Até a pendemia acabar !
Por Machado Freire
A Encicloplédia Wikipédia explica que a palavra feira vem do latim feria, e significa “dia santo ou feriado” e a palavra freguês ( usada para tratamento dos consumidores e de feira livre) , originou-se também do latim filiu ecclesiae que significa “filhos da igreja”. Assim, no início as pessoas ou fiéis aproveitavam as festas religiosas para se reunir e trocar mercadorias.
Aliás, os negócios comerciais não passam de uma troca ou um escambo. Trata-se de uma ação bilateral onde duas pessoas realizam uma ação que resulta em um negócio financeiro, onde um entrega a mercadoria e o outro faz a recompensa, repassando o dinheiro.
Uma explicação histórica sobre a feira é de que na feira livre há aqueles que observam, pechincham e procuram algo específico, bem como há outros que criam laços de afetividade, próximos da amizade que rompe a relação comerciante-freguês, o que sustenta em grande parte a tradição de ir à feira toda semana, comer pastel e tomar caldo de cana, além da variedade e qualidade dos produtos ali encontrados. Todos nós temos uma história de identidade e lembrança de uma feira, seja no âmbito alimentar ou simples lazer.
Por força das circunstâncias, tendo em vista o agravamento da pandemia sobre o novo coronavírus, os governos municipais baixaram normas, através de portarias e decretos suspendendo as feiras livres em muitos municípios no interior de Pernambuco, para evitar as chamadas “aglomerações” de pessoas.
No caso de Salgueiro – cuja feira realizada aos sábados é a maior do Sertão Central, os locais de comercialização vêm sendo mudados ao longo das últimas administrações. Hoje, o espaço para a comercialização de frutas, verduras legumes fica localizado na Rua Maria Nogueira Sampaio, ao lado do Mercado Público (Mercadão), no popular bairro da Bomba.
Quem frequenta a feira de frutas, verduras e pode fazer as compras a partir da madrugada até às 18 horas. É a área onde podem ser encontrados comerciantes com origem em vários municípios da região, que comparecem ao local para vender frutas e verduras produzidas em vários municípios, inclusive no Vale do São Francisco.
A comercialização de calçados, confecções, sulancas, panelas, louças, chocalhos, ferragens e toda uma gama de produtos duráveis e não comestíveis são encontrados em barracas distribuídas em várias ruas do centro da cidade, onde também estão localizadas casas comerciais com os mais variados estoques, ao lado de bares e restaurantes.
A suspensão temporária da feira livre de Salgueiro –que atende às exigências legais, vai deixar muitas ruas sem movimento (quase desérticas) , comerciantes sem o seu “apurado” e fregueses com o balaio vazio. E os mototaxistas sem a melhor renda da semana.
E a maioria dos idosos ficará em casa esperando por dias melhores.