Empresário José Gualberto afirma que selo Viva Lagoa Grande chega para consolidar a produção vitivinícola do Vale e o enoturismo regional

’18/01/24

Cinara Marques

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Gualberto Almeida,  ao lado do ex-prefeito de Lagoa Grande, Vilmar Cappellaro, e da enóloga e produtora dos vinhos Bianchetti, Izanetti Tedesco,  no  lançamento do selo Viva Lagoa Grande  (foto redes sociais divulgação)

O empresário e produtor de vinhos, José Gualberto Almeida, presidente da Valexport e do Instituto de Vinhos do Vale do São Francisco, Vinhovasf, acompanha assim como o ex-prefeito Jorge Garziera, o começo dessa história vencedora de fazer do semiárido nordestino, o segundo maior produtor de vinhos do país. Jorge veio na década de 1970 do Rio Grande do Sul trabalhar com Gualberto na Fazenda Milano, em Santa Maria da Boa Vista, dando início ao pioneirismo em fazer do sertão nordestino, região vitivinícola, lançando o primeiro rótulo que foram os vinhos Botticelli.

Gualberto também esteve presente no lançamento do selo Viva Lagoa Grande na quarta, 15, dentro de uma programação especial organizada pela Prefeitura de Lagoa Grande para potencializar essa realidade promissora atualmente, mas  iniciada lá atrás.

Essa história de produzir uva e vinho no sertão pernambucano chega em 2025 aos 50 anos, com a chegada de Jorge e das primeiras mudas de uva que transformaram o semiárido sertanejo num parreiral de riqueza e de muito orgulho para o vale e que fez de Lagoa Grande ‘capital da uva e do vinho do Nordeste. E José Gualberto atesta.

“É um orgulho para nós aqui no sertão e no vale de oportunidades; para Pernambuco, o Nordeste e o Brasil”.

Gualberto frisa que essa realidade promissora hoje, vem sendo baseada numa caminhada de muito trabalho, desafios, realização, transformação, desenvolvimento econômico e social das cidades produtoras, e de satisfação em produzir um dos melhores vinhos do mundo e ter uma dos enoturismos mais atrativos do Brasil.

“É uma luta de mais de 20 anos de existencia da região como polo produtor vitivinícola organizado, e o selo de região de procedência nos dará ainda mais fôlego para consolidar nossa produção que será testada por especialistas do mundo do vinho. Sabemos que os novos mercados irão se abrir e o desafio agora será ampliar a nossa produção,  consolidando de vez o enoturismo aqui como o que já se pratica nas regiões produtoras do mundo todo como na Argentina, Chile, EUA, e na serra gaúcha, no Sul do Brasil Aqui também será assim, vocês serão testemunhas do nosso avanço e da nossa consolidação”, enfatizou Gualberto.

Para identificar melhor a presença de Gualberto Almeida em todo esse processo da criação, consolidação e crescimento da produção de vinhos no Vale do São Francisco, ele, empresário e produtor bem sucedido na região, gerador de milhares de empregos também, resolveu entre 1992 e 1996, se candidatar e foi eleito prefeito de Santa Maria da Boa Vista que é a mãe de Lagoa Grande. Gualberto teve como vice-prefeito, o companheiro de sonhos que se tornaram realidade, Jorge Garziera.

Portanto, para Gualberto Almeida ao se criar um selo de identificação que consolida Lagoa Grande no cenário do enoturismo mundial, se confirma na prática que deve-se sempre buscar mais em busca das novas oportunidades, novos mercados, novos investimentos, pois aqui muitos virão, os mercados já estão se abrindo para a segunda maior região vitivinícola do país.

“A Valexport e o Instituto do Vinho estão na raiz disso tudo também. Estamos orgulhosos do trabalho que desenvolvemos, mas frisando que o ator principal de tudo isso é o produtor, nosso homem que produz, nosso trabalhador. Esses é que são realmente as pedras angulares de tudo isso que estamos fazendo e isso só nos dar força e energia para avançarmos. E vamos avançar muito mais”, finalizou.

 

João Campos transita em Brasília para garantir espaços, sem deixar brechas

17/01/24

Betânia Santana

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Em meio a especulações de apoio do PT a Raquel Lyra, prefeito do Recife se reúne com o presidente Lula
Na mesma semana em que o deputado estadual João Paulo Lima e Silva (PT) levantou a hipótese de a governadora Raquel Lyra (PSDB) ser a candidata do PT, em uma natural reeleição em 2026, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), transitou em Brasília.Não que a declaração do deputado tenha soado como ameaça a um possível palanque do peessebista na próxima disputa ao Governo de Pernambuco. Mas é sempre positivo mostrar desenvoltura junto aos ministros e, especialmente, ser recebido no Planalto pelo presidente Lula (PT), em encontro fora da agenda oficial.Ainda na quarta divulgou, ao lado do ministro Silvio Costa Filho, o voo Recife-Porto (Portugal), a partir de junho. Visitou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou as parcerias e anunciou mudanças no sistema de regulação, para atendimentos mais próximos à casa do paciente.Ontem reforçou conversas com líderes do PSB. Esteve com o vice-presidente Geraldo Alckmin e  com Carlos Siqueira, presidente nacional da  legenda que a partir de maio deve ficar sob seu comando.

Também encontrou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padillha, nome indicado por Lula para, desde a campanha do ano passado, ficar mais próximo ao prefeito e a candidatos apoiados por ele. Rui Costa cuidaria da governadora. O ministro da Casa Civil, segundo registrou ontem o jornal OGlobo,  teria convidado Raquel Lyra a filiar-se ao PT.

Em meio a especulações, João Campos se reuniu com o presidente Lula. O primeiro encontro deste ano. Para estreitar os laços, marcar território e enfatizar o que vive dizendo: Tem posição política, tem lado, e Lula é seu candidato à reeleição. O resto pode ser consequência.

Participação das prefeituras
Na segunda audiência pública para discutir o modelo de concessão da Compesa, o secretário-executivo de Saneamento do Estado, Arthur Coutinho, apelou para que os prefeitos participem. No encontro do Recife, apenas a prefeita de Igarassu, Elcione Ramos. Ontem, em Caruaru, só a prefeita de Bezerros, Luciele Laurentino.

Lugares remotos

Comunidades rurais com menos de mil habitantes estão entre as preocupações do deputado Waldemar Borges no processo de concessão da Compesa. Elas não serão contempladas pelo privado. “Temo que sejam esquecidas. São lugarejos, onde o acesso é difícil, vai ser caro. E não dão lucro. A conta de água delas é baixa”, pontua.

Modelo
Mudar o formato das audiências sobre a Compesa é sugestão de quem participou nos dois dias. O Governo expõe números impossíveis de apreender, e quem quer debater tem os mesmos três minutos dos que chegam para uma catarse e só reclamam.

Educação
As aulas na rede estadual começam no dia 5 e o Estado está desde dia 9 sem secretário de Educação. “Em apenas dois anos, estamos indo para o 3º titular da pasta”, registra o deputado Rodrigo Farias. A governadora Raquel Lyra deve indicar o nome em breve.

UPAE Petrolina presente no Juntos pela Cidadania

17/01/24

Clarice Alves

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Miniatura do anexo
Miniatura do anexo

A Unidade de Pronto Atendimento e Especialidades Médicas (UPAE) de Petrolina participou nesta semana, do programa Juntos pela Cidadania, promovido pelo Governo de Pernambuco. A ação social ofereceu diversos serviços gratuitos à população, e a UPAE Petrolina marcou presença com a realização de aferição de pressão arterial, teste de glicemia e medida de peso e altura para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de 100 pessoas foram atendidas pela equipe.
A coordenadora geral da unidade, Beatriz Mota, destacou a importância da iniciativa para a promoção da saúde na região. “Participar de ações como essa é uma oportunidade de nos aproximarmos ainda mais das pessoas, levando serviços de qualidade e reforçando nosso papel como referência em atendimento público”, afirma Beatriz.
Leticia Rayana, 27 anos, moradora do bairro Santa Luzia foi uma das usuárias atendidas pela equipe da UPAE na triagem e externou sua satisfação. “Um ótimo atendimento, rápido. Uma ação como essa é importante para todas as comunidades”, disse.
Coordenadora interdisciplinar da UPAE Petrolina, Fátima Michele, ressalta o impacto preventivo da ação. “Aferir a pressão arterial e realizar testes de glicemia, por exemplo, são passos importantes para identificar fatores de risco e orientar os usuários sobre os cuidados com a saúde. É uma forma de prevenir complicações e promover bem-estar,” conclui Fátima.

Abastecimento: Nova Estação de tratamento de água da Compesa em Ouricuri beneficiará novas cidade na região do Araripe

17/01/24

Ascom Compesa

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No município de Ouricuri, Sertão do Araripe, a Compesa está executando as obras que vão ampliar a capacidade da Estação de Tratamento de Água (ETA) Voluntários da Pátria e reforçar o atendimento na cidade e municípios próximos. A nova unidade, localizada no bairro da Capela de São Braz, terá capacidade de tratamento de 600 litros de água por segundo e substituirá a antiga estação de tratamento, com conexões mais modernas e equipamentos de última geração. O empreendimento beneficiará 250 mil pessoas. Com aproximadamente R$ 17 milhões investidos, a expectativa da Compesa é que as intervenções sejam concluídas ainda no primeiro semestre deste ano.

Segundo o presidente da Compesa, Alex Campos, a nova ETA Voluntários da Pátria terá o dobro da capacidade de tratamento da unidade anterior. “O aumento potencial da unidade tornará mais eficiente a distribuição de água na região com a ampliação do atendimento para mais comunidades, além do próprio município de Ouricuri. O compromisso do Governo do Estado em garantir abastecimento com qualidade para os pernambucanos segue firme também no Sertão’’, afirmou o gestor da estatal. A iniciativa, além de beneficiar a cidade de Ouricuri, contemplará os municípios de Araripina, Ipubi, Santa Cruz, Santa Filomena e Trindade, além dos distritos de Moraes, em Araripina, e Santa Rita, em Ouricuri.

Como parte do processo de modernização do sistema de distribuição de água na região, as ETA’s dos municípios e distritos que serão atendidos pela ETA Voluntários da Pátria serão desativadas. Essa decisão é resultado da implantação da nova unidade, que foi projetada para suprir com eficiência e segurança as demandas dessas localidades. Além de otimizar os recursos, a centralização do tratamento na nova estação contribuirá para a redução de custos operacionais, trazendo benefícios tanto para a população quanto para a gestão hídrica do Sertão do Araripe.

Pesquisadores da Univasf descobrem novo sítio arqueológico na Serra da Fumaça

17/01/24

Ascom Univasf
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Um inventário das construções feitas por intervenção humana na Serra da Fumaça, em Pindobaçu (BA), resultou na descoberta de um novo sítio arqueológico por pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). A proposta inicial do estudo era avaliar os impactos dessas ocupações na região, localizada no norte da Chapada Diamantina, para contribuir com sua conservação. A pesquisa “Estruturas feitas pelo Homem e Ameaças Ambientais na Serra da Fumaça: Novos Alertas de Conservação e um Sítio de Potencial Interesse Arqueológico” foi publicada como artigo em dezembro na revista Enciclopédia Biosfera.

O estudo foi realizado pelos biólogos e egressos da Univasf Vladimir de Sales Nunes, Mavani Lima Santos, Gabriel Luiz Celante da Silva, Eric Cunha Soares de Jesus, Adhan Gabriel Carvalho e pelo docente do Colegiado de Ciências Biológicas, Benoit Jean Bernard Jahyhy. O grupo de pesquisadores pertence a diferentes áreas do conhecimento das ciências biológicas, como entomologia, ecologia e desenvolvimento sustentável, ramos fundamentais para o progresso da pesquisa. O artigo está disponível para leitura neste link.

Mapeamento, inventário e monitoramento da presença humana foram algumas das atividades desempenhadas pela equipe durante as expedições na Serra da Fumaça, que contaram com o apoio da Empresa Júnior da Univasf, a Preserve Jr. Com cerca de 20 metros de comprimento e situados em uma área isolada da floresta, dois muros de rocha aparentemente intactos há centenas de anos foram descobertos pela equipe em uma dessas expedições. Após análise visual e relatos da população local, acredita-se que seja um sítio arqueológico ainda não registrado. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sítios arqueológicos são locais onde se encontram vestígios de ocupação humana, como, por exemplo, locais de pouso prolongado ou de aldeamento, grutas, lapas e abrigos sob rocha.

A integrante da equipe e analista ambiental do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Univasf, Mavani Lima, relata que a descoberta dos muros de rocha foi uma grata surpresa, principalmente pela urgência de garantir que a Serra da Fumaça seja protegida e tenha regulação, especialmente no setor de turismo. “Acreditamos que deva haver outros sítios assim em toda a região norte da Chapada Diamantina. Então, quanto mais conhecimento tivermos, melhor. Tanto para conhecer nossa própria história quanto para protegê-los e ao modo de vida das populações tradicionais que têm prioridade no uso daquele local”, analisa a bióloga.

A Serra da Fumaça é uma região montanhosa com um importante território de biodiversidade e uma comunidade quilombola. Atualmente, a área tem sido ameaçada por diversos impactos ambientais e sociais, o que levou a equipe de biólogos a buscar alternativas para auxiliar na conservação da Serra. Com base nisso, no potencial ambiental e cultural da região e na área de drenagem do Rio Fumaça, a pesquisa também propõe a criação de uma Unidade de Conservação.

Segundo o biólogo Vladimir Nunes, a descoberta foi relatada ao IPHAN para que haja uma intervenção com arqueólogos no local, a fim de realizar a correta categorização e proteção do sítio. Nunes lamenta que a área ainda não tenha a devida proteção ambiental, especialmente pela presença de povos tradicionais e pela possibilidade de outros sítios arqueológicos serem descobertos. “Ainda não existe controle ou fiscalização da degradação que ocorre lá em cima. Além de ser uma unidade de conservação, é terra quilombola, e deveria receber mais atenção. A região sofre ameaças de mineração, criação de gado, desmatamento e o avanço de parques eólicos, o que prova o quão importante e prioritário deve ser o esforço para a conservação”, comenta o pesquisador.

Moraes nega pedido de Bolsonaro para viajar aos EUA para posse de Trump

17/01/24

Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

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Donald Trump e Jair Bolsonaro durante jantar em Mar a Lago, em Palm Beach, Flórida, Estados Unidos, em 07 de março de 2020 — Foto: Alan Santos/Presidência via AFP

Donald Trump e Jair Bolsonaro durante jantar em Mar a Lago, em Palm Beach, Flórida, Estados Unidos, em 07 de março de 2020 — Foto: Alan Santos/Presidência via AFP

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quinta-feira (16) o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para que ele possa viajar para os Estados Unidos (EUA) e participar da posse do presidente eleito Donald Trump.

Com isso, essa é a quarta vez que o Supremo nega a restituição do documento. Segundo a decisão, Bolsonaro não apresentou o convite formal para a posse de Trump (leia mais abaixo).

Os advogados do ex-presidente pediram que Moraes liberasse a saída de Bolsonaro do país entre os dias 17 e 22 de janeiro. A cerimônia de posse de Trump está marcada para a próxima segunda-feira (20), em Washington.

Ao Supremo, foi informado pelos advogados que a posse de Trump “consiste em evento de notória magnitude política e simbólica e o convite para comparecer à sua cerimônia encontra-se carregado de significados”.

“Não foi juntado aos autos nenhum documento probatório que demonstrasse a existência de convite realizado pelo presidente eleito dos EUA ao requerente Jair Messias Bolsonaro, conforme alegado pela defesa”, argumentou Moraes na decisão que negou o pedido.

A decisão reforça que, desde que o passaporte foi retido, não houve alteração que justificasse a suspensão da medida. E diz também que Bolsonaro continua dando indícios de que pode tentar fugir do país.

“O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal”, afirmou Moraes.

Ele apontou na decisão que o ex-presidente “vem defendendo a fuga do país e o asilo no exterior para os diversos condenados com trânsito em julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em casos conexos à presente investigação e relacionados à ‘tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito'”, diz o documento.

Moraes cita ainda que, logo após o indiciamento, Bolsonaro cogitou, em entrevista a um jornal, fugir e pedir asilo político em outro país para evitar uma eventual responsabilização no Brasil.

O ministro acrescenta que essas tentativas foram corroboradas por um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Apreensão do passaporte

O documento foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro de 2024 diante do avanço das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder, que teria envolvido o ex-presidente, aliados e militares próximos.

Em novembro do ano passado, Bolsonaro e mais 39 pessoas foram indiciadas pela PF por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O caso está sob análise da Procuradoria-geral da República (PGR), que deve decidir até fevereiro se os investigados serão ou não denunciados ao Supremo. Há expectativa no STF de que eles sejam formalmente acusados.

Viagem aos EUA

Os advogados de Bolsonaro afirmaram no pedido ao STF que a cerimônia de posse de Trump implicaria em “diversos aspectos importantes, tais como o reforço de laços e o fortalecimento das relações bilaterais entre os países mediante o diálogo entre dois líderes globais”.

No sábado (11), Moraes determinou que a defesa comprovasse que Bolsonaro foi convidado oficialmente para a cerimônia de posse.

Isso porque foi juntado um e-mail de um endereço não identificado e sem qualquer horário ou programação do evento a ser realizado. Os advogados afirmaram que o documento apresentado à Justiça é mesmo o convite formal para o evento.

Segundo o PGR, não há interesse público na viagem de Bolsonaro que justifique a derrubada da restrição, sendo que ele “não exerce função que confira status de representação oficial do Brasil à sua presença na cerimônia oficial nos Estados Unidos”.

“O requerente não apresentou fundamento de especial relevo que supere o elevado valor de interesse público que motiva a medida cautelar em vigor. A viagem desejada pretende satisfazer interesse privado do requerente, que não se entremostra imprescindível”, afirmou Gonet.

“Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país. A situação descrita não revela necessidade básica, urgente e indeclinável, apta para excepcionar o comando de permanência no Brasil, deliberado por motivos de ordem pública”, completou o procurador-geral.

Lula sanciona com vetos primeira lei que regulamenta a reforma tributária

17/01/24

Por Ana Paula CastroLais CarregosaLuiz Felipe BarbiériPedro Henrique Gomes, g1 e TV Globo — Brasília

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Presidente Lula — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Presidente Lula — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quinta-feira (16) a primeira lei que regulamenta a reforma tributária.

Sob orientação da ala econômica, o presidente vetou alguns trechos do projeto aprovado pela Câmara e pelo Senado em 2024. Os vetos voltam ao Congresso, que pode derrubá-los (veja os vetos mais abaixo).

O projeto sancionado detalha regras para a cobrança dos três novos impostos sobre o consumo criados pela reforma tributária, promulgada em 2023 (entenda mais abaixo).

A equipe econômica calcula que a alíquota a ser paga nos impostos sobre consumo deverá ser de cerca de 28%, um pouco acima dos 27% inicialmente previstos.

Regulamentação da Reforma Tributária aguarda sanção do presidente Lula

Em discurso durante a cerimônia, o presidente Lula disse que a sanção representa um marco para o país, e lembrou que a “democracia é a melhor forma de governança que existe no planeta”.

“É por isso que nós não temos que ter medo de enfrentar a mentira. Não temos que ter nenhuma preocupação de enfrentar essas pessoas travestidas de políticos que, na verdade, tentaram dar um golpe neste país dia 8 de janeiro de 2022”, frisou.

“Não temos que ter medo de enfrentar as mentiras das fake news, e não temos que ter medo de fazer um debate, fazer a disputa. Porque se a gente perde, o sistema democrático está correndo um risco no mundo inteiro, e a gente vai voltar — coisa que não estamos querendo voltar —, ao fascismo, ao nazismo, ao desrespeito aos direitos humanos”, seguiu.

Também durante seu discurso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as mudanças propostas na reforma tributária não serão “perceptíveis hoje ou amanhã. Mas, este vai ser o maior legado da economia que o senhor [presidente Lula] vai entregar para a população brasileira”.

Vetos de Lula

Um dos trechos vetados pelo presidente isentava fundos de investimento e fundos patrimoniais de pagar os impostos unificados a serem implementados pelo novo modelo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) avaliou que o trecho concedia um benefício fiscal aos fundos, o que não é previsto na Constituição.

Também foram vetados:

  • trecho que permitia que o Imposto Seletivo não incidisse sobre exportações de bens prejudiciais à saúde e ao meio ambiente;
  • trecho que criava, na estrutura do Ministério da Fazenda, a Escola de Administração Fazendária (Esaf);
  • trechos que dava desconto de 60% a seguros para dispositivos furtados ou roubados e serviço de proteção e ressarcimento de transações bancárias indevidas (por furto, roubo ou sequestro).
Regulamentação da tributária

🔎Atualmente, existem cinco tributos federais, estaduais e municipais: ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins. Com a reforma, eles serão transformados em dois tipos de imposto.

  • 💲CBS (estadual) e IBS (municipal) serão os impostos cobrados sobre o consumo.
  • 💲O terceiro tributo é chamado de Imposto Seletivo (IS) – uma sobretaxa aplicada para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

No primeiro ano de implementação do sistema, não haverá recolhimento dos novos tributos. Será uma etapa de experimentação na qual as notas fiscais indicarão uma alíquota-teste da CBS e do IBS, mas sem cobranças.

O regime passará por uma transição gradual a partir de 2026, até começar valer integralmente em 2033.

Embora os testes da CBS e do IBS já comecem em 2026, nada deve mudar para o consumidor final.

No caso das empresas, segundo a Secretaria Extraordinária para a Reforma Tributária, será preciso emitir o documento fiscal com o valor da CBS (com alíquota de 0,9%) e do IBS (com alíquota de 0,1%). Contudo, esses tributos não precisarão ser recolhidos. O governo quer apenas testar se o sistema de cobrança está funcionando.

Novo sistema tributário

Na abertura do evento, o secretário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que trata-se de uma “revolução no sistema tributário brasileiro”.

“Estamos falando no aumento da renda, em um prazo de 10 a 15 anos, aumento da renda maior de 10% além do que cresceria o PIB de todos brasileiros, por conta dessa reforma tributária aprovada. E estamos falando de um sistema mais justo do que o atual, porque desonera mais os pobres, e onera mais os ricos. Ao contrário do que acontece hoje”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também discursou na cerimônia e afirmou que, “se não é a reforma tributária ideal, é a possível de ser feita”.

“Enquanto há muitas pessoas fazendo discurso e tendo engajamento através de premissas falsas da desinformação e da inverdade, há pessoas trabalhando para que esse país possa superar sua dificuldades, com a sanção da dívida dos estados, da reforma tributária. Nada resiste ao trabalho. E aqueles que trabalham vencerão aqueles que não trabalham e enganam a população brasileira”, disse.

Próximos passos

Depois da sanção da primeira lei da reforma, o governo ainda precisa aprovar outras normas para regulamentar a mudança da tributação no país.

O governo ainda precisa aprovar o projeto de lei que cria o Comitê Gestor do IBS, da distribuição da receita do IBS entre os Estados e Municípios e de outras questões relativas apenas aos Estados e Municípios.

  • Falta ainda o envio de outros três projetos de lei ao Congresso:
  • Definição das alíquotas do Imposto Seletivo;
  • Regulamentação dos Fundos de Desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia Ocidental;
  • Regulamentação da forma de aporte dos recursos ao Fundo de Desenvolvimento Regional e ao Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais.

Além dos projetos, o Ministério da Fazenda também trabalha com a elaboração das normas que vão disciplinar o IBS e a CBS.