Sport vence CRB com Arena cheia e avança para a final da Copa do Nordeste

27/03/22
GE
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Rubro-negro marca com Parraguez duas vezes, vê o adversário diminuir com Anselmo Ramon, mas confirma a classificação com gol de Luciano Juba no fim; Leão decide título com o Fortaleza

Javier Parraguez (Bufalo), do Sport, no jogo contra o CRB, pela Copa do Nordeste

Javier Parraguez (Bufalo), do Sport, no jogo contra o CRB, pela Copa do Nordeste (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
 
lTorcida profetiza gol de Parraguez pelo Sport contra o CRB
Torcida profetiza gol de Parraguez pelo Sport contra o CRB (Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)

 

  • Resumão

    Estava escrito. Era noite para comemoração da torcida rubro-negra – após o clube deixar a Ilha do Retiro para contar com o apoio massivo na Arena de Pernambuco. A estratégia funcionou. O Sport venceu o CRB por 3 a 1 e confirmou a vaga na final da Copa do Nordeste. Os gols do Leão saíram com Parraguez (duas vezes) e Luciano Juba, enquanto o time alagoano marcou com Anselmo Ramon.

  • Como fica

    O Sport agora decide o título da Copa do Nordeste diante do Fortaleza. O CRB está eliminado da competição.

  • Próximos jogos

    O Sport entra em campo novamente na quinta-feira, para o primeiro confronto da final, contra o Fortaleza, novamente na Arena Pernambuco (veja datas, horários e locais das decisões). O CRB, por sua vez, agora aguarda o início da Série B do Brasileiro.

  • O abraço de tão forte…

    Não tem separação. A torcida rubro-negra voltou a comparecer em peso para impulsionar o Sport. A mudança de estádio – da Ilha do Retiro para a Arena – tinha justamente esse objetivo. E funcionou.

  • #Bufalizado

    A torcida acreditou. E Parraguez cumpriu. O centroavante chileno abriu o placar na Arena de Pernambuco e terminou a decisão com dois gols marcados, para garantir a classificação do Sport à final da Copa do Nordeste.

  • Diminuiu

    Anselmo Ramon fez as honras pelo CRB. Aproveitou o desvio de Gum para diminuir o placar na Arena de Pernambuco. Mas não houve resultado.

  • Expulso!

    Pouco após o CRB balançar as redes, o técnico Marcelo Cabo terminou sendo expulsou. Reclamou com a arbitragem e levou dois cartões amarelos seguidos na beira do campo.

  • É de Juba! Para coroar

    O melhor nome do Sport nesta temporada precisava deixar o dele. Luciano Juba arriscou de fora da área e marcou um golaço, comemorado ostensivamente com a torcida na Arena. É o quinto do prata da casa em 2022. E dessa vez para confirmar a vaga na final do Nordestão.

  • Primeiro tempo

    A Arena de Pernambuco estava dominada pelo Rubro-negro. Nas cadeiras do estádio – com a torcida predominante -, mas também no campo. Sob o comando de Gilmar Dal Pozzo, o Sport pressionou desde os primeiros minutos e a postura deu resultado. Abriu o placar aos 14, com levantamento de Thyere e gol de Parraguez: 1 a 0. A dominância se manteve. Aos 21, o centroavante marcou de novo: 2 a 0 para o Sport. O CRB ainda contou com tentativa de Richard aos 36 e de Rafael Longuine aos 44, mas não mudou o placar provisório.

  • Segundo tempo

    Houve mudanças de ambos os lados. Mas as equipes diminuíram o ritmo para a segunda etapa. A primeira grande chance saiu mais uma vez dos pés de Parraguez, aos cinco minutos. O CRB reagiu e começou a aparecer – em lances de Gilvan, Emerson Negueba e Anselmo Ramon. Até que conseguiu marcar. Aos 28, Anselmo diminuiu o placar na Arena. Só que pouco depois o técnico Marcelo Cabo terminou sendo expulso, por reclamar da arbitragem. E o Sport respondeu como quis: golaço de Luciano Juba, aos 37 minutos, para confirmar a classificação do Leão. Vitória por 3 a 1 e uma vaga na final.

Gonzaga Patriota faz uma articulação ampliada em municípios do Pajeu, Moxotó e no Agreste do Estado

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O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB- fotos ) tem mantido uma intensa agenda de articulações no interior do estado. O parlamentar dedicou a sexta-feira (25) e o sábado (26) para visitar 16 municípios pernambucanos. O decano da Câmara dos Deputados tem percorrido trechos para cumprir compromissos com gestores municipais, lideranças políticas e comunitárias e com a população em municípios de várias regiões. 

Em dois dias, o socialista visitou São José do Egito, Brejinho, Itapetim, Tuparetama, Riacho do Meio, Tabira, Solidão, Iguaracy, Quitimbu, Custódia, Sertânia, Arcoverde, Pesqueira, São Caetano, Caruaru e Bezerros, municípios encravados nas regiões do  Agreste, Moxotló e Sertão do Pajeu.

Um dos compromissos, foi participar das comemorações do Dia da Família, em Itapetim, ao lado do prefeito Adelmo Moura. A comemoração aconteceu na escola Santo Antônio e reuniu alunos, pais, professores e funcionários.  O parlamentar seguiu os compromissos  se reunindo com seus aliados e visitando eleitores e lideranças políticas daquelas cidades.

O parlamentar ainda aproveitou para destacar o envio da emenda  no valor de mais de R$ 8 milhões para construção da  escola com treze salas padrão FNDE para Solidão. Patriota também visitou as obras da PE-310, que liga o Custódia a Iguaracy, passando pelo distrito de Quitimbu. As obras contam com emenda de R$  4,5 milhões do parlamentar.

À noite, o deputado ainda se reuniu com o prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira, vereadores e secretários para discutir problemas do município, a exemplo de pavimentação de ruas, orçadas em mais de R$ 3 milhões, em parceria com o Estado.

No sábado, para encerrar a jornada, Gonzaga Patriota se reuniu com lideranças políticas e de desenvolvimento regional, em Arcoverde, Pesqueira, São Caetano, Caruaru e Bezerros, no Agreste.

Fortaleza mantém invencibilidade, passa pelo Náutico e está na final do Nordestão

27/03/22
GE
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1 – Gols são marcados por Robson, no 1° tempo, e Silvio Romero, no 2°. Tricolor ainda perdeu um pênalti com Matheus Vargas
2- Hoje (27) o Sport recebe o CRB na Arena Pernambuco
  • Leão na final!

    O Fortaleza venceu o Náutico neste sábado por 2 a 0 e é o primeiro finalista da Copa do Nordeste de 2022. Os gols foram marcados por Robson, ainda na primeira etapa, e Romero, na segunda. O Leão perdeu um pênalti no segundo tempo. Perri defendeu cobrança de Matheus Vargas.

    Os gols de Fortaleza 2 x 0 Náutico, pela semifinal da Copa do Nordeste

    Os gols de Fortaleza 2 x 0 Náutico, pela semifinal da Copa do Nordeste

  • Primeiro tempo

    O Náutico pode até ter começado assustando com boa chegada de Ewandro, mas foi o Fortaleza quem abriu o placar. Um belo lançamento de Tinga (que sairia contundido mais tarde) encontrou Renato Kayzer, que avançou para cruzar para Robson abrir o placar no Castelão. O árbitro precisou consultar o VAR para confirmar o gol.

    Robson Fortaleza x Náutico

    Robson Fortaleza x Náutico (Foto: Lucas Emanuel/AGIF)

  • Segundo tempo

    Na etapa complementar, o Fortaleza voltou mais fechado. Felipe entrou na vaga de Matheus Jussa, que já tinha amarelo. O Timbu não conseguia furar a defesa tricolor. Felipe Conceição fez mudanças. Colocou Robinho e Amarildo no ataque, na ideia de incomodar mais ainda a defesa do Leão. Não adiantava. O Fortaleza ainda teve a chance de ampliar, mas Vargas perdeu o pênalti, defendido por Lucas Perri. No fim, Romero entrou e ainda fez o segundo para garantir a vaga do Tricolor na final.

    Fortaleza, Náutico, Pikachu, Silvio Romero

    Fortaleza, Náutico, Pikachu, Silvio Romero (Foto: Kid Júnior/SVM)

    Finalista e invicto

    O Fortaleza segue invicto na Copa do Nordeste e na temporada. São 14 jogos, com 10 vitórias e quatro derrotas. No Nordestão, são 10 jogos, com seis vitórias e quatro empates.

    Nem fez falta

    Aos 36 do segundo tempo, o Fortaleza teve pênalti ao seu favor. No entanto, Matheus Vargas perdeu a cobrança, defendida por Lucas Perri. Era a chance do Leão de matar o jogo na reta final. No fim das contas, acabou não fazendo falta. Silvio Romero entrou no segundo tempo e marcou o segundo do Leão.

    E agora?

    O Fortaleza aguarda o rival na decisão do Nordestão. A outra semifinal acontece neste domingo, entre Sport e CRB, na Arena Pernambuco, às 18h30

Especial de domingo: Gregório Bezerra, “feito de ferro e de flor”

27/03/22

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(Pernambuco, histórias & Personagens)

 

Ele queria ser lembrado como amigo das crianças, amado pelo povo, temido e odiado pelos fascistas

 

 

No ano de 1935, enfrentavam-se na Europa o movimento comunista, vitorioso na Rússia desde 1917, e o nazifascismo implantado em Portugal, na Itália e na Alemanha, e a disputa entre esquerda e direita estendia-se pelo mundo afora. No Brasil — governado provisoriamente por Getúlio Vargas, que chegara ao poder através de uma revolução apoiada pelo povo, em 1930 —, democratas e comunistas, reunidos na “Aliança Libertadora Nacional” (ALN), confrontavam-se diariamente pela imprensa e nas ruas com os “integralistas” de Plínio Salgado.

Então, no mês de julho, os comunistas lançaram um manifesto pedindo “todo poder à ALN”. Getúlio, em resposta, decretou a ilegalidade do seu partido. Que, em novembro, revidou com uma tentativa de golpe, liderada em Pernambuco por um sargento do Exército muito querido, respeitado, bondoso e valente…

VIDAS SECAS

Gregório Lourenço Bezerra nasceu em Panelas, no agreste pernambucano, em 1901. Aos quatro anos de idade já ganhou “uma enxada velha, gasta pelo tempo, e um cacareco de foice”, conforme anotou nas suas memórias, e assim equipado foi trabalhar na roça para ajudar sua família de agricultores paupérrimos. Aos sete, perdeu o pai, vítima de um acidente, e aos nove sua mãe morreu de pneumonia, agravada pela desnutrição. Então, os onze filhos do casal espalharam-se pelo mundo, vindo o pequeno Gregório para o Recife, onde fez biscates como carregador de bagagens e jornaleiro. Lá, “sem casa, dormia onde o sono me vencesse, comia quando ganhava algum dinheiro e era o dono de todas as calçadas e pés de escada da cidade”. Também foi carvoeiro e ajudante de pedreiro até se alistar, em 1922.

No Exército, ele se alfabetizou, em 1925; fez curso para sargento, em 1926; e em 1930 matriculou-se na Escola de Educação Física da arma. “Até aí era apolítico”, ele escreveu, “mas caíram-me nas mãos alguns livros sobre socialismo e, inspirado no exemplo e na luta heróica do povo soviético, desde a Revolução de 1917, achei o caminho que há muito procurava”. Filiou-se, então, ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e cinco anos depois estava de armas na mão, tentando colocar o País no rumo que julgava ser o melhor para o seu povo.

O LEVANTE DA ALN

A Aliança Libertadora Nacional — o primeiro grande movimento de massas brasileiro — foi lançada publicamente em março de 1935, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Trabalhadores, intelectuais e militares de diversas correntes democráticas e de esquerda se uniram numa frente para combater o avanço do integralismo. Seu programa incluía, entre outros itens, a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização de empresas estrangeiras, a reforma agrária, educação para todos e um governo popular com garantia das liberdades democráticas.

Luís Carlos Prestes, líder da coluna militar que na década anterior havia cruzado o Brasil por dois anos, tentando derrubar a “República Velha” pelas armas, mesmo ausente, foi aclamado seu presidente de honra. O “Cavaleiro da Esperança”, que gozava de imenso prestígio popular, havia aderido ao comunismo e encontrava-se na União Soviética.

Nos meses seguintes, a ALN fez comícios e passeatas em muitas cidades e recebeu milhares de adesões; assim como cresceram, também, a tensão política e os conflitos de rua com os “camisas-verdes” de direita.

Em julho, a Aliança promoveu manifestações para comemorar o aniversário dos levantes militares “tenentistas” da década de vinte. E, contra a vontade de muitos aliancistas não-comunistas, foi divulgado um manifesto propondo a tomada imediata do poder. Então, Getúlio aproveitou-se disso para, com base na Lei de Segurança Nacional — também conhecida como “Lei Monstro”, recém-promulgada, em abril —, ordenar o fechamento da organização.

Na ilegalidade, a ALN perdeu o contato direto com a população. E, na clandestinidade, ganharam força dentro dela os comunistas e os militares dispostos a derrubar Getúlio pelas armas, apesar de muitos deles considerarem que não havia condições objetivas para isso — entre os quais, Gregório Bezerra.

Em novembro, porém, o levante estourou no Rio Grande do Norte. Os rebeldes chegaram a controlar Natal por quatro dias, com apoio das massas — inclusive porque decretam que o transporte público seria gratuito e o povo pôde andar de bonde à vontade, sem pagar. Já no Rio de Janeiro e no Recife, onde os combates foram ferozes, não obtiveram sucesso. E como nada aconteceu no resto do País, o governo varguista abafou o movimento e deu início a uma violenta repressão contra todos os oposicionistas, vinculados ou não à ALN.

Em Pernambuco, chegaram a ser presos três secretários do governador Carlos de Lima Cavalcanti, que também respondeu a processo.

A “intentona comunista”, como aquela ação passaria a ser chamada, depreciativamente, ainda forneceu o pretexto para que, em 1937, Getúlio fechasse o Congresso e implantasse uma ditadura no País, o “Estado Novo”, que se estendeu até 1945.

Torturado e encarcerado por duas ditaduras

Apesar de julgar aquele levante uma ação precipitada, Gregório Bezerra não fugiu da luta e fez o que pôde para levá-lo a bom termo. Mas, ferido em combate, acabou sendo preso, torturado, e por fim condenado a 28 anos de prisão, dos quais chegou a cumprir dez anos nos cárceres do Recife, de Fernando de Noronha e do Rio de Janeiro.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a consequente queda do Estado Novo, em 1945, porém, ele foi anistiado. E nas eleições do ano seguinte foi o candidato a deputado federal constituinte mais votado no Recife e o segundo em Pernambuco, na legenda do PCB. Na Câmara, empenhou-se na defesa das crianças, dos jovens, dos trabalhadores rurais e dos ex-combatentes, até ter o seu mandato cassado em 1948, juntamente com outros treze parlamentares do PCB.

Gregório passou, então, a atuar na clandestinidade, junto aos camponeses de Goiás, Minas, Mato Grosso, São Paulo e Paraná até 1964, quando foi novamente preso, no interior de Pernambuco, tentando organizar a resistência ao golpe militar, ocorrido naquele ano.

Novamente, foi submetido a violentas torturas e depois condenado à prisão, dessa vez por 19 anos. Em 1969, porém, foi libertado pelo MR8, um grupo dissidente do PCB que fazia oposição armada ao regime militar e sequestrou o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, trocando-o por 15 presos políticos.

Nos dez anos seguintes ele viveu no México e na União Soviética, até a anistia de 1979. De volta ao Brasil, desentendeu-se com o PCB e filiou-se ao PMBD, pelo qual disputou o mandato de deputado federal por Pernambuco, em 1982, ficando na suplência.

Antes de morrer, em São Paulo, no dia 21 de outubro de 1983, Gregório Bezerra declarou que “gostaria de ser lembrado como um homem que foi amigo das crianças, dos pobres e excluídos, amado e respeitado pelo povo, temido e odiado pelos fascistas”. E assim está sendo até hoje, além dar nome a diversas ruas em vários estados do País.

 


Barbaridades

Ferido em combate, em 1935, Gregório Bezerra foi tirado do hospital pela repressão, espancado e torturado durante semanas; tal como seu irmão, o dirigente operário José Lourenço Bezerra, que não resistiu às sevícias e morreu, deixando a mulher viúva com cinco filhos pequenos. Em 1964, já com 63 anos de idade, Gregório foi preso no município de Cortês, levado para o Parque de Moto Mecanização do Exército em Casa Forte, no Recife, e lá violentamente espancado com uma barra de ferro pelo coronel Darcy Villocq, pessoalmente. Mergulharam, também, seus pés em solução de bateria de carro, obrigaram-no a andar sobre britas e arrastaram-no pelas ruas do bairro, amarrado pelo pescoço com uma corda, enquanto o coronel incitava a população a linchá-lo, numa cena chocante que escandalizou e revoltou os pernambucanos.

A história de um valente

Valentes, conheci muitos e valentões muito mais uns só valentes no nome e outros só de cartaz uns valentes pela fome outros por comer demais sem falar dos que são homens só com capangas atrás. Mas existe nesta terra muito homem de valor que é bravo sem matar gente mas não teme matador que gosta da sua gente e que luta ao seu favor como Gregório Bezerra feito de ferro e de flor.

Ferreira Gullar