Caixa lança nesta na terça-feira aplicativo para cadastro em renda emergencial

05/04/20
Agência Brasil/blogfolhadosertao.com
Aplicativo Caixa Econômica Federal- FGTS.
Aplicativo Caixa Econômica Federal- FGTS.
        A partir da próxima terça-feira (7), dezenas de milhões de brasileiros poderão baixar um aplicativo lançado pela Caixa Econômica Federal que permitirá o cadastramento para receberem a renda básica emergencial, de R$ 600 ou de R$ 1,2 mil, no caso de mães solteiras. O banco também lançará uma página na internet e uma central de atendimento telefônico para a retirada de dúvidas e a realização do cadastro.

O próprio aplicativo avaliará se o trabalhador cumpre os cerca de dez requisitos exigidos pela lei para o recebimento da renda básica. O pagamento poderá ser feito em até 48 horas depois que a Caixa Econômica receber os dados dos beneficiários, mas o presidente do banco não se comprometeu em apresentar uma data específica. Quem não tem conta em bancos poderá retirar o benefício em casas lotéricas.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que o banco lançará outro aplicativo, exclusivo para o pagamento da renda básica. O benefício será depositado em contas poupança digitais, autorizadas recentemente pelo Conselho Monetário Nacional, e poderá ser transferido para qualquer conta bancária sem custos. Segundo ele, o calendário de pagamentos será anunciado na próxima semana, depois de o banco conhecer o tamanho da população apta a receber a renda básica emergencial.

Segundo Guimarães, o decreto que regulamenta a lei que instituiu o benefício será finalizado hoje, mas ele não informou se o texto será publicado ainda nesta sexta-feira (3) ou no início da próxima semana. Na segunda-feira (6), a Caixa Econômica detalhará o funcionamento dos dois aplicativos.

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou que só precisarão se inscrever no aplicativo microempreendedores individuais (MEI), trabalhadores que contribuem com a Previdência Social como autônomos e trabalhadores informais que não estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Caso o trabalhador esteja inscrito no cadastro único, o aplicativo avisará no momento em que ele digitar o número do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).
Bolsa Família

Os beneficiários do Programa Bolsa Família não precisarão baixar o aplicativo. Segundo Onyx, eles já estão inscritos na base de dados e poderão, entre os dias 16 e 30, escolher se receberão o Bolsa Família ou a renda básica emergencial, optando pelo valor mais vantajoso.

O ministro da Cidadania lembrou que o benefício de março do Bolsa Família terminou de ser pago no último dia 30. Para ele, o pagamento do novo benefício a essas famílias antes do dia 16 complicaria o trabalho do governo federal, que ainda está consolidando a base de dados, de separar os grupos de beneficiários.

“A lei cria uma série de regras. Temos de fazer filtragem da base de dados. O que acontece? A base já existe. O maior desafio está nas pessoas que não estão em base nenhuma, por isso criamos a solução via aplicativo, internet e central de telefones”, explicou o presidente da Caixa.

Ele lembrou que, no caso do saque imediato do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), um terço dos 60 milhões de pagamentos foi feito por aplicativo. Para Guimarães, o índice deve ser semelhante com o novo benefício emergencial.
Desafio

Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, que participou da apresentação, o grande desafio do governo não consiste em eventuais atrasos na aprovação de medidas, mas na própria montagem da logística. “Não são um ou dois dias de atraso ou de antecipação. Desde que começamos a formular o programa, o grande desafio é a logística de entrega. É um cronograma quase físico de capturar os cadastros. Não é a aprovação que vai mudar o cronograma físico”, destacou.

Guedes destacou que, em três semanas, o governo saiu de zero para cerca de R$ 800 bilhões em programas de enfrentamento à pandemia do noovo coronavírus e de manutenção dos empregos. A conta, que envolve não apenas gastos novos, mas antecipações de despesas, adiamento de tributos e remanejamentos, está, segundo o ministro, em 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos). “Nenhum país emergente fez uma movimentação tão rápida de liberação de recursos como o nosso. A implementação está no mesmo ritmo dos Estados Unidos, um país que tem experiências com catástrofes”, declarou.

O ministro cobrou a união de prefeitos, governadores, Executivo federal, Legislativo e Judiciário para andar com as medidas. Em relação à necessidade da aprovação da proposta de emenda à Constituição do orçamento de guerra para a liberação do benefício, o ministro disse que a ala jurídica do Ministério da Economia tinha dado aval para o início do pagamento, mas que a ala econômica da pasta tinha receio de que o descumprimento da regra de ouro, que proíbe a emissão de dívida pública para gastos correntes, prejudicasse o governo, mesmo com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tendo autorizado os gastos extras.

Guru de Bolsonaro pede saída de Mandetta no Ministério da Saúde

Guru Olavo de Carvalho  vem publicando mensagens contra o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta

REPRODUÇÃO/TV BRASIL
Ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde – Foto: reprodução/TV Brasil

O autoproclamado filósofo conhecido como “guru”do presidente Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, que já alegou que a pandemia do coronavírus não existe, publicou em rede social pedindo a saída do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta do ministério.

Olavo criticou o fato do ministro ter sido escolhido apenas por “puros” critérios técnicos e não por sua “fidelidade ideológica”.

Olavo costuma opinar sobre as decisões do governo e já influenciou muitas delas. O núcleo olavista teve voz ativa nas quedas do – na época – ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gustavo Bebianno e do ex-ministro da Secretaria de Governo, General Santos Cruz.

Após discursos do presidente Jair Bolsonaro, que apoiam o fim do isolamento social, muitos têm questionado se Luiz Henrique Mandetta, que costuma ir contra a opinião do presidente, permanecerá à frente do Ministério da Saúde.

As últimas pesquisas feitas indicam que o Ministério da Saúde, individualmente, tem uma avaliação melhor na gestão da crise do que o presidente Bolsonaro.

Bolsonaro têm se pronunciado contra às medidas de enfrentamento à doença adotadas pelo Ministério da Saúde. Sendo assim, acredita-se que Mandetta poderá ser substituído por Antonio Barra Torres, médico e atual presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Presidente dos Estados Unidos bate o pé e diz : “Não queremos outros conseguindo máscaras”


05/04/20

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse ontem (04)  que precisa de máscaras de proteção contra o coronavírus e, ainda, que não quer “outros conseguindo” os equipamentos.

“Precisamos das máscaras. Não queremos outros conseguindo máscaras. É por isso que estamos acionando várias vezes o ato de produção de defesa. Você pode até chamar de retaliação porque é isso mesmo. É uma retaliação. Se as empresas não derem o que precisamos para o nosso povo, nós seremos muito duros.”
O Ato de Produção de Defesa passou a vigorar em 20 de março nos EUA em resposta à pandemia. É uma lei dos anos 1950 que permite o direcionamento da produção das empresas privadas. Ela foi criada na época porque os americanos temiam problemas de abastecimento durante a Guerra da Coreia.

O ministro do interior da Alemanha, Andreas Geisel, disse que o governo americano desviou equipamentos que iriam para a Europa e para o Brasil. Autoridades em Berlim alegaram que o embarque das máscaras, produzidas nos EUA, teria sido “confiscado” em Bangcoc, na Tailândia.

Além disso, um grupo de governadores do Nordeste disse que encomendou 600 aparelhos respiradores na China, mas que a carga ficou retida em Miami. Entretanto, a embaixada dos Estados Unidos negou que tenha feito o bloqueio de compra de material.

Trump também voltou a falar neste sábado sobre a hidroxicloroquina, medicamento em fase de testes e sem comprovação científica de eficiência contra a Covid-19. O presidente americano disse que os EUA têm 29 milhões de doses e que mais encomendas foram feitas para a Índia.

Tentativa de bloqueio

A 3M, empresa entre as maiores produtoras das máscaras, disse o que o governo de Trump pediu para que parasse de exportar para o Canadá e para a América Latina. A companhia diz que a medida teria implicações humanitárias significativas e que poderia trazer retaliações de outros países.

A empresa também afirmou nesta sexta-feira (3) que está produzindo o maior número possível nas últimas semanas e meses.

Esse tipo de conflito entre o presidente e uma indústria começou depois que Trump determinou ao Departamento de Segurança Interna e à Agência de Gerenciamento de Emergências Federais que usem da autoridade para comprar o número “apropriado” de máscaras N95 da 3M.

As máscaras N95 são as que mais protegem contra infecções do coronavírus. Autoridades dos EUA têm dito que elas estão em falta.

Homem com máscara acena da janela de um ônibus em Queens, Nova York, região que tem uma das maiores incidências de contágio por coronavírus nos EUA, na sexta-feira (3).