Ararinhas-azuis chegam ao Brasil e desembarcam em Petrolina

Uma raridade no Brasil

Por: Agência Brasil

 (Foto: Divulgação/ACTP)
Foto: Divulgação/ACTP

 

Cinquenta ararinhas-azuis desembarcaram no Brasil, na tarde  de ontem (3), no Aeroporto de Petrolina. As aves, vindas da Alemanha, serão levadas para a cidade de Curaçá, na Bahia, onde um centro de reprodução foi construído especialmente para elas.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), por medida de segurança, as araras vão passar por um período de quarentena para adaptação e treinamento. Depois disso, serão soltas na natureza para viver em vida livre. A primeira soltura está prevista para 2021. O ICMBio informou que existem hoje pelo mundo 163 aves da espécie.
Segundo o instituto a data – 3 de março – foi escolhida por ser o Dia Internacional da Vida Selvagem, com objetivo de lembrar a fauna e a flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies animais selvagens no mundo.
Parceria
O ICMBio e a organização não governamental Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), da Alemanha, firmaram no ano passado um acordo que oficializou a vinda das ararinhas do país europeu para o Brasil. Entre os parceiros, estão, além da ONG alemã ACTP, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).
Histórico
As aves foram descobertas no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie exclusiva do bioma da caatinga brasileira, que se se concentra na Região Nordeste do Brasil, teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais. informou o Instituto.
O ICMBio explicou que os poucos exemplares que restaram em coleções particulares no mundo vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro, todos no exterior.
A ararinha é considerada uma das espécies de ave mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo possivelmente Extinta na Natureza, restando apenas indivíduos em cativeiro.

Nota da Redação: Na década de 1990, o editor deste blog acompanhou de perto, em Curaçá, a luta dos ambientalistas para preservar a vida de um casal de ararinhas-azuis na região de Curaçá. Restou apenas uma ave que conseguiu uma amizade de pai com filho ou marido e mulher com um perequito. Não prosperou e muitas tentativas foram feitas para se conseguir uma povoação mínima desse tipo de aves naquela região.  Parabéns ao pessoal que está empenhado nesta luta interessante e digna de reconhecimento por todo mundo.

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