Papa Francisco precisou de transfusão de sangue e estado de saúde segue ‘crítico’

23/02/25

AFP

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Comunicado divulgado neste sábado menciona crise respiratória asmática de longa duração, anemia e indica que o pontífice passou por transfusões

 

O estado de saúde do papa Francisco, que tem 88 anos e está internado há mais de uma semana, segue sendo “crítico” e seu “prognóstico é atualmente reservado”, indicou o Vaticano na tarde deste sábado (22). O comunicado menciona que o pontífice teve uma crise respiratória asmática de longa duração e anemia, e revela que o papa passou por transfusões de sangue.

“As condições do Santo Padre continuam críticas, portanto, como explicado ontem [sexta-feira], o papa não está fora de perigo. Esta manhã [de sábado], o Papa Francisco apresentou uma crise respiratória asmática de longa duração, que exigiu uma terapia de alto fluxo de oxigênio”, diz o comunicado.

“Os exames de sangue de hoje também mostraram uma plaqueostomia, associada a anemia, que exigiu a administração de transfusões. O Santo Padre continua vigilante e passou o dia na poltrona, embora mais debilitado do que ontem. No momento, o prognóstico é preservado”, completa a nota.

A “plaquetopenia” citada na nota é a diminuição no número de plaquetas no sangue. A condição também é conhecida como trombocitopenia e pode surgir por diversos motivos clínicos, como infecções, deficiências vitamínicas, doenças do sistema imunológico ou patologias hereditárias.

O Papa Francisco está internado no Hospital Gemelli, em Roma, desde o dia 14 de fevereiro. Ele deu entrada na unidade após sentir dificuldade para respirar por vários dias. No hospital, foi diagnosticado infecção respiratória polimicrobiana, quadro causado por mais de um agente, como bactérias e/ou vírus.

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RISCO DE SEPSE

“O papa está fora de perigo? Não, o papa não está fora de perigo”, declarou na ocasião o médico Sergio Alfieri aos jornalistas no hospital romano de Gemelli, onde o papa está internado.

“O verdadeiro risco neste caso é que os germes passem para o sangue”, provocando assim uma sepse potencialmente mortal, explicou. Além disso, “são necessários dias, até semanas, para ver a eficácia […] das terapias que estamos utilizando”, acrescentou.

O papa provavelmente continuará hospitalizado durante toda a próxima semana e, pela segunda vez consecutiva, não fará a oração do Angelus neste domingo.

A hospitalização, a quarta desde 2021, reacendeu a preocupação com a saúde do líder da Igreja Católica, já debilitado por uma série de problemas nos últimos anos, incluindo operações de cólon e do abdômen, além de dificuldades para caminhar.

FAKE NEWS E ESPECULAÇÕES SOBRE RENÚNCIA

A inquietação com a saúde do pontífice aumentou após a divulgação de informações falsas nas redes sociais, principalmente na plataforma X, que noticiavam sua morte em vários idiomas.

A internação de Jorge Bergoglio, líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos e chefe de Estado da Cidade do Vaticano, também alimentou especulações sobre sua capacidade de continuar no cargo. O direito canônico, no entanto, não prevê nenhum dispositivo para o caso de um problema que afete sua lucidez.

Também levantou especulações sobre uma possível renúncia, alimentadas pelos opositores de Francisco, em particular nos círculos conservadores católicos.

“Tenho a impressão de que são especulações inúteis”, comentou neste sábado o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado e número dois do Vaticano, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

“Não vale a pena que alguns grupos pressionem por uma renúncia. Já o fizeram várias vezes nos últimos anos, e esta só pode ser uma decisão completamente livre do Santo Padre, para que seja válida”, declarou ao jornal La Nación o cardeal argentino Víctor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé e muito próximo de Francisco.

“Não vejo clima de pré-conclave, não vejo mais conversas sobre um possível sucessor do que algo que acontecia há um ano, ou seja, nada especial. Até o momento, percebo bastante respeito”, afirmou.

Vários fiéis e religiosos se reuniram ao redor de uma estátua de João Paulo II localizada em frente ao hospital para rezar pela recuperação de Francisco.

Apesar dos problemas de saúde dos últimos anos, o papa Francisco, conhecido por sua força de caráter, manteve uma agenda intensa, embora seus médicos insistam que ele deveria reduzir um pouco suas atividades.

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