02/12/24
Ricardo Barreto/ Correio Braziliense
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Foto: Valdo Virgo
Apontada como um marco para o desenvolvimento logístico do semiárido e para a economia do Nordeste, a Ferrovia Transnordestina terá capacidade para transportar 30 milhões de toneladas por ano. A infraestrutura, que liga o interior do Piauí aos portos de Pernambuco e do Ceará, deve reduzir os custos de transportes dos produtos provenientes de polos industriais, minerais e do agronegócio.
As obras da ferrovia ganharam impulso com a liberação de R$ 3,6 bilhões para a conclusão do 7º lote do empreendimento, de Quixadá a Itapiúna, no Ceará. O montante será repassado pelo Banco do Nordeste à Transnordestina Logística (TLSA), mediante crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
O termo de aditivo foi assinado na última quinta-feira pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara. O aporte será feito em quatro etapas de liberação. Os desembolsos do valor serão realizados parceladamente com até R$ 1 bilhão/ano, de 2024 a 2026, e mais R$ 600 milhões em 2027, data prevista para entrega.
O projeto da Transnordestina conta com 1.209 quilômetros de extensão na linha principal, que liga Eliseu Martins, no Piauí, ao porto cearense de Pecém, passando por Salgueiro, em Pernambuco. Também estão previstos 548 quilômetros de trilhos partindo de Salgueiro em direção ao Porto de Suape, em Pernambuco.
O potencial da integração dos modais de transporte de cargas foi abordado durante a 19º edição da Expolog — Feira Internacional de Logística, que aconteceu na última semana, no Centro de Eventos de Fortaleza. “A logística é um grande estímulo para a atração de investimentos, indústrias, fábricas e empresas para o Ceará”, enfatizou o governador do estado, Elmano de Freitas (PT), em participação no evento.
O projeto de infraestrutura promete integrar os estados nordestinos e dinamizar a economia da região, com impacto significativo na logística de transporte de produtos como grãos, fertilizantes, combustíveis, cimento e minério, principalmente para exportação. De acordo com o diretor Comercial e de Terminais da Transnordestina Logística, Alex Trevisan, responsável pela construção e operação da ferrovia, o empreendimento deve ser composto de 120 vagões e três locomotivas, que substituem aproximadamente 250 carretas.
Os demais lotes devem ser contratados até o primeiro semestre de 2026. “A nossa expectativa é de que a gente consiga no primeiro semestre do ano que vem a autorização de um comissionamento ferroviário, para começar a fazer alguns transportes comerciais de algumas cargas nesses trechos intermediários, vindos de Piauí, de Pernambuco, do interior do Ceará, para já começar uma operacionalização”, diz Trevisan.