04/11/23
Por Isabel Alvarez
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Para Hassan Nasrallah, os americanos estão dirigindo e pagando os custos da guerra
Hassan Nasrallah (foto: AFP File Photo) |
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O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou que a culpa do que ocorre na Faixa de Gaza é dos Estados Unidos, mencionando Israel como uma “ferramenta” da Casa Branca.
Os EUA são contra um cessar-fogo, contra tudo. “Têm de prestar contas do que estão fazendo às pessoas da região. Os americanos estão dirigindo a guerra em Gaza e estão pagando os custos dessa guerra”, disse Nasrallah, que enalteceu ainda os ataques contra bases americanas na Síria e no Iraque, chamando-os de decisões sensatas.
Além disso, Nasrallah alertou que uma ofensiva ao Líbano seria o erro mais estúpido que Israel poderia cometer neste momento. “Se o inimigo começar a atacar qualquer zona do Líbano, cometerá o maior e mais estúpido erro”, disse. Mas também não descartou vir a entrar no conflito entre Israel e o Hamas. “Digo com toda a transparência, na nossa frente, todas as opções estão em aberto. Temos de estar preparados para todas as opções”, garantiu.
Nasrallah acrescentou que as vidas perdidas em Gaza, na Cisjordânia e em outras frentes foram “sacrifícios dignos” porque estabeleceram uma “nova etapa histórica” no conflito. No entanto, apelou que as pessoas trabalhem dia e noite para conseguir um cessar-fogo em Gaza, afirmando que esse é o “objetivo principal” do Hezbollah.
O líder do movimento xiita comentou que o grupo tem como um dos seus objetivos que o Hamas saia vitorioso em Gaza e classificou a guerra como um ponto de viragem. “A vitória de Gaza significa uma vitória para a Palestina, para Jerusalém, para Al-Aqsa e o Santo Sepulcro e para todos os países vizinhos. O dia 7 de outubro provocou um terremoto político em Tel Aviv, que terá efeitos duradouros no conflito e os ataques expuseram as fraquezas militares do país israelita. Foi uma grande e abençoada operação”, afirmou.
Por sua vez, os EUA em reação às declarações de Nasrallah, advertiram que nem o Hezbollah nem qualquer outro ator, estatal ou não-estatal, devem procurar se beneficiar do conflito entre Israel e o Hamas. “Não entraremos numa guerra de palavras. Os EUA não querem nem a escalada nem o alastramento do conflito que o Hamas desencadeou contra Israel. Esta guerra pode se tornar mais sangrenta que a de 2006 entre Israel e o Líbano. Os EUA não querem que o conflito se estenda ao Líbano. A devastação que se seguiria para o Líbano e a sua população seria inimaginável e pode ser evitada”, disse o porta-voz da Casa Branca.