03/09/23
AscomSecult
blogfolhadosertao.com.br
–
Programação promovida pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE e Fundarpe, e contou com exibições de dezenas de filmes no Theatro Cinema Guarany, debates ao ar livre e oficinas
—
—
Na última semana, o município de Triunfo, no Sertão do Pajeú, vivenciou dias que entraram para a história da cultura da cidade, com realização da 14ª edição do Festival de Cinema de Triunfo, promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Celebrando a diversidade em um amplo espectro, ao longo do festival, foram exibidos gratuitamente dezenas de filmes, tanto os das mostras oferecidas pelo Sesc (CineSesc e Judith Quinto), quanto os 42 vindos de 11 estados do País nas mostras competitivas de curtas, longas e infanto-juvenil. Questões de gênero, pertencimento, territorialidade, ancestralidade e questionamentos sobre o mundo contemporâneo permearam a programação.
A culminância aconteceu neste sábado (2), com a solenidade de encerramento do festival e exibição dos curtas realizados durante a Oficina Outros Sertão e o Minuto, além da entrega do troféu oficial, o Troféu Caretas, concedido aos filmes escolhidos pelos júris oficial e popular. Clique aqui e confira as imagens da premiação.
O encerramento da programação teve ainda outras atividades ao longo do dia, como o debate com os realizadores dos filmes exibidos na noite desta sexta-feira (1º), e uma visita guiada no Theatro Cinema Guarany realizada pelo Cine Rua PE.
Nesta última noite do evento, Triunfo recebeu a presença de diversas autoridades, como a secretária Estadual de Cultura, Cacau de Paula, representando o Governo de Pernambuco; Carla Pereira, gerente de Produção da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), representando a instituição; Milena Evangelista, gerente de Políticas Culturais da Secult-PE; Martin Palacios, coordenador do Festival de Cinema de Triunfo; Luciano Bonfim, prefeito de Triunfo; Lisandra Ferreira, gerente do Sesc-Triunfo; e Rogério Pinto, presidente da Associação dos Comerciantes do Município de Triunfo.
“Essa é a minha primeira agenda fora da capital, e estou muito feliz de poder estar hoje aqui no Theatro Cinema Guarany depois de uma semana de tantas atividades muito bem conduzidas. Quero agradecer a parceria da prefeitura e do Sesc porque só juntos a gente consegue criar esse momento. O 15º já está garantido e o que a gente tem que pensar é como podemos tornar o festival cada vez maior e trazer cada vez mais turistas para a cidade porque este é um evento que está no calendário do cinema brasileiro”, disse Carla de Paula, secretária de Cultura de Pernambuco.
Para Carla Pereira, o cinema dá a possibilidade de viver a magia da arte e ao mesmo refletir sobre algumas realidades necessárias. “Quero agradecer a todos os fazedores desse processo que aparecem na tela e principalmente aqueles que estão sempre nos bastidores fazendo com que toda a ação aconteça. E quero fazer um agradecimento em especial a Renata Borba, presidente da Fundarpe, que não pôde estar aqui, mas que foi uma peça fundamental para que a gente estivesse vivendo esse momento”, destacou a gestora.
Segundo Milena Evangelista, gerente de Políticas Culturais da Secult-PE, o Theatro Cinema Guarany é um dos equipamentos do Governo de Pernambuco que vai ser contemplado com os recursos da Lei Paulo Gustavo, dando mais força ao festival.
“A ideia deste evento é descentralizar as políticas públicas voltadas para o audiovisual. Hoje o evento tem um histórico muito relevante quando a gente pensa sobre as políticas culturais de Pernambuco. Algumas instituições importantes para o cenário audiovisual nasceram aqui, como a Federação Pernambucana de Cineclubes.
HOMENAGEADOS – O festival homenageou nesta edição a camareira, figurinista e atriz Mauricea Conceição, o lendário programador do Cinema São Luiz Geraldo Pinho (in memoriam) e o músico, ator e compositor Jr. Black (in memoriam). Suas trajetórias e contribuições para a cena audiovisual foram celebradas no encerramento do festival, com a entrega do troféu Caretas e presentes por parte da coordenação do evento, da prefeitura e da Associação dos Comerciantes do Município de Triunfo.
Para Mauricea Conceição, a homenagem é importante, principalmente quando se pensa no coletivo dos colegas de profissão. “A gente trabalha muito, com muito amor, e às vezes não somos reconhecidos. Mas é uma homenagem muito importante e eu fiquei muito feliz e envaidecida, porque não passava pela minha cabeça receber isso. E levar uma classe junto comigo é maravilhoso, é importantíssimo. E é uma coisa que fica. O que eu gosto do cinema é isso, que você faz o trabalho e o trabalho fica para o resto da sua vida”, celebrou a homenageada.
PARCERIA COM O SESC – O Sesc-Triunfo, parceiro do festival, realizou a segunda edição da Mostra Judith Quinto de Curtas. Com o tema: “Memória, Patrimônio e Pertencimento”, foram apresentadas quatro produções de realizadores e realizadoras de Triunfo.
O 14º Festival de Cinema de Triunfo também atuou na formação de público, com a presença de estudantes e de realizadores do Sertão do Pajeú em sessões especiais. Um dos parceiros neste sentido é o Sesc, que neste ano levou ao festival duas atividades. Uma delas foi a Mostra CineSesc, realizada na terça-feira (29) e quarta-feira (30), com a presença de dezenas de alunos da região.
A outra foi a Mostra Judith Quinto, que aconteceu neste sábado (2), 18h30, com filmes produzidos por cineastas de Triunfo: “Theatro Cinema Guarany: Uma longa história”, documentário produzido em 2011 pelo Cineclube Caretas; “Ser Mais que Cinza”, ficção de Daniel Figueiredo e Cineclube Caretas; “Quadrado”, documentário produzido coletivamente pelo Projeto Documentando, coordenado por Marlom Meirelles, em 2014; “Cambindas”, documentário de João Bosco Jr. do ano de 2021.
FORMAÇÃO – A grade de debates e oficinas, diferencial que tem contribuído para o fomento e a sustentabilidade da nossa produção audiovisual, também foi destaque este ano. Uma dessas ações foram os debates que aconteceram todos os dias com os cineastas participantes da programação, às 10h, na Praça do Avião. Na ocasião, eles puderam conversar sobre os desafios do audiovisual no Brasil e tirar dúvidas e esclarecimentos sobre a produção dos seus filmes.
Mediado por Maria Samara, da coordenadoria do Audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), os debates foram ambientes ricos de troca de experiências e aprendizados, e serviram para que os participantes pudessem fazer reflexões sobre os impactos das obras.
Outra ação de formação promovida pela 14ª edição do Festival de Cinema de Triunfo foi a oficina Outros Sertões e o Minuto, ministrada por Uilma Queiroz e Mila Nascimento, na Fábrica de Criação Popular, no Sesc-Triunfo. A proposta foi passar para os alunos a possibilidade de fazer cinema independente do equipamento que possuírem, além de propor uma reflexão teórica sobre as representações que o cinema brasileiro tem feito sobre o Sertão ao longo de décadas.
O 14º Festival de Cinema de Triunfo também recebeu a Oficina da Lei Paulo Gustavo em Pernambuco, pensada com o objetivo de tirar dúvidas sobre os 12 editais que contarão com um investimento de R$ 101 milhões executado pelo Governo de Pernambuco para a cultura, em especial para o setor do audiovisual – que foi contemplado com quatro editais, totalizando R$ 73 milhões em recursos para a área. Para apresentar cada um deles, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) promoveu um encontro com produtores culturais na Fábrica de Criação Popular do Sesc.
PREMIAÇÃO – O júri oficial selecionou os filmes nas categorias: Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Roteiro, Melhor Produção, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Ator e Melhor Atriz. Também foram distribuídos prêmios aos melhores filmes nas categorias Melhor longa-metragem Nacional (R$ 4 mil), Melhor curta-metragem Nacional (R$ 2 mil), Melhor Curta-metragem Pernambucano (R$ 2 mil), Melhor Curta-metragem Infanto-juvenil (R$ 2 mil) e Melhor Curta-metragem dos Sertões (R$ 2 mil).
FESTIVAL – O 14º Festival de Cinema de Triunfo é realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE e Fundarpe, com apoio da Prefeitura de Triunfo, Secretaria de Turismo, Desenvolvimento e Lazer de Triunfo, Sesc, Fecomércio, Senac e Associação Comercial. Além dos filmes pernambucanos, participaram da programação das mostras competitivas curtas e longas de estados como Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Bahia, Goiás, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.
Confira o resultado dos vencedores do 14º Festival de Cinema de Triunfo:
JÚRI OFICIAL – LONGAS
Melhor Longa-metragem Nacional: Rama Pankararu, de Pedro Sodré
Melhor Direção: Severino (Fim de Semana no Paraíso Selvagem)
Melhor Fotografia: Beto Martins (Terruá Pará)
Melhor Montagem: Juliana Guanais (Terruá Pará)
Melhor Roteiro: Juliana Soares, Luiz Otávio Pereira, Maria Cardozo, Severino e Yuri Lins (Fim de Semana no Paraíso Selvagem)
Melhor Produção: Ofir Figueiredo (Terruá Pará)
Melhor Trilha Sonora: Amaro Freitas (Fim de Semana no Paraíso Selvagem)
Melhor Direção de Arte: Cíntia Lima (Fim de Semana no Paraíso Selvagem)
Melhor Som: Márcio Câmara (Terruá Pará)
Melhor Ator: Marcos Codeço (Marcos)
Melhor Atriz: Ana Flávia Cavalcanti (Fim de Semana no Paraíso Selvagem)
JÚRI POPULAR – LONGAS Melhor Longa-metragem Nacional: Rama Pankararu, de Pedro Sodré
JÚRI OFICIAL – CURTAS, MÉDIAS E EXPERIMENTAL
Curta ou Média Metragem Nacional: Vão das Almas, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape
Curta ou Média Metragem Infanto-juvenil: Os Três Porquinhos, de Tamires Campos
Curta ou Média Metragem Pernambucano: Cabiluda, de aColleto e Dera Santos
Curta ou Média Metragem dos Sertões: Festejar São Benedito Pra Todo Ano Chover, de Gabriela Fernandes e João Diniz
Filme Experimental: CRU, de Diego Ruiz de Aquino
Melhor Direção: Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (Vão das Almas)
Melhor Fotografia: Camilo Soares (Céu de Lua, Chão de Estrelas)
Melhor Montagem: Adalberto Oliveira (Das Águas)
Melhor Roteiro: Rita Luna (Dente)
Melhor Produção: Toró de Ideias e Teatro de Retalhos (Estampido)
Melhor Direção de Arte: Henrique Arruda (Amor By Night)
Melhor Trilha Sonora: Lia de Itamaracá (Dorme Pretinho)
Melhor Som: Hugo Coutinho (Samba de Latada)
Melhor Ator: Guilherme Alves (Mãe)
Melhor Atriz: Catarina Almanova (Tornar-se Monstra ou Humana)
JÚRI POPULAR – CURTAS, MÉDIAS E EXPERIMENTAL
Curta ou Média Metragem Nacional: Bucho de Peixe, Johann Jean
Curta ou Média Metragem Infanto-juvenil: Filha da Mãe Dágua, de Bruno Pereira e Siderlane Souza
Curta ou Média Metragem Pernambucano: Tornar-se Monstra ou Humana, de Catarina Almanova
Curta ou Média Metragem dos Sertões: Trans Nordestina, de Rafael Costa
Filme Experimental: Hiatos, de Marcela Coêlho