Greve do Metrô do Recife é suspensa por 30 dias e trens voltaram a  a circular  hoje (6)

06/11/25

Adelmo Lucena/ DP

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CBTU terá 30 dias para avaliar plano emergencial proposto pelos trabalhadores

Metrô do Recife /Foto: Rafael Vieira/DP

Metrô do Recife (Foto: Rafael Vieira/DP)

Após três dias de paralisação, os metroviários de Pernambuco decidiram, nesta quarta-feira (5), suspender a greve que havia interrompido a operação do Metrô do Recife há três dias. Com o fim do movimento, as 36 estações do sistema voltam a funcionar a partir das 5h desta quinta-feira (6). A retomada foi confirmada também pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

A decisão de suspender o movimento, que era de duração indeterminada, foi tomada em assembleia. Antes da votação, os metroviários realizaram uma manifestação, saindo da Estação Central, no bairro de São José, em direção a Santo Amaro. “Foi uma caminhada bem expressiva, em que dialogamos com a sociedade sobre o processo de reivindicação da nossa categoria, que basicamente pede a reestruturação do sistema e investimentos”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), Tiago Mendes.

A assembleia aconteceu um dia após a reunião entre o (SindMetro-PE) e a CBTU, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

Durante o encontro, os trabalhadores apresentaram o Plano Emergencial de Recuperação do Metrô do Recife, documento que lista 10 ações imediatas, investimentos e reformas estruturais voltadas à segurança, à manutenção e à qualidade do serviço.

A CBTU deve analisar o plano em até 30 dias, período em que a greve permanecerá suspensa.

“A greve é considerada suspensa porque, na mediação, se em 30 dias não houver uma resposta adequada ou, pelo menos, um encaminhamento mínimo, a categoria tem praticamente autorizada a retomada do movimento, desde que decida por isso em assembleia”, explica Tiago Mendes.

Greve

Durante a greve, cerca de 170 mil passageiros ficaram sem o serviço e precisaram recorrer a ônibus e aplicativos de transporte, o que provocou superlotação nos coletivos e nos terminais integrados da Região Metropolitana do Recife.

A mobilização dos metroviários foi desencadeada após um incêndio em um trem da Linha Centro, ocorrido em 25 de outubro, que provocou a paralisação do Ramal Camaragibe até o dia 31. O episódio, segundo o sindicato, evidenciou a necessidade urgente de investimentos em segurança, infraestrutura e manutenção do sistema.

Em 30 de outubro, diante do impasse e da falta de garantias sobre melhorias estruturais, a categoria decidiu iniciar a greve. Além das condições de operação, os metroviários também protestam contra o projeto de privatização do sistema metroviário, anunciado pelo governo federal.

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