Jair Bolsonaro está inelegível até 2030; placar do TSE foi de 5 a 2

30/06/23

Por Estadão Conteúdo

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Com a declaração de inelegibilidade, Bolsonaro ficará impedido de participar de três eleições, incluindo as nacionais de 2026.

MAURO PIMENTEL / AFP
Bolsonaro teve conduta questionada durante a reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022. – FOTO: MAURO PIMENTEL / AFP

Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação e o declarou inelegível até 2030. O placar foi de 5 a 2 pela inelegibilidade.

O voto do relator, Benedito Gonçalves, a favor da condenação, foi seguido pelos ministros Alexandre de MoraesCármen LúciaAndré Tavares e Floriano Azevedo Marques.

Como era esperado, os ministros Raul Araújo e Kassio Nunes Marques não viram gravidade suficiente na prática do ex-presidente e votaram para absolvê-lo.

Candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto (PL) foi absolvido de qualquer condenação pela maioria dos ministros.

A ação foi apresentada pelo PDT e questiona a conduta de Bolsonaro na reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022.

No encontro, transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais do então presidente, Bolsonaro levantou suspeitas sobre o sistema eleitoral e a parcialidade de magistrados.

Com a declaração de inelegibilidade, Bolsonaro ficará impedido de participar de três eleições, incluindo as nacionais de 2026.

Daqui a oito anos, Bolsonaro terá 76 anos de idade.

BOLSONARO INELEGÍVEL? TSE conclui JULGAMENTO do EX-PRESIDENTE; VEJA DECISÃO!

Dom José Vicente assume amanhã ( sábado) o comando da Diocese da Igreja Católica em Salgueiro

30/06/23

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Alepe: Comissão de Cidadania vai cobrar indenizações a vítimas de desabamentos em conjuntos habitacionais

30/06/23

AscomAlepe

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Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

Deputada Rosa Amorim(PT)

Comissão de Cidadania da Alepe realizou na tarde dessa quinta uma audiência pública para discutir a situação dos conjuntos habitacionais de Pernambuco. O encontro foi solicitado pela deputada Rosa Amorim, do PT. Ela comandou a audiência junto com a presidente do Colegiado, deputada Dani Portela, do PSOL.

Integrantes de movimentos sociais pela moradia lotaram o auditório Sérgio Guerra. Eles lamentaram a ausência de um porta-voz da Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento de grande parte dos conjuntos condenados. Os participantes se alternaram na tribuna para denunciar a falta de moradias e de um plano habitacional no Estado e nos municípios. Também reclamaram do baixo valor do auxílio-moradia, bem como da demora no pagamento das indenizações aos moradores dos edifícios interditados, a maioria deles do tipo caixão. Lembraram ainda que o problema dos conjuntos habitacionais remonta à década de 1970, quando começaram a ocorrer as primeiras interdições e desabamentos.

De acordo com o secretário-executivo de Articulação e Políticas Sociais da Secretaria de Habitação do Recife, Felipe Cury, 72 mil famílias da Capital vivem sem moradia ou em condições de alta vulnerabilidade. Ele afirmou que o Município está construindo mais de 1400 unidades habitacionais na cidade. Com o retorno de programas federais e a obtenção de um financiamento internacional, Felipe Cury acredita que o Recife pode melhorar em breve as condições de habitação da cidade.

“Hoje, com a volta do Minha Casa, Minha Vida, a Secretaria de Habitação e a Prefeitura da Cidade do Recife tá tentando viabilizar novos empreendimentos. Então a gente está em busca de alguns imóveis, principalmente de terrenos, para implantar cerca de 1800 unidades habitacionais. E fora isso o prefeito conseguiu através do BID a implantação de um programa chamado Promorar, que tem a previsibilidade de urbanização em 40 áreas da cidade do Recife” .

Para Jô Cavalcanti, ex-deputada estadual e integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, o MTST, o envolvimento do Legislativo é importante para fortalecer a luta pelo direito à moradia. “É um absurdo ter tanto prédio que está em risco e não ter manutenção, não ter um aspecto de moradia decente e digna para essa população. Então a gente conta com as Comissões da Assembleia, justamente a de Direitos Humanos, para que a gente possa ter avanço na questão de moradia no Estado.”

Como encaminhamento, a deputada Rosa Amorim se comprometeu a articular uma comissão, envolvendo as prefeituras, para demandar providências da Caixa Econômica Federal.“O primeiro encaminhamento que nós tivemos, que eu acho que foi o mais importante, é uma comissão que foi construída entre as entidades, principalmente as prefeituras, para conversar com a Caixa Econômica Federal e ver possíveis encaminhamentos, mas principalmente uma cobrança das indenizações dessas famílias.”

Em outra frente, a presidente do Colegiado de Cidadania, deputada Dani Portela, afirmou que pretende unir a Comissão a entidades e secretarias e atuar no acompanhamento da situação dos conjuntos condenados, conforme a previsão de uma Lei Estadual aprovada pela Alepe.  “Um dos artigos de uma lei desde 2006 prevê justamente que esta comissão permanente da casa forme uma espécie de grupo de trabalho, uma comissão dentro da comissão, formada por várias entidades como OAB, universidades, poder público estadual, várias secretarias, para que possa inspecionar esses prédios, para que possa acompanhar com regularidade essas demandas e para evitar que essas demandas se arrastem por anos.”

Também participaram do evento diversos representantes do poder público, principalmente vereadores e integrantes da Defesa Civil de municípios da Região Metropolitana do Recife.

TSE tem 3 a 1 para tornar Bolsonaro inelegível; julgamento será retomado  hoje (30)

30/06/23

AFP

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O julgamento será retomado com a leitura dos três votos que faltam, dos ministros Kássio Nunes Marques, Cármen Lúcia e do presidente do TSE, Alexandre de Moraes

Alejandro Zambrana/Secom/TSE
Plenário do TSE – FOTO: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma, nesta sexta-feira (30), a votação do julgamento que pode deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos se ele for considerado culpado de abuso de poder pelos ataques às urnas eletrônicas antes das eleições de 2022.

Após a terceira sessão do julgamento nesta quinta, o placar ficou em três votos a favor e um contra a condenação de Bolsonaro por ter questionado as urnas eletrônicas durante uma reunião com embaixadores em julho de 2022, em Brasília.

O julgamento será retomado com os três votos que faltam, dos ministros Kássio Nunes Marques, Cármen Lúcia e do presidente do TSE, Alexandre de Moraes. O veredito é definido por maioria: ao menos quatro dos sete membros do TSE.

Durante a sessão desta quinta, suspensa após quatro horas até amanhã às 12h, o ex-presidente viajou de Brasília ao Rio de Janeiro.

“Lamentavelmente falar em vacina, falar em voto, falar em urna, falar projeto da lei da censura passou a ser crime”, disse Bolsonaro à imprensa ao chegar ao Rio.

Antes de embarcar em Brasília, voltou a alegar inocência. “Não cometi nenhum crime ao me reunir com os embaixadores. Me acusar e tirar os direitos políticos sob acusação de abuso de poder político, você não consegue entender”, afirmou.

Bolsonaro acrescentou que ainda acredita em um “julgamento justo” no TSE para obter uma decisão favorável.

O caso gira em torno de uma reunião com diplomatas organizada por Bolsonaro no Palácio da Alvorada três meses antes de sua derrota nas urnas para Lula. Aos embaixadores, ele afirmou, sem apresentar provas, que buscava “corrigir falhas” no sistema de urnas eletrônicas com “a participação das Forças Armadas”.

Em seu discurso, transmitido pela TV Brasil e por redes sociais, Bolsonaro disse que a suposta vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação poderia servir para manipular o resultado das eleições em benefício de Lula, o que repetiu várias vezes durante a campanha.

COMO VOTARAM OS MINISTROS DO TSE

“O que pode ser mais grave no agir de um chefe de Estado que, visando objetivos eleitorais, mobilizar o aparato da República para passar internacionalmente a ideia de que as eleições brasileiras não são limpas?”, disse o ministro Floriano Marques, ao votar a favor da condenação.

Seu colega Raul Araújo, ao contrário, votou pela absolvição de Bolsonaro, argumentando que “a intensidade do comportamento concretamente imputável não foi tamanha a ponto de justificar a medida extrema de inelegibilidade”.

O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, foi o primeiro a votar na sessão de terça-feira.

Em sua exposição, Gonçalves afirmou que a reunião “serviu para incitar um estado de paranoia coletiva”, por meio de um “conjunto de informações falsas ou distorcidas” sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Bolsonaro “acirrou tensões institucionais e instigou a crença de que a adulteração de resultados era uma ameaça que rondava o pleito de 2022”, acrescentou o relator, ressaltando que os fatos investigados foram “nocivos para o ambiente democrático” do país.

Consequências para Bolsonaro 

O advogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, afirmou que as provas contra seu cliente “são frágeis para uma sanção dessa magnitude” e antecipou que, em caso de condenação, irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A inelegibilidade deixaria Bolsonaro fora das eleições presidenciais de 2026 e abriria uma disputa pela liderança da direita no país, por enquanto sem alternativas claras.

“Não sou um ex-presidente normal, sou um ex-presidente que o povo já está com saudade, e temos potencial pra ganhar as eleições de 2026”, declarou nesta quinta no Rio.

Praticamente metade do eleitorado votou no então presidente no segundo turno das eleições de outubro.

Após a derrota, bolsonaristas radicais, convencidos de que seu líder tinha sido vítima de fraude, promoveram cortes em centenas de rodovias e acamparam em frente a quartéis militares em todo o país, pedindo uma intervenção militar.

Em 8 de janeiro, uma semana após a posse de Lula, milhares de bolsonaristas concentrados em Brasília invadiram e depredaram as sedes da Presidência, do Congresso Nacional e do STF.

Na ocasião, Bolsonaro estava nos Estados Unidos, onde permaneceu por três meses, até o fim de março.

Uma condenação do TSE pode ser o primeiro de uma série de reveses judiciais para o ex-presidente, que responde a mais de dez processos administrativos no tribunal eleitoral.

Bolsonaro também é alvo de cinco investigações no Supremo Tribunal Federal, com penas passíveis de prisão, entre elas uma sobre seu suposto papel como autor intelectual dos ataques às sedes do Três Poderes na capital federal.

Política: Grupo coordenado por Humberto Costa pretende definir caminhos do PT no Brasil

30/06/23Por Betânia Santana

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A escolha, por unanimidade, do senador Humberto Costa para coordenar o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do Partido dos Trabalhadores é um reconhecimento dos integrantes do PT à habilidade política de um dos fiéis escudeiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O grupo vai traçar estratégias e fazer articulações, em todo o país, para fortalecer a legenda a enfrentar as eleições do próximo ano. Em 2020, os petistas viram o número de prefeitos eleitos sofrer a maior queda depois de uma crescente entre 2004 – quando a sigla chegou a consagrar, ainda no primeiro turno, 411 chefes do Executivo municipal – e 2012, ano em que atingiu seu auge, escolhendo: 630 prefeitas e prefeitos.

Há dois anos, a representação foi considerada pífia: 183 cidades, contra 254 da eleição anterior, em 2018. Pernambuco elegeu apenas cinco (um foi expulso ano passado) e fez 72 vereadores, entre os cerca de 2.700 no Brasil. Mas não é apenas sobre números.

O PT precisa definir o que pretende para os próximos anos, não apenas pensando em 2024, mas já se preparando para enfrentar 2026. Precisa saber o que quer da vida e como atingir as metas. Pretende eleger novos prefeitos ou produzir novos quadros em cidades com mais de 100 mil ou 200 mil eleitores? Ou as duas coisas? Como vai se comportar nas capitais? Terá candidaturas próprias? onde?  Qual será sua política de alianças? tenderá mais à esquerda ou vai reforçar a centro-esquerda?

Respondendo essas perguntas em meio a um turbilhão de ideias, o PT, fundado em 1980, objetiva aproveitar o momento de ter reconquistado a Presidência da República para se fortalecer. “É uma tarefa importante. Fico honrado com a responsabilidade”, analisa o senador, já apontando a importância de ter o PSOL por perto, e considerando “sensível” situações como a de São Paulo, onde o partido está dividido sobre uma possível candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

“Depois de definirmos os objetivos o desafio ficará mais fácil”, acredita. O GTE – formado também por Anne Moura (secretária de Mulheres do PT). Gleide Andrade (MG), Gleisi Hoffmann (presidente nacional do PT), Henrique Fontana (RS), Jilmar Tatto (SP), Joaquim Soriano (secretário de Assuntos Institucionais do PT),  Martvs Chagas (secretário nacional de Combate ao Racismo) e Washington Quaquá (RJ) – vai se reunir quinzenalmente.

Dois desembargadores eleitorais do TRE-PE
Os advogados Filipe Fernandes Campos e André Luís Caúla Reis foram nomeados pelo presidente Lula para o próximo biênio. Ligado ao deputado federal Silvio Costa Filho, Filipe Campos encabeçou lista tríplice com 26 votos, e substitui Washington Luís Macêdo de Amorim. André Caúla é filho da 1ª mulher desembargadora do Tribunal de Justiça, Helena Caúla (1940-2022), e do também desembargador Aquino de Farias Reis, e irmão de César Caúla, procurador-geral do Estado na primeira gestão de Paulo Câmara. Teve 37 votos e foi o 2º colocado em outra lista tríplice. Sucede Leonardo Gonçalves Maia.

TERMÔMETRO Café da manhã no Mercado de Cavaleiro, Caravana Mais, em Santo Aleixo, almoço com amigos, parentes, e aliados. O prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros (PL), não descansou nem no dia do aniversário. E foi prestigiado, entre outros, pelos deputados federais André Ferreira e Coronel Meira; os estaduais Renato Antunes e Joel da Harpa, o presidente estadual do PL  Anderson Ferreira, os secretários estaduais Evandro Avelar e Ivaneide Dantas,

SILÊNCIO  “A hora em que calar é mais importante que falar”, disparou Dani Portela (PSOL), após a Alepe aprovar programa de distribuição gratuita dos absorventes com aval dos evangélicos. Emenda da deputada trocou o termo “mulheres” por “pessoas que menstruam”. contemplando trans e travestis.

Morre ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli

30/06/23

Por Nathalia Monte

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Ex-ministro e engenheiro chegou a ser indicado ao prêmio Nobel da Paz

Alysson Paolinelli
O engenheiro agrônomo e ex-ministro da Agricultura (1974-1979), Alysson Paolinelli, faleceu nesta quinta-feira (29), aos 86 anos. Ele também foi presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (ABRAMILHO) e chegou a ser indicado ao prêmio Nobel da Paz por favorecer o aumento da produção alimentar no mundo.

Paolinelli nasceu em Minas Gerais, onde chegou a dirigir a secretaria de Agricultura Estadual por três vezes. Liderou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e atualmente era catedrático da Universidade de São Paulo (USP), trabalhando à frente do projeto Biomas.

Quando exerceu o cargo de ministro durante o mandato presidencial de Ernesto Geisel (19774-1979), investiu em ciência e tecnologia e ajudou a impulsionar a modernização da agricultura tradicional, a exemplo do Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer).

Lideranças políticas brasileiras lamentaram a morte do agrônomo, como o Ministro de Minas e EnergiaAlexandre Silveira, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), vice-líder do Governo Lula (PT) no Congresso, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

“O Brasil perde o grande nome do desenvolvimento da agricultura nacional para garantir o abastecimento mundial. Um legado imortal por desbravar nosso clima tropical e adaptar nossa produção rumo à uma era de abundância e prosperidade que sustenta nosso país”, afirmou uma nota emitida pelo Instituto Pensar Agro.

Cadê o dinheiro: Médicos da Santa Casa de Misericórdia do Recife completam três meses sem salários

30/06/23

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01 – Entidade diz ter repasses pendentes do governo de Pernambuco.

02 – Santa Casa diz que passa por “dificuldade financeira crônica, que traz prejuízos não só à manutenção das atividades, mas também pode afetar o pagamento a colaboradores, prestadores de serviço e fornecedores”

DIVULGAÇÃO
Médicos são contratados pela Santa Casa de Misericórdia do Recife para oferecer assistência aos pacientes do Hospital Santo Amaro (HSA), na área central da capital pernambucana – FOTO: DIVULGAÇÃO

Os profissionais, de diversas especialidades, são contratados pela organização social para oferecer assistência aos pacientes do Hospital Santo Amaro (HSA), na área central da capital pernambucana. Estão com pagamentos atrasados médicos que têm vínculo com a Santa Casa de Misericórdia via pessoa jurídica.

“Ao todo, somos 65 médicos nessa condição de prestação dos nossos serviços. Estou há quase dez anos na Santa Casa, e é a primeira vez que passo tanto tempo com pagamento atrasado. Nunca passava de 15 dias”, contou ao JC, sob reserva, um médico da entidade.

Ele ainda informou que a categoria criou um grupo de trabalho para discutir ações capazes de resolver o problema.

“Oficialmente não recebemos, até o momento, uma explicação nem apresentaram um calendário de pagamento. O que o financeiro da Santa Casa informou é que o governo do Estado tem uma verba provisionada, mas que não foi liberada.”

A categoria não quer parar as atividades nem reduzir a quantidade de atendimentos à população, mas destaca que, com tanto tempo de salário atrasado e sem previsão de pagamento, está insustentável trabalhar dessa forma.

A coordenação de comunicação da Santa Casa enviou, a pedido do JC, uma nota para sobre o atraso no pagamento dos médicos que atuam na unidade.

“Reforçamos que a instituição vem mantendo o constante diálogo com os órgãos competentes com os quais tem convênios firmados, buscando sempre construir soluções para minimizar problemas e fortalecer o nosso HSA (Hospital Santo Amaro), que presta relevantes serviços à sociedade, atuando como importante retaguarda da saúde pública em Pernambuco.”

O HSA exerce uma função como retaguarda para o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, que tem uma demanda alta em atendimentos na área de traumato-ortopedia.

“Como é de conhecimento de todos, as Santas Casas e hospitais filantrópicos, em todo o Brasil, sofrem com a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que não é reajustada há quase 20 anos. A consequência disso é uma dificuldade financeira crônica, que traz prejuízos não só à manutenção das atividades, mas também pode afetar o pagamento a colaboradores, prestadores de serviço e fornecedores“, diz a nota da Santa Casa.

A assessoria de comunicação da entidade esclareceu que são mantidos contratos com as Secretarias de Saúde do Recife e de Pernambuco. “Hoje temos repasses pendentes apenas da SES (Secretaria de Saúde de Pernambuco), mas isso não é o único ponto que nos impede de pagar integralmente nossos médicos”. Os outros motivos destacados incluem “a defasagem da tabela SUS e o déficit orçamentário que contempla todos os hospitais filantrópicos do País”.

No comunicado, a Santa Casa garante que tem trabalhado para realizar o pagamento dos valores pendentes aos médicos e que está ciente de que parte destes profissionais está sem receber os meses de abril e maio deste ano. A assessoria informou ainda que a direção da entidade convocou representantes do corpo clínico para uma reunião, a fim de prestar esclarecimentos sobre a situação.

Sobre os repasses pendentes, a coluna Saúde e Bem-Estar, do JC, entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE)

Em nota, a pasta informou que, segundo a Secretaria Executiva de Regulação em Saúde (SERS), “o pagamento pendente se refere a uma nota fiscal de fevereiro, relativa a procedimentos cirúrgicos, enviada só recentemente à SES-PE, no último dia 24 de junho”.

A pasta ainda acrescenta que “existem débitos da gestão anterior, que estão sendo discutidos na regularização contratual já em andamento”.

A SERS garante que o “pagamento dos honorários das demais competências do ano de 2023 encontra-se em dia”.

Na nota, a SES-PE também destacou que “os honorários dos médicos da Santa Casa de Misericórdia são pagos a partir dos procedimentos cirúrgicos realizados por esses profissionais, em pacientes do SUS, que são atendidos pelo hospital. Não existe relação salarial entre esses médicos e a SES-PE, já que a unidade não pertence à rede estadual de saúde”, ressaltou.