18/11/21
O alcance de mais de oito milhões de doses de vacinas contra a Covid aplicadas até o mês de agosto foi um dos resultados destacados, nesta quinta, pelo secretário estadual de Saúde, André Longo (foto) , em reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. O gestor estadual veio ao Colegiado prestar contas sobre as ações referentes ao segundo quadrimestre de 2021. A ampliação e a abertura de novos serviços de saúde em hospitais do interior também foi relatada pelo secretário.
André Longo elogiou a Alepe por exigir a vacinação dos servidores da Casa e defendeu que pelo menos 90% da população pernambucana seja imunizada com a segunda dose até março de 2022. Hoje, o estado registra mais de 66% da população com esquema vacinal completo, e a segunda menor taxa de mortalidade por Covid no país:
“A gente aqui em Pernambuco tem procurado, inclusive ouvindo o conselho científico do Nordeste, ouvindo os comitês técnicos, procurado avançar de forma técnica, sem dar passos maiores do que as pernas, pra não ter que ‘trupicar’ e voltar, dar passos atrás. A gente está lidando com uma doença ainda muito traiçoeira. Falar, por exemplo, de Carnaval hoje é o maior desafio. É a maior decisão que a gente vai ter que tomar. A gente ainda não tem números. À luz dos números de hoje não é possível atestar o Carnaval com o nível de aglomeração que tem em Pernambuco”.
A ampliação do serviço de cardiologia do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru, no Agreste Central, também foi destacada na prestação de contas. Segundo o gestor, a unidade médica quadruplicou a capacidade de atendimento e é a primeira do Interior a realizar esse tipo de procedimento, 24h por dia. Também foi inaugurado, no período, o serviço de hemodiálise do Hospital Regional Inácio de Sá, em Salgueiro, no Sertão Central.
Em Garanhuns, no Agreste Meridional, foi iniciado um serviço especializado de Oftalmologia com estrutura para realizar mais de cinco mil consultas e mil cirurgias por mês. Em relação ao financiamento do setor, André Longo ressaltou que o estado entrou com 68% dos recursos necessários à composição do fundo estadual de saúde, enquanto o Governo Federal respondeu por 31,9% dos investimentos.
Em relação a 2020, houve um aumento de 27% das despesas liquidadas, totalizando cerca de dois vírgula nove bilhões de reais. O secretário estadual apontou que, a médio prazo, a situação é “insustentável”: “Tem município que está colocando 25% dos seus recursos na saúde, 26%… quando o mínimo era 15%, então realmente é uma situação muito delicada e que precisa de uma atenção, sim. A gente tem buscado fazer esse debate no âmbito do Conae, do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde. Inclusive, aproveitando pra dizer do papel fundamental do Consórcio Nordeste como articulador dos nossos estados, das nossas estratégias de saúde”.
O vice-presidente da Comissão de Saúde, deputado Isaltino Nascimento, do PSB, defendeu a união dos governadores em prol de um percentual maior de contrapartida da União na saúde: “De colocar uma emenda constitucional articulada pelos deputados federais e senadores para retomar o percentual obrigatório de saúde da União em relação aos municípios e os estados”.
Já a presidente do Colegiado, deputada Roberta Arraes, do PP, destacou a eficiência na aplicação dos recursos estaduais. “É importante registrar também a descentralização dos serviços de saúde nos municípios do interior. Faço um destaque para o Sertão do Araripe, para o Hospital e Maternidade Santa Maria, que nesses últimos dias foram contratualizados 20 leitos de UTI geral, antes voltados para pacientes com Covid-19”.
Representando os usuários, Euclides Monteiro registrou que o Conselho Estadual de Saúde, por meio da Comissão de Análise de Orçamento, está satisfeito com os resultados: “A nossa comissão não fez nenhuma contestação contra esse relatório, e aprovamos e ficamos felizes com o resultado que hoje está sendo prestado dos serviços da saúde à nossa população”. deputado Antonio Fernando, do PSC, também acompanhou a prestação de contas.
O parlamentar elogiou a estratégia de enfrentamento da Covid, a descentralização do atendimento hospitalar, mas revelou preocupação com a liberação dos eventos de Carnaval ainda em contexto de pandemia. Antonio Fernando ainda solicitou um debate sobre o direito das mulheres optarem pelo parto tipo cesariana na rede estadual, que já se tornou lei no estado de São Paulo.
João Paulo Lima, do PCdoB, parabenizou a gestão da Saúde e pediu a opinião do secretário estadual sobre o projeto de lei que obriga candidatos de concursos públicos a serem submetidos a exames toxicológicos. Em resposta, André Longo disse não conhecer o teor da proposta, mas que a Secretaria se dispõe a fazer uma análise técnica sobre a medida. Quanto ao debate sobre o parto cesariana, o gestor defendeu o direito de escolha da mulher, mas alertou que a decisão deve ser feita com base em dados técnico-científicos.