Náutico vence o Sampaio Correia por 1 x 0 e conquista primeira vitória no Nordestão

06/02/22

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Gol alvirrubro foi anotado por Rhaldney, ainda no primeiro tempo
Náutico

O Náutico conseguiu, neste sábado (5), a primeira vitória na Copa do Nordeste. Em um duelo bastante estudado, o Timbu fez o necessário, diante do Sampaio Corrêa, no estádio Castelão, em São Luis, e venceu por 1×0, com gol de Rhaldney, ainda no primeiro tempo. Com o resultado, os alvirrubros chegaram aos quatro pontos e estão, no momento, na segunda colocação do Grupo B da Copa do Nordeste. Agora, os alvirrubros voltam a campo na próxima quarta-feira (9) para compromisso contra o Retrô, pelo Campeonato Pernambucano.

Sampaio Corrêa e Náutico iniciaram o jogo cientes do que podiam proporcionar. Apesar da condição de mandante, a Bolívia Querida resolveu adotar uma postura reativa no duelo. Assim, coube ao Timbu administrar a posse de bola – que chegou aos 65% – e comandar as ações de ataque. As duas primeiras jogadas de perigo, no entanto, foram protagonizadas pelo Sampaio. Aos 18 minutos, em contra-ataque, o atacante Ferreira recebeu passe de Soares, mas finalizou fraco. Minutos depois, após bola alçada na área, Eron arrancou uma finalização de bicicleta. Atento, Lucas Perri fez outra defesa.

Mais presente no campo ofensivo, o Náutico começou a encontrar os espaços na partida. Aos 28, na base da força, Richard Franco invadiu a área e chutou forte, para boa defesa de Luiz Daniel. Na sequência, o placar acabou aberto. Aos 31 minutos, Júnior Tavares avançou em velocidade pela esquerda e cruzou rasteiro. Rhaldney, então, aproveitou a falha da defesa maranhense e anotou o primeiro gol no jogo.

Antes do final da primeira etapa, ainda houve tempo de o Sampaio tentar o empate. Aos 44, Pimentinha fez jogada pela direita e acionou Wesley, que finalizou bem e obrigou Lucas Perri a trabalhar mais uma vez. A necessidade pelo resultado fez os donos da casa manterem a mesma postura na volta do intervalo. As rédeas da partida, então, trocaram de mãos, com o Timbu apresentando o contra-ataque como arma. Aos 16 minutos, Leandro Carvalho recebeu na área e chutou cruzado, levando perigo a meta adversária.

As subidas alvirrubras foram diminuindo a medida que o segundo tempo corria. Os pernambucanos até levaram perigo aos 16 minutos, com Leandro Carvalho finalizando cruzado. Mas, foi o Sampaio Corrêa quem se fez presente no campo ofensivo por boa parte da etapa final. As melhores oportunidades, no entanto, aconteceram apenas em jogadas de bola parada. Aos 33, Soares cobrou uma falta com força e Lucas Perri foi, novamente, decisivo. E a vitória acabou garantida.

FICHA TÉCNICA

SAMPAIO CORRÊA
Luiz Daniel; Mateusinho (Van), Allan Godói, Nilson Júnior e JOão Victor; Wesley Dias (Eloir), Ferreira, Soares; Thiago André (Wendson) Pimentinha (Gabriel Popo) e Eron. Técnico: João Brigatti

NÁUTICO
Lucas Perri; Hereda, Rafael Ribeiro, Carlão e Júnior Tavares; Djavan, Rhaldney, Richard Franco (Wagninho) e Ewandro (Carpina); Leandro Carvalho (Pedro Vitor) e Robinho. Técnico: Hélio dos Anjos

Local: Estádio Castelão, em São Luís (MA)
Árbitro: Adriano Barros Carneiro (CE)
Assistentes: Cleberson do Nascimento Leite e Anderson da Silva Rodrigues (ambos do CE)
Gols: Rhaldney (aos 31 do 1ºT)
Cartões amarelos: Mateusinho (Sampaio Corrêa); Júnior Tavares, Pedro Vítor (Náutico)
Público: 1.108
Renda: R$ 16.625,00

Sport bate o Vera Cruz por 3 x 1

06/02/22

Recuperando-se da derrota para o Retrô na rodada anterior, o Sport venceu o Vera Cruz neste sábado (5), diante do seu torcedor. Na Ilha do Retiro, o Leão construiu o placar no segundo tempo, com destaque para as mudanças feitas por Gustavo Florentín. Os atacantes JádersonFlávio Cristiano marcaram para fechar o 3×1 rubro-negro pelo Campeonato Pernambucano. Pelo Galo do Maués, Braga diminuiu a diferença.

Sem centroavantes disponíveis, Florentín optou por promover o atacante Flávio, prata da casa, como titular pela primeira vez na carreira. Mesmo após demonstrar insatisfação com o início de temporada do meia Denner, o camisa 88 seguiu no time titular.

A etapa inicial foi de poucas oportunidades e muita disputa entre as duas equipes. A primeira chegada foi aos três minutos, quando Sander tabelou com Juba pelo lado esquerdo e cruzou na medida para Flávio, que, na marca do pênalti, errou a cabeçada. Aos 24, Índio chutou de fora da área e obrigou Maílson a realizar a defesa.

A chance mais perigosa do primeiro tempo foi dos visitantes. Após erro de passe de Denner no meio-de-campo, Índio avançou pela esquerda  e serviu Ramires, que finalizou raspando a trave rubro-negra, aos 35. Instantes depois, o Sport respondeu. Jaílton errou na saída de bola e Juba infiltrou na área para finalizar em cima de Ciriaco, que defendeu com tranquilidade.

Insatisfeito com o desempenho do Sport na primeira etapa, Gustavo Florentín promoveu três alterações antes da bola voltar a rolar. Entraram Jáderson, o estreante Blas Cárceres e Ewerthon nos lugares de Ray Vanegas, Denner e Ezequiel.

As modificações surtiram efeito e o Leão voltou do intervalo mais intenso e com mais atitude dentro de campo. Após boa jogada individual de Jáderson pelo lado direito, o ponta encontrou Blas na entrada da área, e o meio-campista chutou fraco para a defesa de Ciriaco.

A bola parada passou a ser um recurso bem utilizado pelo Leão, que chegou com perigo em uma cobrança de falta ensaiada, aos 17, onde Juba encontrou Thyere sozinho na área, e aos 19, quando Juba cobrou escanteio na cabeça de Chico, que cabeceou com perigo.

O placar só veio a ser aberto aos 23 minutos, quando Flávio encontrou Ewerthon bem colocado no lado direito da grande área e o lateral cruzou na medida para Jáderson. O camisa 20 se jogou na bola e mandou para o fundo das redes, marcando pela terceira vez com a camisa rubro-negra.

Aos 31, o Leão marcou novamente. Luciano Juba cobrou falta na trave e, no rebote, Flávio chegou sozinho para marcar seu primeiro gol como profissional. O terceiro gol leonino também partiu dos pés de um prata da casa. Após cruzamento oriundo da esquerda, o atacante Cristiano bateu de perna esquerda e converteu.

O Vera Cruz diminuiu no último lance da partida, com um belo gol de Braga, que acertou um forte chute de esquerda, de fora da grande área. O jogador foi formado na base do Sport, onde ficou até o sub-19, antes de se transferir para o Retrô.

Especial de domingo: Os 105 anos da Hecatombe de Garanhuns

06/02/22

 

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Por Ítalo Rocha Leitao *

 

 

“Se eu ganhar essa eleição, vou mandar lhe dar uma surra de cipó de boi!”.
E o capitão Sales respondeu ao coronel Júlio Brasileiro na bucha:
“E eu mato você!”.

Surra dada, coronel morto. Assim começava uma briga paroquial que teve como desfecho a maior tragédia política que já se abateu sobre Pernambuco e que virou notícia internacional: A Hecatombe de Garanhuns. O mês era janeiro e o ano 1917. Dois livros foram publicados sobre o assunto,
“A Cobertura Jornalística da Hecatombe de Garanhuns”, de Cláudio Gonçalves, e “Anatomia de uma tragédia”, de Mário Márcio de A. Santos. Os dois escritores são da terra onde aconteceu a tragédia.

Garanhuns já se apresentava naquela segunda década do século XX como um dos municípios mais prósperos de Pernambuco. A agropecuária, as plantações de café e o comércio se destacavam. A família do coronel Júlio Brasileiro era não só a mais rica, como também a que mais acumulava poder político. E tinha uma característica bem peculiar: a truculência! Ninguém ousava desacatá-los. Deputado estadual e latifundiário de terras férteis, o coronel tinha sido também eleito prefeito de Garanhuns pela segunda vez em poucos anos, derrotando o candidato de uma oposição formada por ex-prefeitos, coronéis, médicos e ricos comerciantes da cidade.

Nesse rol, estava o capitão Francisco Sales Vila Nova, da Guarda Nacional, assim também como o coronel Júlio Brasileiro.
O capitão tinha uma atuação social no município e era tido como “oposição barulhenta” no combate ao poderia político do coronel Júlio Brasileiro. E foi exatamente ele quem denunciou a situação irregular do recém-eleito prefeito de Garanhuns. A alegação tinha fundamento jurídico porque, naquela época, como deputado estadual, o coronel não poderia ter disputado as eleições municipais. Sendo assim, o pleito foi anulado. E um novo decreto do governador Manoel Borba permitiu a candidatura do deputado Júlio Brasileiro em uma nova eleição marcada para o início de janeiro. Poucos dias antes, houve o fatídico encontro entre o coronel e seu desafeto principal, o capitão Sales. Em protesto contra o decreto, a oposição não participou da eleição.
Eleito prefeito de novo, o coronel pegou o trem pro Recife para compromissos políticos. Hospedou-se no Hotel Universo, na Rua Duque de Caxias, no centro da capital.

Em Garanhuns, assim que o dia escureceu, o capitão Sales foi atacado, no centro da cidade, por homens a cavalo e mascarados. Cada um com um rifle a tiracolo e um cipó de boi na mão. Pela voz e pela compleição física de um dos algozes, entre uma chibatada e outra, o capitão reconheceu o irmão do coronel Júlio Brasileiro. Dia seguinte, ainda sentindo as dores nas costas, lugar mais atacado pelas cipoadas, o capitão Sales se dirigiu à estação e pegou o trem pro Recife. Era o domingo, 14 de janeiro, a capital pernambucana vivia seu pleno verão. Já era noite quando ele desceu na Estação das 5 Pontas, bem próximo ao Forte de mesmo nome. Passou na casa de um amigo e depois se dirigiu para o centro. Ficou umas duas horas zanzando pelo entorno da Pracinha da Independência à procura do seu inimigo figadal. Passava um pouco de nada das oito da noite quando avistou quem procurava. O capitão tinha sangue nos olhos e carregava na cinta um revólver e uma faca.
O rico e poderoso coronel Júlio Brasileiro estava sentado no elegante e luxuoso Café Chile, de onde se avistava o prédio do Diário de Pernambuco. O local só comportava a frequência da elite pernambucana. O coronel estava na companhia de dois amigos. Vestia fraque, colete, calça listrada, chapéu e sapatos bem lustrados. Com exceção da camisa branca, toda a vestimenta era na cor preta. As abotoaduras de ouro se sobressaíam dos seus punhos. A sua elegância chamava a atenção de funcionários e clientes. A sua identificação logo correu de mesa em mesa. Portava uma pistola importada e um reluzente punhal de cabo de madrepérola. Tinha pedido ao garçom um sorvete. Mas, não teve tempo de saborear sua guloseima. Em poucos instantes, o capitão Sales entrou no Café Chile. O primeiro tiro atingiu o coronel no rosto de raspão. O capitão se aproximou e desferiu o segundo tiro, que atingiu seu inimigo na boca a uma distância de 2 metros. O coronel tentou puxar a pistola e um terceiro tiro acertou o seu peitoral. Mesmo assim, ele partiu pra cima do seu agressor. O capitão se assombrou com o destemor do coronel e correu em direção à Praça da Independência. Com a Mauser em punho, o coronel saiu correndo para também balear seu inimigo. Mas, os ferimentos eram graves e ele foi atingido por mais um tiro, desta vez no abdômen. Caiu agonizante na calçada do Hotel Lido. Uma poça de sangue se formou ao redor do seu corpo, encharcando a sua elegante vestimenta. Alguém conseguiu a proeza de lhe acender uma vela.
A chama ainda estava acesa quando o coronel, aos 54 anos, deu seu último suspiro. Seu corpo foi levado para dentro do saguão do Hotel Lido, que fechou suas portas. Estava definitivamente fora de combate um dos homens mais poderosos de Pernambuco. Sua necrópsia, no IML, em Santo Amaro, no Recife, ao lado do Cemitério que leva o mesmo nome do bairro, foi acompanhada por Dantas Barreto, ex-governador de Pernambuco e senador, Neto Campelo, futuro ministro do governo Dutra, desembargadores, deputados estaduais, a cúpula da polícia civil e representantes do governador Manoel Borba. No Palácio do Campo das Princesas, foi acesa a luz vermelha.
Em sua ampla residência de Garanhuns, ao receber um telegrama comunicando o assassinato do marido, a viúva Ana Duperron Brasileiro culpou os integrantes da oposição e baixou a sua sentença : “Só derramarei minhas lágrimas pelo meu marido quando todos os culpados pagarem pela morte dele”.

Na vingança pela morte do Coronel, 18 pessoas foram mortas poucas horas depois do assassinato.

Foi Ana Duperron que fez da sua casa um quartel-general para arquitetar a vindita. Reuniu todos os parentes do marido e pediu que cada um arregimentasse o maior número possível de jagunços. Essa mão de obra do crime foi importada, em sua maioria, de Brejão, terra de origem da família Brasileiro.
Astuta e determinada a consumar seu intento de forma eficiente e rápida, Ana Duperron chamou à residência da família Brasileiro o juiz e o delegado de Garanhuns. Entregou ao juiz Abreu e Lima e ao delegado Meira Lima uma lista com os nomes de 13 pessoas que ela e os familiares do marido julgavam terem sido os mandantes do crime. E pediu às duas autoridades máximas do município que recolhessem à cadeia pública quem constasse daquela relação para evitar a morte de cada um. A atitude da viúva do coronel, do delegado e do juiz foi considerada um complô para execução da vingança.
Pouco tempo depois de os “suspeitos” serem recolhidos à cadeia pública, os jagunços arregimentados pela família do coronel Júlio Brasileiro invadiram a prisão armados de rifles e pistolas e abriram fogo. Um cabo e quatro soldados responsáveis pela segurança do prédio foram mortos em combate. Alguns jagunços também não resistiram aos ferimentos. Entre os outros mortos, estavam o coronel Manoel Jardim, ex-prefeito de Garanhuns e ex-deputado e o seu sobrinho Luiz Gonzaga Jardim; Francisco Veloso, também ex-prefeito da cidade; Os ricos comerciantes e fazendeiros Júlio Tavares de Miranda e seu irmão Argemiro Tavares de Miranda, também ex-prefeito de Garanhuns; Sátiro Ivo, um dos mais ricos comerciantes do agreste, e o médico Antônio Borba Júnior. No dia seguinte ao ataque à cadeia pública de Garanhuns, o corpo do coronel Júlio Brasileiro chegou à cidade e foi enterrado no cemitério local pelos familiares, tendo à frente do cortejo a viúva. Com a tonalidade do seu traje toda em preto, ela usava um longo vestido, luvas e um véu transparente que descia do chapéu para lhe encobrir todo o seu rosto. Quem olhasse pra ela poderia perceber as lágrimas que escorriam dos seus olhos negros. Depois daquele dia, 16 de janeiro de 1917, uma terça-feira, nunca mais se soube notícia de Ana Duperron Brasileiro.

*Ítalo Rocha Leitao é jornalista

Especial de domingo: Protetos por Moïse, congolês assassinado no Rio, acontecem em pelo menos 12 capitais

06/02/22

Midias Sociais

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Caso Moïse: manifestantes pedem a punição dos assassinos do jovem congolês

Caso Moïse: manifestantes pedem a punição dos assassinos do jovem congolês

 

Os atos contra o racismo e a xenofobia se deram de forma pacífica e reuniram centenas de pessoas. Em Redenção (CE), primeira cidade brasileira a libertar todos os seus escravos, estudantes também lembraram Moïse e pediram respeito à população negra.

Em Berlim, na Alemanha, manifestantes também se reuniram em frente à embaixada do Brasil.

Veja abaixo mais detalhes sobre as manifestações.

No Rio de Janeiro

Manifestantes protestam por justiça pela morte de Moïse Kabagambe na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. — Foto: Carl de Souza/AFP

Manifestantes protestam por justiça pela morte de Moïse Kabagambe na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. — Foto: Carl de Souza/AFP

O ato começou em frente ao quiosque Tropicália, onde Moïse foi morto a pauladas por vários homens, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. As duas pistas das Avenida Lúcio Costa chegaram a ser interditadas, e centenas de pessoas participaram de uma caminha pela orla do bairro.

Durante ato em homenegem a Moïse Kabagambe no Rio, manifestantes tentam tirar letreiro do quiosque onde o congolês foi assassinado. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Durante ato em homenegem a Moïse Kabagambe no Rio, manifestantes tentam tirar letreiro do quiosque onde o congolês foi assassinado. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Houve um princípio de tumulto, quando manifestantes atacaram o quiosque e chegaram a tentar retirar o letreiro, segundo informações da GloboNews. Em um carro de som, onde estavam parentes de Moïse, organizadores pediram que o ato seguisse de forma pacífica, e os ânimos se acalmaram.
Manifestantes protestam contra o assassinato de Moïse Kabagambe, na Barra da Tijuca, no Rio. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Manifestantes protestam contra o assassinato de Moïse Kabagambe, na Barra da Tijuca, no Rio. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Moïse trabalhava por comissões nos quiosques do local – no Tropicália e no Biruta, que a prefeitura do Rio anunciou que vão virar um memorial à cultura africana e serão administrados pela família do congolês. O objetivo, segundo a prefeitura, é promover a integração social e econômica de refugiados africanos.

Manifestante carrega cartaz com os dizeres "justiça por Moïse" em ato no Rio em frente ao local onde o congolês foi brutalmente morto a pauladas. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Manifestante carrega cartaz com os dizeres “justiça por Moïse” em ato no Rio em frente ao local onde o congolês foi brutalmente morto a pauladas. — Foto: Lucas Landau/Reuters

Em São Paulo

Manifestantes seguram cartazes com pedidos de justiça pela morte de Moïse Kabagambe durante manifestação em São Paulo neste sábado — Foto: Carla Carniel/Reuters

Manifestantes seguram cartazes com pedidos de justiça pela morte de Moïse Kabagambe durante manifestação em São Paulo neste sábado — Foto: Carla Carniel/Reuters

O protesto, convocado por ativistas e integrantes de movimentos negros, começou na manhã deste sábado (5) no vão do Museu de Arte Moderna de São Paulo(Masp), localizado na Avenida Paulista, centro financeiro da capital.

Manifestante fala durante ato em homenagem a Moïse Kabagambe no vão do MASP em São Paulo. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Manifestante fala durante ato em homenagem a Moïse Kabagambe no vão do MASP em São Paulo. — Foto: Carla Carniel/Reuters

Os manifestantes, entre eles vários imigrantes, pediram “justiça” pela morte de Moïse, recitaram poesias africanas e conversaram sobre as dificuldades que imigrantes e refugiados enfrentam ao chegar no Brasil, pedindo mais apoio do governo. Por volta das 12, o ato chegou a ocupar uma via da Avenida Paulista, que foi bloqueada para carros.

Em São Paulo, manifestante passa em meio a cartazes com os nomes de Moïse, Kathlen e Durval: três pessoas negras que foram recentemente assassinadas no Brasil. — Foto: Carla Carniel

Em São Paulo, manifestante passa em meio a cartazes com os nomes de Moïse, Kathlen e Durval: três pessoas negras que foram recentemente assassinadas no Brasil. — Foto: Carla Carniel

Em Salvador

Representantes do Olodum participaram do ato no Pelourinho — Foto: Maíra Reis

Representantes do Olodum participaram do ato no Pelourinho — Foto: Maíra Reis

Na capital baiana, o ato foi organizado pela “Coalizão Negra por Direitos” e outras 19 entidades. Os participantes se reuniram no Largo do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, por volta das 10h, e dispersaram às 12h30.

Entre os grupos que marcaram presença do protesto estão o Olodum, a banda Didá e o Ilê Aiyê Músicos rufaram tambores e usaram a música de origem africana para prestar homenagem a Moïse, em sinal de luto.

Protesto contra morte de congolês em Salvador, Bahia — Foto: Maíra Reis

Protesto contra morte de congolês em Salvador, Bahia — Foto: Maíra Reis

Manifestação em Brasília pede justiça por congolês Moïse — Foto: Por Todas Vidas Negras/DF/Reprodução

A manifestação, organizada pelo movimento “Pelas Vidas Negras DF”, reuniu dezenas de pessoas em frente ao Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios, para pedir justiça para os responsáveis pelo assassinato de Moïse.

Durante o protesto, os participantes fizeram um ato simbólico lavando líquido vermelho que representava o sangue das vítimas de crimes com teor racial.

Manifestação em Brasília pede justiça por congolês Moïse — Foto: TV Globo/Reprodução

Os cartazes reforçavam a luta contra o racismo e a xenofobia, e também lembravam a morte de Durval Teófilo Filho, homem negro assassinado por um vizinho que disse tê-lo confundido com um “bandido”, também no Rio.

No Recife

[Recife, sábado (5), 16h40] Protesto na Avenida Conde da Boa Vista, no Recife, pede justiça para congalês morto no Rio de Janeiro — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

[Recife, sábado (5), 16h40] Protesto na Avenida Conde da Boa Vista, no Recife, pede justiça para congalês morto no Rio de Janeiro — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

[Recife, sábado (5), 16h30] Manifestantes se reúnem em calçada da Avenida Conde da Boa Vista, na região central do Recife, em protesto por congalês morto no Rio de Janeiro — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

[Recife, sábado (5), 16h30] Manifestantes se reúnem em calçada da Avenida Conde da Boa Vista, na região central do Recife, em protesto por congalês morto no Rio de Janeiro — Foto: Mhatteus Sampaio/TV Globo

Os manifestantes levaram faixa, bandeiras e cartazes. Algumas pessoas utilizavam roupas típicas de outros países. Com tambores de maracatu, os manifestantes pediam “o fim do extermínio dos pretos” (veja vídeo abaixo).

Justiça por Moïse: protesto no Recife pede justiça para congolês morto no Rio

Justiça por Moïse: protesto no Recife pede justiça para congolês morto no Rio

 

Manifestantes pedem justiça por Moïse Kabagambe, em Belo Horizonte — Foto: Flávia Ayer/ TV Globo

O ato na capital mineira contou com o apoio de 37 grupos da sociedade civil e partidos políticos e foi realizado na manhã deste sábado (5). A concentração começou às 10h, na Praça Sete, no Centro da capital, e seguiu até a Praça Raul Soares.

Em cartazes contra o racismo e a xenofobia, manifestantes pediram justiça. Uma das manifestantes, Mariana Fernandes, integrante do Movimento de Mulheres Olga Benário, cobrou respostas para que outros jovens negros não sejam assassinados.

“A maior parte dos jovens mortos no nosso país são negros. Há uma falta de políticas públicas para o enfrentamento dessa realidade”, disse.

Em Natal

Manifestação aconteceu no centro de Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Manifestação aconteceu no centro de Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Representantes de movimentos sociais e do movimento negro se reuniram na esquina da Avenida Rio Branco com a Avenida João Pessoa , um dos trechos mais movimentados no centro comercial de Natal, por volta das 9h.

Manifestação aconteceu na manhã deste sábado (5) no centro de Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Manifestação aconteceu na manhã deste sábado (5) no centro de Natal — Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi

Os manifestantes usavam máscaras e fizeram discursos contra o racismo e a xenofobia. Muitos vestiam camisa antirracistas.

Em Porto Alegre

Ato contra morte de congolês em Porto Alegre — Foto: Reprodução / RBS TV

Ato contra morte de congolês em Porto Alegre — Foto: Reprodução / RBS TV

A manifestação foi organizado pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Migrações da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Nepemigra, e realizada no Parque da Redenção

No local, pessoas empunhavam faixas e cartazes pedindo justiça pelo assassinato de Moïse, que foi espancado e morto com mais de 30 pauladas.

Em São Luís

Manifestantes fazem ato em São Luís contra morte do imigrante congolês Moïse — Foto: Rafaela Braga/TV Mirante

Manifestantes fazem ato em São Luís contra morte do imigrante congolês Moïse — Foto: Rafaela Braga/TV Mirante

O ato, que começou por volta das 9h e se dispersou às 12h, reuniu dezenas de pessoas e foi organizado pelo Comitê Maranhense de Combate ao Racismo e Xenofobia com o apoio do Centro de Cultura Negra, Coalização Negra por Direitos e estudantes africanos.

Com discursos, os participantes se manifestaram contra o assassinato do congolês e também contra o racismo em um ato na Praça Deodoro, na área central de São Luís. A manifestação contou com apresentação cultural de grupos.

Em Curitiba

Manifestação Justiça por Moise, em Curitiba — Foto: Victor Hugo/RPC

Manifestação Justiça por Moise, em Curitiba — Foto: Victor Hugo/RPC

Moradores de Curitiba se reuniram no Centro histórico da cidade, em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário construída e destinada a negros escravizados.

Nos cartazes, os manifestantes pediam justiça por Moïse, para que se pare de matar homens e mulheres pretos, alertavam para a normalização da barbárie e que vidas negras importam.

Manifestação Justiça por Moise, em Curitiba — Foto: Elcio Branco/RPC

Manifestação Justiça por Moise, em Curitiba — Foto: Elcio Branco/RPC

“Nós migramos com os nossos direitos aqui para o Brasil, então, tudo isso tem que ser respeitado. Moïses morreu hoje por desrespeito por ser imigrante, por ser congolês. Mas, amanhã, pode ser eu”, disse Gloire Nkialulendo, presidente da Associação de Africanos de Curitiba (Bomoko).

Em Cuiabá

Os manifestantes se reuniram com faixas cobrando justiça pela morte do congolês na praça da Mandioca, no centro de Goiânia, neste sábado.

No palanque, participantes se revezaram nos discursos e falaram sobre os casos de racismo no Brasil.

Ato em Cuiabá em homenagem a Moïse — Foto: Reprodução

Ato em Cuiabá em homenagem a Moïse — Foto: Reprodução

“O racismo é a interdição cotidiana que as pessoas negras têm de ocupar espaços de poder. O racismo é a compreensão da branquitude que chegou primeiro controlando o estado e não abre espaço para nenhum negro entrar”, discursou a vereadora Edna Sampaio (PT).

Em Palmas

Ato acontece na capital tocantinense — Foto: Divulgação

Ato acontece na capital tocantinense — Foto: Divulgação

Representantes da Associação Dos Filhos e Amigos da África (AFAA) fizeram um ato no início da noite deste sábado (5) na praça dos Girassóis, no início da noite deste sábado. Os participantes utilizaram camisetas com a frase: “ Tocantins está com Moïse Kabagambe. Justiça, Justiça, Justiça”.

“Esse ato para nós é uma reflexão. É um ato para abrir o diálogo contra o racismo, e para nos unir. Não podemos nos manter calados, precisamos estar juntos” disse Aires Panda, um dos membros da associação.

No Ceará

Estudantes homenagearam o congolês Moïse em frente ao monumento “Negra Nua”, em Redencão (CE) — Foto: Walbert Costa/SVM

Estudantes homenagearam o congolês Moïse em frente ao monumento “Negra Nua”, em Redencão (CE) — Foto: Walbert Costa/SVM

Participantes de movimentos sociais e alunos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) realizaram, na tarde deste sábado (5), um protesto pela morte de Moïse Kabagambe, em Redenção, no Ceará.

O ato ocorreu nas proximidades do monumento Negra Nua em frente ao campus da Liberdade, da Unilab e foi convocado pelo coletivo das Associações de Estudantes Africanos da instituição.

Redenção foi a primeira cidade brasileira a libertar todos os seus escravos, em 1883, cinco anos antes da abolição da escravatura em todo o Brasil, com a assinatura da Lei Áurea em 1888. A cidade sedia a universidade, que é destinada a alunos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

Usando máscaras de proteção contra a Covid-19, os estudantes exibiam faixas que pediam Justiça e respeito pela população negra. Os cartazes traziam mensagens como “justiça por Moïse”, “a carne mais barata do mercado é a carne negra” e ainda “nós somos humanos”.

Estudantes fazem homenagem a Moïse Kabagambe em Redenção, no Ceará — Foto: Walbert Costa/SVM

Estudantes fazem homenagem a Moïse Kabagambe em Redenção, no Ceará — Foto: Walbert Costa/SVM

Para o professor moçambicano do Instituto de Humanidades, Segone Ndangalila Cossa, além de prestar uma homenagem a Moïse, os participantes celebram a comunhão da nação africana.

“Será também um momento de celebração de comunhão e de organização negra africana para homenagear Moïse Kabagambe, que foi um imigrante congolês brutalmente assassinado no Rio de Janeiro. E o nosso coro junta-se ao coro nacional”, explicou.

Em Berlim

Dezenas de manifestantes se reuniram, em Berlim, para pedir justiça e se solidarizar com os atos de protesto no Brasil pela morte de Moïse. Segundo a DW, o protesto aconteceu em frente à embaixada do Brasil.

Ainda de acordo com informações da agência, manifestantes se revezaram ao microfone para pedir que o caso não fique impune. Eles lembraram que Moïse foi para o Brasil em busca de segurança, mas acabou morto de forma brutal. Também foram cantadas músicas brasileiras que fazem referência ao sofrimento dos negros na história do país.