Damares se defende da acusação de genocídio, mas admite que sabia da desnutrição dos indígenas

22/01/22

247

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Ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de Bolsonaro disse que responsabilidade pela politica indigenista não era só dela e relaciona providências que teria tomado

www.brasil247.com - Damares Alves
Damares Alves (Foto: Reprodução/Facebook)
A senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, se defendeu neste domingo da denúncia de que foi cúmplice de genocídio contra as populações yanomamis de Roraima, como contataram Lula e ministros em visita à Casa de Saúde Indígena (Casai), na zona rural de Boa Vista, Roraima.

“Acompanhei com dor e tristeza as imagens que estão sendo divulgadas sobre os Yanomami. Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida. Mas diante de tantas mentiras espalhadas nos últimos dias, preciso esclarecer algumas coisas”, disse, no Twitter.

“No Governo Bolsonaro, a política indigenista era executada em três ministérios: Educação, Saúde e Justiça. Ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos cabia receber denúncias de violações de direitos dos indígenas e encaminhá-las às autoridades responsáveis”, acrescentou.

Prosseguiu Damares: “O MMFDH esteve ‘in loco’ inúmeras vezes para levantar informações. No auge da pandemia distribuímos cestas básicas. Enviamos ofícios aos órgãos responsáveis para solicitar atuação e recebemos relatórios das equipes técnicas, as quais informaram as providências tomadas.”

Disse ainda:

O MMFDH, num grande esforço, e com o apoio de outros órgãos,  entregou o Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra Crianças, inclusive reconhecendo a desnutrição como uma das mais terríveis violências contra elas, propondo ações.

O Plano passou a ser executado priorizando três áreas indígenas e uma delas é a área Yanomami. SESAI e a FUNAI trabalharam muito no governo Bolsonaro, não houve omissão.

A desnutrição entre crianças indígenas é um dilema histórico e foi agravada pelo isolamento imposto pela pandemia. Entre os anos 2007 e 2011, o Vale do Javari já tinha índices alarmantes.

A mesma imprensa que hoje faz cobertura positiva da agenda presidencial fez críticas à época. Tenho a convicção de que mais do que posar para fotos e realizar belos discursos (feitos a quilômetros das aldeias), devemos enfrentar a raiz do problema.

Sempre questionei a política do isolamento imposta a algumas comunidades. Está na hora de uma discussão séria sobre isso. Ao invés de perdermos tempo nessa guerra de narrativas e revanchismo, proponho um pacto por todas as crianças do Brasil, de todas as etnias.

Com o texto, Damares parece querer dividir a responsabilidade com colegas de Ministério. Seja como for, morreram indígenas, a maioria crianças, que a pasta de Damares tinha obrigação de defender.

É por esta razão que, neste domingo, parlamentares do PT protocolaram na Procuradoria da República no Distrito Federal notícia-crime contra ela, Jair Bolsonaro e todos os presidentes da Funai na gestão bolsonarista.

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