Crise: Gesso do Araripe perde espaço: participação cai de 95% para 60%

21/08/25
Por Patrícia Raposo
http://blogfolhadosertao.com.br

Produto enfrenta dois grandes gargalos, embora venha se consolidado com matéria-prima para o agronegócio brasileiro

O Polo Gesseiro do Araripe, que já respondeu por 95% da produção nacional de gesso, vem perdendo espaço e competitividade no mercado. Hoje, sua participação está em torno de 60% e a tendência é de recuo. A constatação foi feita por Fábio Monteiro, diretor regional da Fiepe, durante o seminário Conexões Transnordestina, realizado em Araripina na última sexta-feira (15), com promoção do portal Movimento Econômico e patrocínio da Sudene e do Governo de Pernambuco. Os dados têm como base informações da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Há dois gargalos pressionando o setor, um é o logístico. O frete rodoviário até o Recife custa cerca de R$ 165 por tonelada — valor que poderia cair para até R$ 40 com a entrada em operação da Ferrovia Transnordestina. A diferença impacta diretamente a competitividade do gesso pernambucano frente a produtos importados, inclusive espanhóis, que chegam ao mercado brasileiro a preços mais atrativos. Além disso, o alto custo logístico dificulta a exportação para mercados como Paraguai, Chile e Colômbia.

Distante 680 km do Recife, o polo enfrenta décadas de isolamento e apelos por infraestrutura. Ainda assim, vem se posicionando em novos mercados, como o do gesso agrícola. Segundo Alexandro Grande, secretário de Desenvolvimento Econômico de Araripina, o insumo tem sido cada vez mais procurado por produtores de soja por sua capacidade de correção do solo. Estima-se que 1,2 milhão de toneladas de gesso agrícola sejam vendidas por ano, isso já equivale a 30% da produção mineral da região.

Outro entrave é o acesso à energia. Com a escassez de lenha, as empresas precisam buscar matéria-prima a até 600 km de distância. A alternativa que se impõe é o gás natural, cuja chegada ao Araripe tem sido defendida há décadas, mas só agora, com o governo Raquel Lyra, se aproxima da realidade. No entanto, a anunciada planta de regaseificação ainda não se concretizou, embora o estado tenha avançado noutras frentes, com a alíquota zero de ICMS sobre o gás fornecido pela Copergás e criação de linha de crédito da AGE para conversão dos fornos.

Até o momento, há apenas 16 empresas interessadas em tomar esse tipo de empréstimo na AGE, com pré-contratos aguardando a entrada em vigor do fundo garantidor. Ainda é pouco. Tantos anos de espera deixaram larga desconfiança no Araripe. A região tem potencial, mas precisa de respostas mais rápidas e estruturais para não perder o lugar que conquistou na economia nacional.

O Porto de Suape registrou aumento de 7,1% na operação de contêineres nos sete primeiros meses de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado.  A alta se deve ao incremento proporcionado pelas operações de longo curso entre complexos portuários asiáticos e o Nordeste brasileiro. Nesse período, foram contabilizados 390.975 TEUs (unidade equivalente a 20 pés). Em 2024, o Tecon Suape registrou aumento de 22,7% na movimentação, mantendo o porto na liderança nacional neste tipo de carga.

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