15/07/24
Por Jamildo Melo
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O aval do senador Humberto Costa é fundamental para iniciativa sair do papel e colaborar para que trecho da ferrovia para Suape seja concretizado
O senador de Pernambuco Humberto Costa (PT) revelou ao Blog do Jamildo, nesta sexta-feira (12, que os petroleiros (Sindipetro PE/PB) estão pleiteando, junto ao governo Federal, que a Transpetro ajude a tirar a ferrovia Transnordestina do papel, a partir da construção de um terminal de combustíveis em Salgueiro, no interior de Pernambuco.
Humberto Costa disse que defende que se estude a iniciativa e explica que o projeto poderia ser financiado com a antecipação de impostos a serem pagos pela Petrobras.
Sinésio Pontes, coordenador geral do Sindipetro PE/PB, contou que a ideia partir do grupo batizado de Pró-Transnordestina, que reúne petroleiros, ferroviários e o CREA de Pernambuco. “Estamos entusiasmados. Hoje a ferrovia chegou até Custódia e a ideia deste grupo é criar condições para que ela chegue até o porto de Suape”, afirma.
“A ideia é viabilizar a instalação de um terminal terrestre (hoje há um terminal aquaviário em Suape) da Transpetro na cidade de Salgueiro, como parte do projeto de infraestrutura da estatal para os próximos anos. Com a obra, os derivados de petróleo chegariam ao interior pela malha ferroviária. Já tivemos um evento em maio, em Araripina, discutindo as iniciativas”, explicou, citando que na Alepe o deputado João Paulo toma parte do debate.
“Nós sabemos que o projeto está sendo discutido na Transpetro, para apontar se existe viabilidade econômica. Com a decisão política do presidente Lula de realizar a ampliação da refinaria Abreu e Lima, haverá necessidade também de ampliar o escoamento, a distribuição dos derivados, mas é quase certo que um projeto desta magnitude só pode ser aprovado se houver garantias de que a ferrovia chegará até Suape. Não resta dúvida que uma operação casada de antecipação de impostos (devidos pela União) geraria um funding ideal para tornar a Transnordestina irreversível, em menos tempo”.
O sindicalista Rogério Almeida, diretor nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), explica que o parque de tancagem atual deve ficar obsoleto com o aumento da produção de derivados e que será mais econômico transportar os derivados até o futuro terminal terrestre de Salgueiro pela via férrea.
“Isto ajudaria a interiorizar o desenvolvimento, baratear o preço dos combustíveis no interior, além de tirar as carretas que são hoje usadas para o escoamento. Podemos aproveitar a Transnordestina para escoar. A perna do Ceará está bem adiantada e nós aqui em Pernambuco precisamos correr também“, afirma.
“Precisamos concluir o trecho de Pernambuco até o porto de Suape, visto que as obras foram retomadas, tanto no Ceará, quanto em Pernambuco. O trecho de Pernambuco é o que tem menos construído”.
Almeida conta que, com o trem passando na porta da cidade de Salgueiro, seria criado um novo polo de distribuição, com empresas de gás de cozinha, diesel e álcool. Ele conta que, interessada no avanço social e econômico, a Prefeitura de Salgueiro comprometeu-se a ceder terrenos para a Transpetro construir o terminal terrestre. “Com essa carona na Transnordestina, o diesel pode desenvolver o sertão, uma vez que o gás natural só chega até Belo Jardim”, diz.
“Nós estamos cobrando este projeto para a Transpetro porque a refinaria já respondeu por 10% do recebimento de impostos do Estado. Com a ampliação da refinaria, duplicando a produção, cogita-se que a empresa pode responder por 26% da arrecadação de impostos. Podemos solicitar a antecipação de parte destes recursos e fazer os investimentos pela Petrobras. Este é o desejo dos trabalhadores e pode movimentar a economia de Pernambuco, como já aconteceu no passado”, cita.
No plano mais prático possível, depois de reuniões com o CREA e o DNER, o Sindipetro PE/PB defendeu a requalificação dos acessos a Suape, em especial a BR 101. “A infraestrutura hoje é precária, em especial em dois gargalos, como o viaduto da Vitarella e em Pontezinha/Curcurana. Apresentamos sugestões até ao secretário estadual porque, com estes engarrafamentos, não tem como tocar obras desta magnitude em Suape”, revela.