Agressão contra professora aconteceu no Terminal de Joana Bezerra, na área central do Recife, no Dia Nacional da Visibilidade Trans
Passageira levou tapa no rosto de policial militar após descer de ônibus – FOTO: REPRODUÇÃO
Após a repercussão nacional, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) decidiu se pronunciar sobre o caso de violência policial contra uma mulher trans no Terminal Integrado de Joana Bezerra, na área central do Recife. O caso ocorreu no dia 29 de janeiro, no Dia Nacional da Visibilidade Trans. (Veja vídeo mais abaixo)
Vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que a passageira, que é professora, é agredida por um PM com um forte tapa no rosto após descer do ônibus.
De acordo com a PMPE, uma equipe do Batalhão de Choque foi acionada por passageiros que denunciaram estar sendo ameaçados por um casal que se encontrava dentro do coletivo e que estaria tentando roubá-los com o uso de uma faca peixeira.
“Alguns passageiros tentaram intervir contra os assaltantes, o que gerou uma confusão generalizada e com o pedido de ajuda os policiais que estavam de serviço na Estação de Metrô Joana Bezerra. (Eles) agiram no cumprimento do dever e foram em auxílio as vítimas e na identificação dos acusados pela tentativa do roubo”, disse a PMPE.
“Ao identificar os acusados, os policiais realizaram os procedimentos de segurança, solicitando que o casal descesse do coletivo e que cumprisse as ordens de manter as mãos para cima, respeitando à distância de segurança para posterior abordagem, o que não foi obedecido pela acusada Tifanny, identificada como uma mulher trans e que portava uma arma branca (faca peixeira), usada para o cometimento do delito”, continuou a nota da PM.
“O policial militar, ao perceber a aproximação, desferiu um golpe para poder conter uma possível agressão da acusada que demonstrava nervosismo e se utilizava de palavras de calão contra os policiais”, afirmou a corporação.
A PMPE disse que os policiais encaminharam a mulher trans e o companheiro para a Central de Flagrantes. Lá, foi lavrado um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) em desfavor da suspeita por porte ilegal de arma branca e lesão corporal. Em seguida, ela foi liberada. A corporação citou ainda que a mulher já foi investigada pela Polícia Civil por roubo qualificado.
“A Corregedoria Geral da SDS (Secretaria de Defesa Social) e a PMPE instauraram procedimentos a fim de apurar possível excessos na ação policial veiculadas nas imagens em que teve acesso e reitera que sempre orienta seu efetivo a atuar observando a proteção e respeitos aos Direitos Humanos, preservando a vida, a integridade e o patrimônio da sociedade”, declarou a PMPE.
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