Instituto Ricardo Brennand: Presente e futuro

27/04/20

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Por Jornalista  Evaldo Costa

 

Uma das grandes obras  de Ricardo Brennand

Ainda não houve tempo para demonstrar todo o nosso pesar pela partida de Ricardo Brennand. Seu legado também não foi suficientemente divulgado e enaltecido. Mesmo assim, é urgente colocar a pergunta que não pode ser silenciada: como funcionará o Instituto Ricardo Brennand (IRB), agora que não está mais entre nós o seu criador e mantenedor, corpo e coração, dono e maior usuário?

É questão de interesse público. Diz respeito à sociedade pernambucana e à família de Ricardo Brennand – e é fácil entender porque:

1. É assunto de família porque o IRB resume o legado do seu construtor. A existência e funcionamento da instituição era parte essencial da vida do próprio Ricardo Brennand. Uma eventual descontinuidade confrontaria a vontade dele, expressa em gestos claros praticados ao longo de décadas.

2. É da conta de todos porque o IRB é uma das principais atrações turísticas do Recife, recebendo visitantes brasileiros e estrangeiros 300 dias por ano. É o melhor museu das Américas (TripAdvisor). E um dos mais impactantes espaços culturais do Brasil, instalado numa área de 77 mil metros quadrados – ou oito campos de futebol.

Obra de um milionário com paixão pela cultura, custou uma fortuna realmente incalculável se considerarmos terreno, construção e ambientação, além dos recursos utilizados em décadas para comprar acervos. Um exemplo: o conjunto de paisagens pernambucanas de Frans Post (1612-1680) era avaliado, em 2004, em US$ 5 milhões. Quanto valeria hoje?

Certo mesmo é que Ricardo Brennand gastava R$ 1 milhão por ano somente para manter o IRB aberto e funcionando, cuidando da segurança, manutenção dos prédios e jardins e da própria conservação, restauração e armazenamento dos acervos em ambientes com temperatura e luminosidade controladas.

Em sua relativamente curta história, o IRB se tornou parte da paisagem e da identidade cultural do Recife. Foi apropriado pela cidade como coisa sua, como obra de alguém que nasceu na RMR (Cabo de Santo Agostinho) e foi recifense por 92 produtivos anos de vida.

Como apaixonado morador do Recife há mais de 50 anos, deixo registrada minha posição. Vou trabalhar por uma união de esforços que garanta o IRB seja cada vez mais, além de atração turística, um tipo de escola de arte e de história, aberta a estudantes do ensino fundamental e do médio, bem como às universidades, como local de convívio e de educação. Isso fará a diferença na qualidade da formação de nossa gente.

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