Em pronunciamento de Natal, Lula exalta números da economia e se compromete com fim da escala 6×1

25/12/25  –    http://blogfolhadosertao.com.br   –   Agência O Glope

Presidente ressaltou diálogos com Trump sobre tarifaço e afirmou que combate ao crime organizado não vai retroceder

Em pronunciamento na véspera do Natal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou números da economia e se comprometeu com o fim da escala 6X1, que deve ser discutida no Congresso em 2026, antes do período eleitoral.

Lula também ressaltou o restabelecimento dos diálogos com o governo dos Estados Unidos, o que mitigou os efeitos do tarifaço sobre as exportações brasileiras, e afirmou que o combate ao crime organizado seguirá sendo uma das suas prioridades.

— Retomamos o Bolsa Família, apoiamos a agricultura familiar, valorizamos o salário mínimo, investimos muito na geração de empregos e na alimentação nas escolas. A outra grande vitória foi o fim do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil reais por mês. Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. Isso vai aliviar as contas, aquecer ainda mais a economia e beneficiar o país inteiro — afirmou o presidente em discurso veiculado em cadeia nacional, nesta quarta.

Lula reafirmou a vontade de ver o fim da escala 6×1 aprovado ainda em 2026. Na última semana, o presidente já havia afirmado que a economia brasileira está pronta para o fim da escala 6×1 e citou avanços tecnológicos que possibilitariam a redução da carga de trabalho. No final deste ano, a discussão sobre o fim da escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho entrou de vez no centro da agenda legislativa. Enquanto a Câmara debate diferentes alternativas para diminuir o limite semanal, o Senado surpreendeu o governo ao aprovar, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma proposta mais ambiciosa: a redução progressiva para 36 horas semanais. Lula se disse comprometido  com a possibilidade.

— Seguiremos combatendo privilégios de poucos para garantir direitos de muitos. E nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo. Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias. E que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos. O fim da escala 6×1, sem redução de salário, é uma demanda do povo que cabe a nós, representantes do povo, escutar e transformar em realidade.

O presidente disse ainda que o Brasil conseguiu se preservar, diante das taxações às exportações brasileiras impostas no primeiro semestre pelo governo de Donald Trump. Lula ressaltou os mais de 500 mercados abertos aos países brasileiros e afirmou que seguirá pautado no diálogo com o governo dos Estados Unidos.

— Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos do diálogo, da fraternidade e não fugimos da luta. Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas, evitamos demissões. Negociamos o fim do tarifaço, e ultrapassamos, agora em dezembro, a marca de 500 novos mercados abertos aos nossos produtos. Nossa soberania e nossa democracia saíram vencedoras e o povo brasileiro venceu.

Uma das prioridades do seu governo, o combate ao crime organizado foi citado como “constante”. De acordo com o presidente, “nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”. Ele também prometeu se engajar em relação às políticas de combate à violência contra a mulher.

— Nós sabemos que o crime e a violência são dois grandes desafios do nosso país. Neste ano, a Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado. O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima, e nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante.

Quero aproveitar este momento, também, para falar que um povo tão gentil e capaz de produzir coisas tão belas não pode aceitar a violência contra a mulher. Vou liderar um grande esforço nacional envolvendo ministérios, instituições e toda a sociedade brasileira — completou.

 

Papa Leão 14 defende paz desarmada espelhada em luta de Cristo

25/12/25  — http://blogfolhadoserto.com.br –   Agência Brasil

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Direitos Humanos

Igreja antecipou a mensagem do pontífice para 1º de janeiro

Da Basílica de São Pedro, no Vaticano, Papa Leão 14, celebra os ritos de Natal, nesta quarta-feira (24)/Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

Da Basílica de São Pedro, no Vaticano, Papa Leão 14, celebra os ritos de Natal, nesta quarta-feira (24) (Foto: ANDREAS SOLARO / AFP)

 

O papa Leão 14 celebra, pela primeira vez, na noite desta quarta-feira (24), os ritos de Natal. Da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele deve reforçar a mensagem com um pedido de paz, que já vem divulgando nos últimos dias, diante de um complexo cenário mundial, com conflitos em curso no Sudão, na Ucrânia e em Gaza, por exemplo.

Na mensagem preparada para o 1º de Janeiro, o Dia Mundial da Paz, divulgada antecipadamente, Leão 14 apresentou um pedido de paz “desarmada e desarmante” e incentivou a construção de uma cultura de paz na vida doméstica e pública.

Para o Dia Mundial da Paz, o Papa Leão 14 defendeu o desarmamento e aconselhou cristãos e, principalmente, autoridades políticas, a se espelharem em Jesus Cristo, que travou uma luta “desarmada”.

Ele criticou também a corrida armamentista dos países, com crescente despesas militares, associada a discursos “difundindo a percepção de que se vive sob ameaça e que a segurança deve ser armada”.

O pontífice também condenou o uso bélico da inteligência artificial (IA), que “radicalizou a tragédia nos conflitos armados”. Em Gaza, por exemplo, de forma pioneira, Israel usou drones guiados por IA como ferramentas de intimidação, vigilância e ataques.

“Está-se a delinear até mesmo um processo de desresponsabilização dos líderes políticos e militares, devido ao crescente ‘delegar’ às máquinas as decisões relativas à vida e à morte das pessoas”, alertou, na mensagem.

“É uma espiral de destruição sem precedentes, que compromete o humanismo jurídico e filosófico do qual qualquer civilização depende e pelo qual é protegida”, criticou Leão 14, sobre uso de tecnologias no âmbito militar.

Há sete meses no cargo, o papa busca, com a mensagem, incentivar que as nações se apoiem, com diálogo e confiança mútua, e que as pessoas cultivem, além da oração, o diálogo com outras tradições e culturas.

“Em todo o mundo, é desejável que cada comunidade se torne uma ‘casa de paz’, onde se aprende a neutralizar a hostilidades através do diálogo, se pratica a justiça e se conserva o perdão”, reforçou.

“Hoje, mais do que nunca, é preciso mostrar que a paz não é uma utopia, através de uma criatividade pastoral atenta e generativa”.

Líderes de outras religiões reforçam apelo

Os católicos apostólicos romanos são maioria no Brasil, país formado também pela crescente proporção de evangélicos. Ao analisar a mensagem do Papa Leão 14, o teólogo e pastor batista Marco Davi de Oliveira avaliou que o papa foi feliz em provocar uma “profunda reflexão sobre a paz” para iniciar o ano de 2026.

O evangélico disse que, muitas vezes, é preciso, primeiro, encontrar a paz dentro de si, enfrentando conflitos interiores, para, depois, refletir sobre o todo a nossa volta.

“Muitas vezes, atitudes violentas são reflexo de guerras interiores e de falta de Justiça”, disse, citando um trecho profético do Livro de Isaías.

“O papa está correto em falar da paz desarmante. Ele nos ajuda a compreender que devemos usar todas as nossas estratégias, nossa fé, nossa compreensão de mundo, para produção da paz. Primeiro, em nós mesmos, e, depois, no outro”, avaliou.

Na visão do pastor, esta é uma construção de médio e longo prazo, que envolve o respeito e a alteridade. “A produção da paz não é necessariamente uniforme. Mas, se há vontade, há jeito, no Brasil e no mundo”.

Essa é a mesma avaliação do pastor e cantor gospel Kleber Lucas. Ele acredita que o Papa Leão XIV dá continuidade ao legado do papa Francisco ao chamar atenção para a urgência da paz no mundo.

“A partir do momento que ele [papa] coloca essas reflexões, ele acaba sendo um agente do Reino de Deus em um mundo que precisa praticar mais a paz”, afirmou.

“Praticar a paz é um desafio do nosso tempo, através do diálogo, do respeito, da tolerância, de uma prática cotidiana de conciliação”.

Da Federação Brasileira Espírita, o vice-presidente Geraldo Campetti também destacou que a paz faz parte das “bem-aventuranças da felicidade” e que, diante de tantos conflitos, ela é mais do que necessária.

“A paz é uma conquista que a gente deve empreender todos os dias na nossa vida”, reforçou.

“O papa foi certo na sua análise, e o espiritismo vai na mesma sintonia, porque todos nós queremos ser felizes, não é? E não há como ser feliz plenamente se não houver paz”, reivindicou o líder espírita.

O primeiro passo, segundo ele, é olhar para si. “Muitas vezes, criamos muros, por preconceito, por julgamentos, e a gente precisa aprender a ter um olhar mais inclusivo, tal qual Jesus nos ensinou, de entendimento, de busca de uma relação fraternal, entre as pessoas e os povos”, disse.

Toda a grande liderança religiosa defende um ambiente de harmonia diálogo e respeito, completou, sobre a mensagem papal, o babalaô Ivanir dos Santos. No Brasil, assim como o papa alertou na mensagem, a fé tem sido desviada para a mobilização de interesses políticos e de discórdia.

Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), representando as religiões de matriz afro-brasileira, e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ivanir cobra que a mensagem se transforme em gestos concretos dos cristãos.

“O papa fala em uma direção, mas tem autoridades cristãs católicas que têm ação diferente”, denunciou.

Raquel Lyra deixa mensagem por justiça social aos pernambucanos durante a 73ª Missa do Galo

25/12/25  –  http://blogfolhadosertao.com.br  –   Imprensa PE

 

Em uma noite de fé e devoção, a governadora Raquel Lyra (fotos) prestigiou, nesta quarta-feira (24), a 73ª edição da tradicional Missa do Galo, celebrada no Quartel da Polícia Militar, no Derby, Recife. A chefe do Executivo estadual destacou a importância de trabalhar por justiça social e fraternidade entre os povos.
“Na noite de hoje, onde muitos conseguem se sentar ao redor da mesa, confraternizar com sua família e agradecer pelo ano que chega, é tempo também de orar por aqueles que não têm a ceia para comer. Para que a gente tenha a profunda consciência da missão que todos nós temos aqui e trabalhar por mais justiça social, por mais amor, por mais fraternidade entre os nossos povos”, declarou a governadora Raquel Lyra.
Há 73 anos, a tradicional Missa do Galo é realizada no Quartel do Derby, área central do Recife. A celebração reúne fiéis e entidades religiosas em um momento de introspecção e fé.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson, lembrou que a data é tempo de reconciliação e pacificação. “O Natal fala, sobretudo, de perdão, de esperança e de solidariedade. Para mim, são as três grandes mensagens que esta data nos deixa. Admiremos também a beleza e a singeleza do menino Jesus, que na pequenez de Deus revela a sua grandeza em nós”, reforçou.
A missa foi presidida pelo arcebispo militar do Brasil (emérito), dom Fernando Guimarães, e teve a participação do secretário da Casa Militar, Hercílio Mamede; da secretária executiva de Defesa Social, Mariana Cavalcanti; do comandante da Polícia Militar de Pernambuco, coronel Ivanildo Torres; do comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, coronel Francisco Cantarelli; e do gerente-geral da Polícia Científica, Wagner Bezerra; além do vereador do Recife, Felipe Alecrim.
Fotos: Yacy Ribeiro/Secom

De olho nas emendas parlamentares, Flávio Dino vira “caçador de jabutis”

25/12/25  –    http://blogfolhadosertao.com.br  –

Dino suspendeu os efeitos do dispositivo legal que exumava as emendas secretas. O dispositivo previa a “revalidação” de restos a pagar não processados inscritos desde 2019

 

Crédito: Caio Gomez

 

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumiu, nos últimos meses, um papel central no confronto entre o Congresso Nacional e a Corte. Se antes o foco das articulações parlamentares contra o STF era o ministro Alexandre de Moraes, o relator do inquérito das fake news e protagonista dos julgamentos que resultaram na condenação dos envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, entre os quais o ex-presidente Jair Bolsonaro, agora Dino é o “inimigo principal”, especialmente do grupo de parlamentares que controla a distribuição dos recursos do Orçamento da União.

A mudança de alvo decorre do fato de o ministro ter decidido enfrentar o circuito opaco das emendas parlamentares para acabar com as chamadas “emendas secretas”, que reapareceram como jabutis em cima da árvore no artigo 10 do Projeto de Lei Complementar nº 128/2025, aprovado pelo Congresso e encaminhado para sanção presidencial. No jargão político de Brasília, a expressão decorre do comentário de um velho político maranhense, adversário do ex-presidente José Sarney: Vitorino Freire, senador pelo Maranhão de 1947 a 1971: “Meu filho, se você vai por um atalho e vê um jabuti em cima de uma forquilha, não bole nele. Pergunta primeiro quem o botou lá”, declarou, em 12 de dezembro de 1968, véspera do AI-5. O deputado Ulysses Guimaraes popularizou a frase para apontar “contrabandos” de última hora, para atender privilégios, nas votações da Constituição de 1988..

Com formação jurídica sólida e trajetória que transita entre a magistratura federal, a academia e a política institucional, o ministro Dino reúne um repertório incomum no STF. Ex-juiz federal, professor universitário, deputado federal, presidente da Embratur, governador do Maranhão, senador da República e ministro da Justiça, tomou posse na Corte em fevereiro de 2024. Essa biografia híbrida lhe confere compreensão da técnica constitucional quanto da lógica de funcionamento do Congresso, especialmente no que diz respeito ao Orçamento como instrumento de poder.

No domingo, Dino suspendeu os efeitos do dispositivo legal que exumava as emendas secretas. O dispositivo previa a “revalidação” de restos a pagar não processados inscritos desde 2019 — inclusive aqueles já cancelados — permitindo sua quitação até o fim de 2026. Na prática, o artigo abria caminho para a reativação das emendas de relator (RP-9), núcleo do chamado orçamento secreto, declarado inconstitucional pelo STF em 2022 por falta de transparência e critérios objetivos. A decisão foi provocada por parlamentares do PSol e pela Rede Sustentabilidade, sob o argumento de que o Congresso tentava driblar decisões já consolidadas da Corte.

Impacto de bilhões

Os números dão a dimensão do jabuti gigante: de um total aproximado de R$ 1,9 bilhão em restos a pagar de emendas parlamentares inscritos desde 2019, cerca de R$ 1 bilhão tem origem justamente nas RP-9. Considerando outros passivos, a estimativa de impacto fiscal do dispositivo suspenso chega a R$ 3 bilhões. Na liminar, Dino foi taxativo: a revalidação desses restos a pagar equivale, na prática, à criação de uma nova autorização de despesa, sem respaldo em lei orçamentária válida. Ou seja, visava “ressuscitar modalidade de emenda cuja própria existência foi reputada inconstitucional”. Ao fazê-lo, segundo o ministro, o Congresso violaria o devido processo constitucional orçamentário, a responsabilidade fiscal e até cláusulas pétreas da Constituição, como a separação de Poderes e a proteção aos direitos fundamentais.

Na liminar, Dino criticou práticas como a proliferação de “penduricalhos remuneratórios” no âmbito do Judiciário e das funções essenciais à Justiça, bem como a concessão reiterada e pouco transparente de benefícios fiscais a setores econômicos específicos. A lógica, segundo ele, é única: evitar a criação ou ampliação de despesas abusivas, desproporcionais ou dissociadas da capacidade fiscal do Estado.

A reação do Congresso foi imediata, ainda que muitas vezes disfarçada em críticas institucionais à “interferência” do STF. O artigo suspenso havia sido inserido de última hora em um projeto cujo objeto principal era outro — o corte linear de benefícios tributários, principal aposta do governo para equilibrar o Orçamento de 2026, com potencial de arrecadação estimado em R$ 22,4 bilhões, além do aumento da tributação sobre bets, fintechs e juros sobre capital próprio.

O ministro tenta acabar com as emendas secretas exigindo mais transparência. Em decisão na ADPF 854, determinou que o Tribunal de Contas da União identifique, em 10 dias úteis, os autores e beneficiários de 964 planos de trabalho de emendas individuais não cadastrados entre 2020 e 2024, que somam cerca de R$ 694,7 milhões. As informações devem ser encaminhadas à Polícia Federal para apuração de possíveis irregularidades.

Dino também ordenou a abertura de contas específicas por emenda, bloqueando transferências para “contas de passagem” e saques diretos, além de determinar auditoria da Controladoria-Geral da União sobre repasses no âmbito do Ministério da Saúde. Ao mirar o sistema de emendas, o ministro se transformou no novo alvo preferencial de um Congresso que busca se blindar contra investigações e preservar margens de manobra. A outra face da moeda é simbólica: Dino agarrou a bandeira da ética com as duas mãos. Ela estava órfã.

Dinheiro do contribuinte: Veja como Motta, Lira e líderes da base e da oposição gastaram a cota parlamentar em 2025

25/12/25    –    http://blogfolhadosertao.com.br  —  Correio Braziliense
Mais de R$ 2,8 milhões foram gastos em cota para o exercício da atividade parlamentar ao longo de 2025 pelos quatro parlamentares
Segundo o Portal da Câmara, na análise entre o presidente da Casa, o antigo mandatário do Parlamento e líderes da base e da oposição, Motta foi o que registrou o maior volume de despesas no ano - (crédito: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)
Segundo o Portal da Câmara, na análise entre o presidente da Casa, o antigo mandatário do Parlamento e líderes da base e da oposição, Motta foi o que registrou o maior volume de despesas no ano – (crédito: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados)

Um levantamento realizado pelo Correio Braziliense com base nos dados da Câmara dos Deputados mostra que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), o ex-presidente Arthur Lira (PP-AL) e líderes partidários gastaram, juntos, mais de R$ 2,8 milhões em cota para o exercício da atividade parlamentar ao longo de 2025. As despesas incluem gastos com passagens aéreas, divulgação da atividade parlamentar, combustíveis, locação de veículos, telefonia e manutenção de escritórios.

Entre os parlamentares analisados, o presidente da Câmara foi o que registrou o maior volume de despesas no ano, seguido pelos líderes do PL e do governo na Câmara. Ao todo, o chefe da mesa-diretora gastou R$ 527.752,69 em cota parlamentar ao longo de 2025.

O mês com maior despesa foi fevereiro, quando os gastos somaram R$ 56.995,89. Nesse período, o maior desembolso foi com divulgação da atividade parlamentar, que alcançou R$ 27.950, seguido por locação ou fretamento de veículos (R$ 12 mil) e combustíveis (R$ 9.392). As despesas com passagens aéreas chegaram a R$ 7.049,07.

Já o ex-presidente da Casa Legislativa, deputado Arthur Lira, teve despesas menores no acumulado do ano, totalizando R$ 301.908,38. O pico ocorreu em março, quando os gastos chegaram a R$ 96.903,38, valor próximo de R$ 100 mil. Nesse mês, as passagens aéreas concentraram quase toda a despesa, somando mais de R$ 91 mil, entre reembolsos e gastos via sistema da Câmara. Os demais custos incluíram combustíveis, telefonia e manutenção de escritório.

Panorama entre base e oposição

Correio também fez um comparativo entre as lideranças da base do governo federal e da oposição que representa a ala bolsonarista no Parlamento. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), por exemplo, registrou R$ 283.464,99 em despesas ao longo de 2025. O mês de maior gasto foi setembro, com R$ 41.652,70. As principais despesas nesse período foram passagens aéreas (R$ 21.466,42) e divulgação da atividade parlamentar (R$ 13 mil), além de gastos com manutenção de escritório e telefonia.

Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), gastou R$ 453.851,91 em cota parlamentar no ano de 2025, R$ 170.386,92 a mais que o líder da sigla petista. O mês de maior despesa foi maio, quando os gastos chegaram a R$ 55.948,64, cujo os principais custos foram com passagens aéreas (R$ 22.190,59), divulgação da atividade parlamentar (R$ 15 mil), locação de veículos (R$ 12,7 mil) e combustíveis.

No comparativo entre a liderança da oposição e do governo Lula na Casa, os maiores gastos mudam de lado, apesar de pouca diferença, com o líder do Executivo no Parlamento tendo um gasto anual que ultrapassou R$ 450 mil.

Ao todo, José Guimarães (PT-CE) gastou R$ 453.790,15 em cota parlamentar ao longo do ano. O mês de maior despesa foi julho, quando os gastos chegaram a R$ 61.473,25. Nesse período, os principais custos foram com passagens aéreas (R$ 26.803,88), manutenção de escritório (R$ 13.564,14) e divulgação da atividade parlamentar (R$ 12.396).

Já o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), teve despesas totais de R$ 419.669,70 em 2025. O maior gasto mensal ocorreu em abril, com R$ 53.836,80. As despesas foram puxadas principalmente por passagens aéreas, que somaram R$ 27.240,37, além de manutenção de escritório, locação de veículos, combustíveis e divulgação da atividade parlamentar.

Cota parlamentar

A cota para o exercício da atividade parlamentar é um recurso público destinado a custear despesas relacionadas ao mandato, como transporte, comunicação, aluguel de veículos, manutenção de escritórios e divulgação das atividades do deputado. Os valores variam de acordo com o estado de origem do parlamentar e são divulgados mensalmente no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.