16/08/23
Agência O Globo
blogfolhadosertao.com.br
Medidas foram tomadas por conta do apagão e para evitar um novo estresse do sistema
Há uma abundância de energia especialmente no Nordeste, acima da sua demanda, por conta do crescimento da geração por fontes eólica e solar. Essa energia vem sendo “exportada” para o Sudeste e o Centro-Oeste, onde está a maior parte do consumo. É também uma forma de poupar o reservatório das hidrelétricas, grande parte deles localizados no Centro-Sul.
Na segunda-feira e antes do apagão, a previsão era que o Nordeste enviasse para o Sudeste algo em torno de 10 mil megawatts médios de energia elétrica ao longo do dia. Esse valor caiu para cerca de 5 mil megawatts médios.
O Norte deveria exportar cerca de 2 mil megawatts médios. Depois do apagão, está na verdade importando energia de outras regiões do país.
O Sudeste-Centro, por sua vez, subiu a produção cerca de 32 mil megawatts para 37 mil, compensando a redução no Nordeste.
O apagão desta terça-feira afetou todos os estados do país, com exceção de Roraima, durou ao todo seis horas e prejudicou um terço dos consumidores.
As explicações dadas pelo governo até aqui indicam que o problema teve origem em uma sobrecarga no Ceará, mas não foi esta a única causa. Mesmo esse evento no Ceará pode ter ocorrido em mais de um equipamento ao mesmo tempo. Teria havido ainda um segundo problema, na região Norte.
Com as falhas, um sistema chamado de Erac (esquema regional de alívio de carga), uma espécie de software de proteção, atuou e cortou o fornecimento de forma escalonada. O Erac é um sistema que desliga o fornecimento de energia para evitar sobrecargas e danos maiores.
O Erac, então, cortou a energia para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O sistema, na prática, dividiu o país em dois, separando Nordeste/Norte de Sudeste/Centro-Oeste/Sul.