14/01/23
247
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Ministro da Justiça afirmou ao 247 que o esquecimento do que foi feito no dia 8 de janeiro não é uma opção. Assista
O ‘esquecimento’ do que foi feito seria um ‘erro histórico’, disse Dino
“Só nos move uma coisa, o senso de responsabilidade com esse país e com a democracia brasileira. Nós não merecemos isso, o povo brasileiro simples e humilde não merece isso. Isso é uma traição, uma vergonha. Pessoas que estão vivendo bem, enganando o povo, iludindo e querendo dar golpe de estado numa altura dessas… Me perguntaram outro dia o que eu tinha sentido quando eu cheguei na janela do gabinete e olhei aquela cena. Primeiro eu me espantei, surpreso, é claro, porque é uma cena inesperada, mas sobretudo uma profunda indignação. Eu agi durante doze horas ininterruptas, de três da tarde a três da manhã sem parar, doze horas em pé, exatamente porque sabia que estava acontecendo na minha frente uma tentativa vil, mas que fracassou”.
Não é por vingança
“Tem coisas, aspectos que não me cabem contar. Há muitas outras pessoas que atuaram no caso e há coisas que vão aparecer nas investigações que não me cabem antecipar. Mas o que eu posso afirmar, o que me cabe afirmar é que elas vão acontecer. Não por vingança, não por justiçamento, mas por senso de justiça e por uma dimensão preventiva. Eu sou da paz, mas só há paz duradoura cumprindo a lei. Não sou de ajeitamento, não sou de jeitinho, não me convidem para jeitinho, porque só haverá paz no país quando todo mundo se convencer de que a lei seja cumprida”, disse o ministro.
“Estou falando de mais ou menos todas essas pessoas, que não sei se estão em instituições ou fora de instituições, na sociedade civil, não importa. Só estou afirmando que, às vezes, há um discurso, fácil, da pacificação nacional. Eu sou a favor da pacificação nacional, e por isso eu defendo a lei. É isso que eu consignar. O Brasil não merece esse clima de conflagração em que jogaram o país. Tem uma entrevista que eu dei em 2016 no impeachment. Eu disse: ‘não tirem o demônio do fascismo da garrafa, porque ele não volta’. Anos e anos de ilegalidades e chegamos no 8 de janeiro. Só há um jeito de pacificar o país, cumprindo a lei, fortalecendo a democracia e fortalecendo a Constituição. Isso é paz. Agora, o resto é dizer: ‘não, vamos esquecer’. Não, não pode. Porque se esquecer acontece de novo, por isso que não se pode esquecer. Com serenidade, com tranquilidade, com respeito à lei, sem perder o foco do principal, que é governar o país, cuidar do povo. Mas não pode esquecer. Isso é um erro histórico grave que eu acho que a nossa geração não deve cometer”.