11/05/22
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Na contramão, zika observou queda no Estado
De acordo com balanço epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), com dados até 30 de abril e divulgado nesta terça-feira (10), o Estado notificou 9.986 casos suspeitos de chikungunya, um aumento de 77,2% em relação ao mesmo período de 2021, quando houve 5.636 casos suspeitos.
Do total de casos prováveis deste ano, 1.619 foram confirmados e 1.588 tiveram a doença descartada. Os relatos vêm de 138 dos 184 municípios pernambucanos.
A cidade de Petrolina, no Sertão do Estado, notificou a morte de uma idosa de 82 anos em decorrência de chikungunya, pelo critério clínico-epidemiológico. No balanço da SES-PE, aparecem notificados 19 óbitos por arboviroses nos quatro primeiros meses do ano, nenhum sendo descartado ou confirmado até agora.
“É importante ressaltar que o diagnóstico laboratorial positivo dos óbitos, para qualquer uma das arboviroses, não necessariamente confirma esta arbovirose como causa do óbito”, explica a SES-PE, acrescentando que a confirmação depende de uma série de fatores, como investigação domiciliar e hospitalar e discussão em comitê estadual.
Em relação aos casos de dengue, o balanço da SES-PE registra 16.620 casos notificados por 166 cidades. O aumento em comparação a 2021 foi de 39,3%, uma vez que, ano passado, o total foi de 11.932.
Entre os mais de 16 mil casos notificados este ano no Estado, 1.212 foram confirmados e 4.325 já descartados.
De acordo com o médico infectologista e mestrando em Saúde Pública pela Fiocruz, Bruno Ishigami, o calor e a temporada de chuvas são fatores que interferem no aumento dos casos.
“O mosquito Aedes Aegypti, que é o vetor das doenças, precisa da água para se reproduzir. Ele também se beneficia desse calor que a gente vive aqui no Nordeste. Entramos na temporada das chuvas que acarreta numa quantidade maior de reservatórios para os mosquitos e, com isso, a gente vai ter um aumento de casos também. E essa variação em relação a anos anteriores, é porque a dengue e a chikungunya são causadas por vírus, variando a transmissibilidade e a infectividade, que é a capacidade de infectar outras pessoas ao longo do tempo”, pontuou o infectologista.
Por serem arboviroses, as duas doenças têm sintomas parecidos. Na chikungunya o paciente vai ter febre alta, moleza no corpo (sensação de cansaço constante), dor muscular e dor articular que pode ficar durante a fase aguda da doença e deixar sequelas crônicas. Além disso, a doença também pode causar manchas na pele (exantema), com uma frequência menor.
No caso da dengue, febre, moleza no corpo, e a dor muscular se assemelham com a chikungunya. Porém, a doença pode causar dores por trás dos olhos, além de manchas na pele com mais frequência.
A prevenção é uma importante ferramenta para evitar que os casos continuem crescendo no Estado.
Zika em queda
Na contramão dos casos de dengue e chikungunya, os registros suspeitos de zika observam queda de 40,6% em 2022 na comparação com o mesmo período de 2021.
No ano passado, 1.122 casos foram registrados – este ano, o total caiu para 666, em 51 cidades.