Banco Master: Investidor aciona Justiça contra Vorcaro após liquidação

26/12/25-     http://blogfolhadosertao.com.br  –     Midias sociais

Primeira ação individual contra presidente do banco pede indenização por perdas em CDBs

O empresário Daniel Vorcaro  (foto) , controlador do Banco Master, tornou-se alvo de uma ação na Justiça de São Paulo movida por uma investidora pessoa física que alega prejuízos decorrentes de aplicações em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) emitidos pela instituição. As informações são do Valor Investe.

O processo, protocolado na quinta-feira (18) na 4ª Vara Cível do Foro Regional de Santana, zona norte da capital paulista, pede indenização por danos materiais e morais e atribui à causa o valor de R$ 306,7 mil.

Trata-se da primeira ação individual conhecida contra Vorcaro relacionada à liquidação extrajudicial do banco. Além do empresário, também figuram como réus outros sócios ligados à instituição, entre eles Felipe Wallace Simonsen e Armando Miguel Gallo Neto.

De acordo com os autos, os investimentos foram realizados por meio da corretora Nu Invest, do Nubank, em diferentes séries de CDBs do Banco Master. Os papéis apresentam prazos longos de vencimento — alguns com data final apenas em 2030 — e combinam remuneração prefixada e atrelada ao CDI.

A investidora sustenta que a liquidação extrajudicial do banco comprometeu a segurança e a rentabilidade das aplicações, configurando o fundamento central do pedido de responsabilização civil.

A documentação anexada ao processo indica forte concentração da carteira da autora em títulos do Banco Master. Segundo os extratos, o volume total investido supera R$ 500 mil, distribuído entre diferentes emissões e prazos.

FGC no centro da ação

Um dos pontos-chave da ação envolve os limites do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). A proteção oferecida pelo mecanismo é restrita a até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

Como o montante aplicado ultrapassa esse teto, apenas parte dos recursos é elegível à garantia, deixando o valor excedente descoberto. Além disso, o FGC consolida todos os investimentos feitos no mesmo banco para fins de cobertura, independentemente da data de aplicação ou do vencimento dos títulos, e restitui apenas o valor principal acrescido da remuneração até a data da intervenção.

O processo não corre sob segredo de Justiça e, até o momento, não há pedido de tutela de urgência. Procurada pela reportagem, a assessoria de Vorcaro não quis comentar o caso.

Quem é o ministro do TCU que questionou liquidação do banco

O caso do Banco Master ganhou um novo desdobramento na última semana, quando o TCU (Tribunal de Contas da União) decidiu solicitar esclarecimentos ao Banco Central sobre a condução do processo de liquidação da instituição. Na avaliação do órgão de controle, a medida adotada pelo BC pode ter sido excessivamente rigorosa ou precipitada.

O questionamento partiu do ministro do TCU Jhonatan de Jesus, ex-deputado federal por Roraima e integrante do tribunal desde março de 2023. Indicado pela liderança do partido Republicanos na Câmara dos Deputados, Jhonatan foi eleito com amplo apoio parlamentar e teve seu nome aprovado posteriormente pelo Senado, antes de ser nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Formado em medicina e filho do senador Antônio Mecias, Jhonatan assumiu a vaga aberta com a aposentadoria compulsória da ministra Ana Arraes.

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