Governo baixa novo decreto com medidas amargas para enfrentar o covid-19

Por Imprensa-PE

1- Decreto determina fechamento do comércio e paralisação de obras da construção civil

2-Medida passa a valer a partir do próximo domingo. Somente os serviços essenciais permanecerão ativos, assim como alimentação, farmácias e combustíveis

       Com o objetivo de reduzir ao máximo o avanço do novo coronavírus em Pernambuco, o governador Paulo Câmara anunciou, na manhã desta sexta-feira (20.03), novas medidas restritivas. Por meio de decreto, o Governo determina, a partir do próximo domingo (22), o fechamento do comércio e dos serviços, além da paralisação das obras da construção civil. Na tarde de hoje, uma coletiva de imprensa será realizada via internet para atualizar os dados sobre a Covid-19 no Estado e detalhar as novas medidas adotadas.

        Durante o pronunciamento, Paulo Câmara agradeceu a colaboração da população e ressaltou, mais uma vez, a importância de as pessoas permanecerem em suas casas, para reduzir a transmissão da doença. “Quero assegurar aos pernambucanos e pernambucanas que temos reunido aqui no palácio os maiores especialistas de várias áreas, para contribuir no enfrentamento dessa epidemia e nos ajudar a atravessar esse momento difícil”, afirmou o governador.

     Paulo Câmara ressaltou ainda que não estão incluídos na lista do novo decreto serviços relacionados à alimentação, como supermercados, padarias, mercadinhos, casas de ração animal, farmácias e depósitos de água mineral e gás, além de obras de serviços essenciais (como hospitais e abastecimento de água, gás, energia e internet). Obras contratadas pelo serviço público de todos os entes federativos também estão mantidas.

Suspensão da feira livre mexe com a história e  com muita gente. É uma pena !

Até a pendemia acabar !

Por Machado Freire

Feira livre:   uma tradição cultural secular

       A  Encicloplédia Wikipédia  explica que a palavra feira vem do  latim feria,  e significa “dia santo ou feriado” e a palavra freguês ( usada para tratamento dos consumidores  e  de feira livre) , originou-se também do latim filiu ecclesiae que significa “filhos da igreja”. Assim, no início as pessoas ou fiéis aproveitavam as festas religiosas para se reunir e  trocar mercadorias.

Aliás, os negócios comerciais  não passam de uma troca ou um escambo. Trata-se  de uma ação bilateral onde duas pessoas  realizam uma ação que resulta em um negócio financeiro, onde um entrega a mercadoria e  o outro  faz a recompensa, repassando  o dinheiro.

Uma explicação histórica sobre a feira é de que  na feira livre há aqueles que observam, pechincham e procuram algo específico, bem como há outros  que criam laços de afetividade, próximos da amizade que rompe a relação comerciante-freguês, o que sustenta em grande parte a tradição de ir à  feira toda semana, comer pastel e tomar caldo de cana, além da variedade e qualidade dos produtos ali encontrados. Todos nós temos uma história de identidade e lembrança de uma feira, seja no âmbito alimentar ou simples lazer.

Por força das circunstâncias, tendo em vista o agravamento da pandemia  sobre o novo coronavírus, os governos  municipais baixaram normas, através de portarias e decretos suspendendo as feiras livres em muitos municípios no interior de Pernambuco, para evitar as chamadas “aglomerações” de pessoas.

No caso de Salgueiro – cuja feira  realizada aos sábados é a maior do Sertão Central,  os locais de comercialização  vêm sendo mudados ao longo das últimas administrações.   Hoje, o espaço para a comercialização de frutas, verduras legumes fica localizado na Rua Maria Nogueira Sampaio, ao lado do Mercado Público (Mercadão), no  popular bairro da Bomba.

Quem frequenta a feira de frutas, verduras e  pode fazer as compras a partir da madrugada  até às 18 horas. É a área onde podem ser encontrados comerciantes com origem em vários municípios da região,  que comparecem ao local para vender  frutas e verduras produzidas em vários municípios, inclusive no Vale do São Francisco.

A comercialização de calçados, confecções, sulancas,  panelas, louças, chocalhos, ferragens e toda uma gama de produtos  duráveis e não comestíveis são  encontrados em barracas distribuídas  em várias ruas do centro da cidade, onde também estão localizadas  casas comerciais com os mais variados estoques, ao lado de bares e restaurantes.

A suspensão temporária  da feira livre de Salgueiro –que atende às exigências legais,   vai deixar muitas ruas  sem movimento (quase desérticas) , comerciantes sem o seu “apurado”  e fregueses com o balaio vazio. E os mototaxistas sem a  melhor renda da semana.

E a maioria dos idosos ficará em casa esperando por dias melhores.