11/08/25
Com investimento de R$ 106 milhões, a nova ponte facilitará o tráfego entre as avenidas Recife e Mascarenhas de Moraes
O prefeito João Campos (foto) visitou, nesta sexta-feira , o canteiro de obras da Ponte Júlia Santiago, que vai ligar os bairros de Areias e Imbiribeira, cruzando o Rio Tejipió. A obra já atingiu 76% de conclusão e vai transformar a mobilidade urbana na região. Com um investimento total de R$ 106 milhões, sendo parte financiada pela Caixa Econômica Federal e contrapartida da Prefeitura do Recife, a ponte facilitará o tráfego entre as avenidas Recife e Mascarenhas de Moraes e integra um conjunto de obras viárias que também inclui o alargamento das avenidas Tapajós e Engenheiro Alves de Souza.
“Tem obra que muda o jogo da cidade, e essa daqui é um desses exemplos. Nós temos a maior ponte sendo construída em 40 anos na cidade. A Ponte Júlia Santiago vai ligar a Avenida Recife à Mascarenhas de Moraes. É uma obra de mais de 100 milhões, com 56 grandes vigas que serão lançadas aqui”, explicou o prefeito João Campos. “A primeira viga que vai ficar por cima do rio Tejipió já está sendo levada agora. É uma obra de grande porte que vai transformar toda essa área da Zona Oeste da cidade em uma conexão com a Zona Sul, esperada por muitos anos e que agora é uma realidade. Ela já está com 76% concluída, e até o início do ano que vem teremos a inauguração dessa conexão da Avenida Recife com a Mascarenhas de Moraes”, afirmou o gestor.
O vice-prefeito e secretário de Infraestrutura, Victor Marques, explicou que a fase atual envolve a preparação e lançamento das vigas que sustentarão a ponte. Segundo ele, o processo exige estruturas específicas, como trilhos e uma treliça lançadeira para movimentar e posicionar cada peça de 40 metros e 85 toneladas. “É um trabalho complexo, que exige muito cuidado, mas que vai garantir uma melhoria significativa no trânsito da região e na mobilidade da cidade”, resumiu.
A intervenção está sendo executada pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB). Iniciadas em outubro de 2023, as obras da Ponte Júlia Santiago representam a maior estrutura do tipo construída no Recife nos últimos 40 anos, com conclusão prevista para 2026. A ponte terá 20,4 metros de largura, com quatro faixas de rolamento, duas faixas exclusivas para pedestres e uma ciclofaixa.
Além disso, as avenidas Tapajós e Engenheiro Alves de Souza estão sendo alargadas para duas faixas por sentido, com extensões de 908 metros e 1.060 metros, respectivamente. Ambas receberão novo paisagismo e urbanização, que serão concluídas após a finalização da ponte. O projeto também inclui a implantação de uma ciclofaixa bidirecional, 13 novos abrigos de ônibus, melhorias na iluminação pública, requalificação dos passeios com piso em concreto e intertravado, além do plantio de 350 árvores ao longo das vias.
As obras seguem em ritmo acelerado, com diversas frentes de trabalho atuando ao mesmo tempo. A fundação, com a cravação das estacas da ponte, já foi concluída em todos os apoios e nas duas extremidades. Para permitir essa etapa, foi construída uma estrutura provisória sobre o rio, com mais de 13 mil metros de estacas metálicas e cerca de 1,6 mil metros quadrados de chapas, que agora está sendo desmontada. Parte desse material já foi reaproveitada no pátio onde ficam armazenadas as vigas da ponte.
Na parte superior da estrutura, já foram concretadas e movimentadas 50 das 56 vigas que vão sustentar a ponte. A próxima etapa é o processo de protensão, que reforça o concreto antes da instalação. Das vigas já produzidas, 19 estão com 100% da protensão concluída e prontas para içamento e lançamento nos apoios da ponte. Duas vigas já foram lançadas, e o trabalho de içamento segue em andamento. A laje de tabuleiro de uma das extremidades da ponte também já foi finalizada, enquanto a outra está em fase de execução.
Nas vias do entorno, o avanço também é significativo. Na Avenida Engenheiro Alves de Souza, já foram concluídos os serviços de pavimentação, calçadas, drenagem e instalação de rede de telecomunicações em parte do trecho. Também estão em andamento a demolição de calçadas antigas, implantação de meio-fio, novas canaletas e intervenções na Rua Poeta Manoel Bandeira, que se conecta à Lagoa do Araçá.
Já na Avenida Tapajós, está sendo feito o alargamento da via, com terraplenagem, instalação de meio-fio, concretagem de calçadas e implantação de nova rede de drenagem, com caixas coletoras e tubulação de grande porte. Também foi concluída a retirada de árvores do trecho em obra, e segue em andamento o remanejamento de redes existentes.
A nova ponte leva o nome de Júlia Santiago, primeira mulher eleita vereadora do Recife, em 1947, e referência na luta pelos direitos dos trabalhadores. A estrutura vai contribuir diretamente para a fluidez do trânsito e a integração entre importantes corredores da cidade. Com a conclusão do projeto, o tempo de deslocamento entre pontos como a Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e o Conjunto Residencial Ignez Andreazza poderá ser reduzido em até 40%, beneficiando milhares de pessoas que circulam diariamente pela região.
Eduardo Costa Cabral, de 34 anos, trabalha como auxiliar na obra da ponte Júlia Santiago e antes atuava como pedreiro na própria comunidade da região, onde mora com sua esposa e dois filhos. Segundo ele, “vai melhorar muito aqui, né? Porque o percurso que eu fazia era daqui para Boa Viagem, e levava mais de meia hora. Agora vai dar bem menos”, disse.
JÚLIA SANTIAGO – Natural de São Lourenço da Mata, ela se destacou no movimento trabalhista, atuando na fundação do Sindicato da Fiação e Tecelagem de Pernambuco e sendo uma voz importante na luta pelos direitos dos trabalhadores. Durante a Ditadura Militar, Júlia também se destacou pela defesa da democracia, sendo um símbolo de resistência e coragem.
Fotos: Edson Holanda/Prefeitura do Recife