Ministro exalta golpe de 64; e lá se vão 56 anos do regime de chumbo!

31/03/20

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, emitiu um comunicado nesta segunda-feira (30), por meio do qual chama o golpe militar de 1964 de “marco para a democracia brasileira”. O período que durou até 1985 foi marcado pelo fim das eleições diretas, pelo fechamento do Congresso, por censura, tortura e assassinatos praticados pelo Estado brasileiro.

É a segunda vez que o governo de Jair Bolsonaro faz alusão ao 31 de março, data que marca o início da ditadura militar no Brasil. No ano passado, o presidente chegou a propor comemorações nos quartéis, polêmica que repercutiu em ações no Poder Judiciário contra a proposta.

Agora, em plena crise do novo coronavírus, o governo não deixa de marcar posição com relação ao tema e tentar dar outra interpretação histórica ao golpe que depôs o então presidente, João Goulart.

No texto, o ministro avaliou que faltava “inspiração e sentido de futuro” para que o Brasil pudesse “transformar em prosperidade o seu potencial de riquezas”.

“(Os brasileiros) Entregaram-se à construção do seu País e passaram a aproveitar as oportunidades que eles mesmos criavam. O Brasil cresceu até alcançar a posição de oitava economia do mundo”, frisou o documento chamado de “Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964”.

Do ponto de vista econômico, a ditadura significou crescimento expressivo e industrialização do País. Contudo, diferente do que os militares diziam pretender, a subida foi marcada por forte concentração de renda e, em seguida, recessão. Em seu fim, o governo militar enfrentou forte alta inflacionária.

Para Azevedo e Silva, a ascensão dos militares ao poder significou uma reação do País às “ameaças que se formavam àquela época”. Um dos argumentos usados por defensores do golpe é a existência de uma suposta ameaça comunista à soberania brasileira no período.

Considerado um militar moderado, o ministro finalizou o comunicado dizendo que as instituições brasileiras evoluíram e que hoje os brasileiros vivem pleno exercício de liberdade e de escolhas.

“Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos, ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres. O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou”, escreveu.

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