo Soares, pelo Mobiliza, Antonio Rocha – que veio da roça, tem 48 anos, foi mototaxista e hoje é empreendedor no mercado público, estabelecido no bairro do Planalto, localizado ao lado da movimentada BR-232, que liga o Sertao aos principais estados do Brasil.
Pode-se dizer que Rocha é a verdadeira oposição, uma vez que sua proposta político-partidária e eleitoral não se assemelha (nem de longe ) a zebra e leão, velhos conhecidos do agora empreendedor em política na base do “tijolo com tijolo”, que todo dia é dia para se tralhar muito, com sangue novo na praça e disposição para dialogar com a massa trabalhadora na cidade e na roça.
Manter uma postura diferente dos políticos tradicionais que tem coragem (ou cara de pau) de mandar “embaixadas” para oposição, do tipo ” que tal uma secretaria ou uma diretoria na prefeitura.”.. Mas Antonio Rocha torce a cara e faz de conta que não viu nem ouviu nada e apenas vai contabilizando mais uma sacanagem.
Ora, Não é de hoje que o candidato do Mobiliza participa da política local, pois já provou da fruta votando nas duas correntes tradicionais. “Não vi nada mudar nem melhorar em nada, pois eles (prefeitos de um lado e de outro) deixam claro que a prefeitura não funciona como uma instituição pública de apoio aos mais pobres, diz, lembrando que o poder público municipal não apresenta (desenvolve) um projeto com recursos próprios que possa gerar emprego e renda.
Do ponto de vista a organização partidária, Rocha e seu vice Índio Santos mantém uma base de 50 filiados ao Mobiliza e vêm buscando aproximação com partidos como o PSL, PMB, Rede, entre outros visando dar uma força às siglas pequenas que -no caso do Mobiliza, não teve espaço no guia eleitoral, porque a agremiação não tem representante do Congresso Nacional, mas participou dos debates em emissoras de rádio locais.
Além da chapa majoritária, o Mobiliza conta com nove candidatos a vereadores, sendo três mulheres, com a participação de trabalhadores em vários segmentos, representando muito bem a classe trabalhadora. “Não recebemos recursos do Fundo Partidário ou qualquer outra verba, fato que nos prejudicou bastante no momento que precisávamos de mais visibilidade”, lamenta Antonio Rocha, satisfeito por participar da disputa deste 6 de outubro.