Além de Raquel, Marília Arraes também tratou com Raul Henry sobre Senado

19/03/22
Por Renata Bezerra de Melo
blogfolhadosertao.co.br
Conversa se deu na manhã da quinta-feira (17). Isnaldo Bulhões também procurou Henry sobre o tema
Marília Arraes trocou figurinhas com Raquel Lyra e Raul Henry – André Nery / Avener Prado-Folhapress/Arquivo FolhaPE -Paullo Allmeida
Após conversar, em Brasília, com o senador Renan Calheiros e com o líder do MDB na Câmara Federal, Isnaldo Bulhões, sobre a hipótese de concorrer ao Senado em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes também tratou do assunto com o presidente da legenda em Pernambuco, o deputado federal Raul Henry.

Os dois têm relação de amizade. A ele, a única porta que ela fechou foi a de concorrer à Casa Alta pela Frente Popular. Mas admitiu conversas com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, para, eventualmente, integrar a chapa da tucana. Deixou o espaço aberto também para outras articulações.

Como o cenário considerado com mais nitidez pela petista foi de concorrer ao lado da tucana, Henry fez considerações de que não faria sentido para ele, sem uma motivação que justifique, mudar de campo e abandonar a posição política, de apoio ao PSB, já assumida.

O MDB no Estado integra a Frente Popular. Isnaldo Bulhões já havia procurado Henry para comunicar o encontro com Marília. No diálogo da deputada com o dirigente do MDB-PE, restou implícito um espaço para eventuais outras construções. Marília tem relação muito próxima com Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão e pré-candidato ao Governo do Estado, mas é, praticamente, um consenso, nas coxias, que, em palanque do presidente Jair Bolsonaro, ela não tem como subir.

No caso de Raquel Lyra, cujo PSDB tem João Doria no páreo da corrida presidencial, a construção soa mais palatável para ambos os lados e Marília seguiria votando no ex-presidente Lula. Assim, o palanque da tucana teria dois presidenciáveis, situação semelhante ao que ocorreria se Raquel e Anderson tivessem consolidado o plano original de estarem na mesma chapa.

Ainda há Miguel Coelho também concorrendo a governador pelo campo das Oposições e com quem Marília também tem bom trânsito, tanto com ele como com o grupo dos Coelho. Em nota, na noite ontem, ela avisou que anuncia posição “nos próximos dias”. A conferir.

Dando spoiler
No comunicado, emitido na noite de ontem, Marília Arraes, ao avisar que anuncia decisão, “nos próximos dias”, assinalou o seguinte: “Nos próximos dias, Pernambuco vai saber o que penso e o que vou fazer nas eleições desse ano. Nosso maior objetivo é vencer o facismo e o retrocesso que infelicita o Brasil e Pernambuco, ao lado do Presidente Lula”.

Depende de nós > Marília, ao final do texto, no qual cita o avô Miguel Arraes e o ex-governador Eduardo Campos, faz uma advertência: “Como será, não depende apenas de mim. Mas o que penso, e farei, refletirá o sentimento do povo que confia e respeita as minhas posições”. Não cravou seu destino.

Tendências 1 > Diante do cenário de incertezas no PT, a vereadora Liana Cirne observa que o processo interno no partido é burocrático. “Hoje (ontem), é dia 18 de março e ainda não se tem definição do nosso candidato ao Senado”, pontua. “Quem define?”, ela indaga. E devolve: “Na instância estadual, são os votos que cada tendência tem”.

Tendências 2 > Liana prossegue: “Não tem nenhuma tendência dentro do processo democrático do PT que tenha maioria, nem a de Humberto Costa, nem a de Osmar, nem de Oscar Barreto, nem a de João da Costa. São, pelo menos, cinco diferentes. Nenhuma tem maioria. Eu digo como militante, isso é bom ou ruim? Eu acho que é bom”. Mas pondera: “É ruim porque a gente acaba se burocratizando. Já era para ter definido quem seria nosso nome para o Senado”. Não adianta, ela diz, “ter simpatia de alguns e não construir acordos com as correntes”.

Saque emergencial: Saiba se você tem direito a sacar os R$ 1 mil do FGTS

19/03/22

Estadão Conteúdo/Ana Maria Miranda

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Nova rodada de saques tem como objetivo tentar estimular a economia
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estimativa do governo Bolsonaro é que a ação alcance 42 milhões de trabalhadores e injete até R$ 30 bilhões na economia em 2022 – FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal anunciou, na quinta-feira (17), que os trabalhadores poderão sacar até R$ 1 mil do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A nova rodada de saques tem como objetivo tentar estimular a economia, diminuir o comprometimento de renda e o endividamento das famílias por causa da crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19. A estimativa do governo Bolsonaro é que a ação alcance 42 milhões de trabalhadores e injete até R$ 30 bilhões na economia em 2022 (caso todos retirem o dinheiro).

De acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o calendário de saques começa em 20 de abril e vai até 15 de junho. Os valores poderão ser retirados até a data limite de 15 de dezembro. Após esse prazo, o dinheiro que não for retirado pelo trabalhador voltará para a conta vinculada do FGTS. O cronograma completo será detalhado posteriormente pela instituição.

Ainda segundo Guimarães, o pagamento ocorrerá através do aplicativo Caixa Tem, utilizado para o pagamento de benefícios sociais e trabalhistas nos últimos anos. O dinheiro será depositado numa conta poupança digital, podendo ser transferido posteriormente para uma conta-corrente por meio do celular.

Quem tem direito?

Para ter direito ao saque extraordinário do FGTS, é necessário que a pessoa possua saldo positivo em contas ativas ou inativas do fundo. É preciso aderir ao novo saque emergencial na conta do FGTS, através do site www.fgts.caixa.gov.br, pelo aplicativo do fundo ou por meio do Internet Banking da Caixa.

Entretanto, quem antecipou o saque aniversário do FGTS e ficou com o valor bloqueado na conta não poderá retirar os R$ 1 mil.

Veja os requisitos:

  • Contrato de trabalho rescindido pelo empregador, sem justa causa;
  • Extinção normal do contrato de trabalho a termo;
  • Aposentadoria concedida pela Previdência Social;
  • Permanência do trabalhador por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS, neste caso, sendo permitido o saque a partir do mês de aniversário do titular da conta;
  • Permanência da conta vinculada por três anos ininterruptos sem crédito de depósito, para afastamento ocorrido até 3.7.1990.

Os trabalhadores podem conferir se têm saldo no fundo, e se a empresa está fazendo o depósito corretamente. Para consultar o saldo, basta acessar o aplicativo do FGTS, disponível nas lojas de aplicativos dos aparelhos. Quem já tiver o app, precisará atualizar a versão.

Dinheiro do FGTS

Uma Medida Provisória autorizando o saque foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto, nessa quinta. Em 2017, uma ação semelhante foi realizada no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Medidas anteriores já liberaram a retirada de quase R$ 100 bilhões do fundo de garantia.

O governo federal garante que o valor fixado como limite para o saque emergencial não irá comprometer financeiramente o FGTS, e não reduzirá as operações de apoio aos setores de habitação, saneamento e infraestrutura. De acordo com balanço provisório de novembro de 2021, o FGTS tem R$ 105 bilhões de patrimônio líquido. Desse total, R$ 29 bilhões estão como saldo de disponibilidade e podem ser sacados. Ao considerar as entradas e saídas mensais de recursos, sobrariam R$ 6,4 bilhões caso todos os trabalhadores façam o saque.

“As outras possibilidades legais de movimentação dos recursos do FGTS continuarão válidas: despedida sem justa causa, extinção da empresa, aposentadoria, falecimento do trabalhador, pagamento de prestações do financiamento habitacional concedido pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) a pessoas com idade igual ou superior a setenta anos, além dos casos de saúde definidos em Lei”, explicou o governo federal, em nota.

Mais:

Alckmin confirma filiação ao PSB  e lembra citação de Eduardo Campos

19/03/22
Estadão Conteúdo
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Ex-governador de São Paulo  confirmou os rumores nesta sexta-feira (18) pelas redes sociais. A assinatura de filiação deve acontecer na próxima quarta-feira (23) em Brasília
Felipe Ribeiro/JC Imagem
O ex-governador anunciou sua saída do PSDB – partido do qual foi um dos fundadores e onde estava havia 33 anos – em 15 de dezembro, após romper com Doria, seu ex-afilhado político – FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem

O ex-governador de São Paulo,  Geraldo Alckmin confirmou os rumores e anunciou sua filiação ao PSB nesta sexta-feira (18) pelas redes sociais. Na publicação, o em breve socialista citou, ainda, a frase do ex-governador pernambucano Eduardo Campos: “não vamos desistir do Brasil”.

“A política precisa enxergar as pessoas. Não vamos deixar ninguém para trás. Nosso trabalho para ajudar a construir um país mais justo e pronto para o enfrentamento dos desafios que estão postos está só começando”, pontuou Alckimin.

assinatura de filiação deve acontecer na próxima quarta-feira (23) em Brasília, em um evento que está sendo formatado para apresentá-lo como um político progressista e no qual lideranças históricas de outros partidos também vão ingressar na legenda.

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem o ex-tucano deve ser candidato a vice, ainda não confirmou presença no ato de filiação, mas dirigentes pessebistas dizem que o presidenciável sinalizou que vai participar do evento.

Entre as lideranças que vão dividir o palanque com Alckmin e também assinarão a filiação ao PSB estão o presidente da Aliança Nacional LGBTQIA+, Toni Reis; o vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, que deixou o PSDB; o advogado e influencer Augusto de Arruda Botelho; e o senador Dario Berger (SC), que deixou o MDB; além do núcleo de aliados mais próximos do ex-governador paulista.

Núcleo

A lista de tucanos do entorno de Alckmin que vai se filiar ao PSB tem o ex-deputado estadual e ex-presidente do PSDB Pedro Tobias, os ex-deputados federais Silvio Torres e Floriano Pesaro e o ex-prefeito de Sorocaba Antonio Carlos Pannunzio.

Outro ex-tucano que está no núcleo duro do ex-governador é o sociólogo Fernando Guimarães, que liderou a corrente Esquerda para Valer no PSDB. Guimarães, que entrou na executiva estadual do PSB paulista recentemente, é também coordenador do movimento Direitos Já e tem feito a interlocução entre o ex-governador e líderes de movimentos da sociedade civil.

Em outra frente, Alckmin tem mantido diálogo com tucanos históricos, mas que, pelo menos por ora, não mudarão de partido. O ex-governador esteve com os ex-senadores paulistas Aloysio Nunes Ferreira e José Aníbal – que integra o grupo de dissidentes do governador e presidenciável tucano, João Doria. “Tenho conversado com Geraldo sobre política. Ele recebeu um tratamento muito aquém do seu tamanho no PSDB. Não critico a decisão (de ser candidato a vice do Lula)”, disse Aníbal.

Sobre a possibilidade de mudar de partido, o ex-senador afirmou que ainda está fazendo um trabalho dentro da legenda.

Ausência

Apesar da estratégia de Alckmin de se aproximar de movimentos sociais progressistas, o ex-governador enfrenta resistências no PT e é alvo de críticas no campo da esquerda. “A direção do PSB foi gentil ao nos convidar para o ato. Assim, evitamos o constrangimento de declinar”, disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

“Vamos ver quanto tempo ele vai demorar para fazer a autocrítica de suas posições neoliberais”, declarou o dirigente. No PT, a ala que é contrária à escolha de Alckmin como vice de Lula é integrada pelo ex-presidente do partido Rui Falcão, pelo ex-deputado José Genoino e por correntes mais à esquerda da legenda. Segundo petistas, uma opção ventilada é que o ex-presidente mande uma mensagem gravada no evento de filiação de Alckmin.

O ex-governador anunciou sua saída do PSDB – partido do qual foi um dos fundadores e onde estava havia 33 anos – em 15 de dezembro, após romper com Doria, seu ex-afilhado político. Alckmin, que foi a sétima assinatura na lista de presença dos fundadores do partido, disputou duas vezes o Palácio do Planalto, em 2006 e 2018, com uma agenda conservadora e discurso antipetista.