Pedro do Pipa denuncia: Pequenos e médios produtores rurais de Ouricuri foram “abandonados’  pela prefeitura  e  o  Governo do Estado

19/11/23

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Por Machado Freire

 

A falta de água e pastagens está causando uma grande  dor de cabeça nos produtores rurais no Araripe que têm seu  rebanho ameaçado

 

No Ouricuri  das “Viúvas  das Seca”, dos  flagelados que saqueavam as feiras livres ,  os silos da extinta Cagepe – e  até pequenos pontos de comércio,  o fantasma da seca  continua causando  outros problemas muito graves:  junto ao  calor  de quase 40 graus na sombra,  a ausência do compromisso social por parte da Prefeitura Municipal e do governo do Estado, no momento em que a falta de água  está tirando a paciência dos pequenos e médios produtores rurais que não têm como saciar  a sede e a fome dos animais.  O carro pipa simplesmente “sumiu” do cenário regional.

Para o empresário e ex-candidato a prefeito de Ouricuri, Pedro do Pipa (PDT-foto), o problema é bem mais grave -do ponto de vista social e econômico,  e a causa de tudo tem uma explicação bem mais simples e comprometedora:   a Prefeitura  e o Estado simplesmente abandonaram  o homem e a mulher do campo, que não contam mais com um carro pipa e crédito para adquirir pastagens para os animais que estão sendo dizimados pela fome e a sede.

Este ciclo vicioso quase centenário não é visto apenas por Pedro do Pipa – que nasceu e se criou na seca.  Esta semana, por exemplo, o Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores rurais de Ouricuri, juntamente com o Polo  Sindical do Araripe, ligado à Fetape,  realizou uma reunião de emergência para analisar o problema que se repete e se torna mais grave, na medida em que  se aproximam as eleições municipais de 2024.

Ao fazer a “mea culpa’ em nome dos movimentos sociais -por ter demorado tanto tempo  para buscar providências junto aos órgãos “competentes”, o líder sindical rural Antonio Francisco da Silva ( Ferrinho),  avaliou que  os trabalhadores que estão voltando a sofrer os efeitos da seca , correm o risco de enfrentar uma crise  bem maior do que outras que os massacraram ao longo do tempo: “a situação é muito grave, na medida que o agricultor  está fragilizado e ficará sujeito a votar naquele que chegar com um caminhão pipa”, disse Ferrinho ao defender a dignidade do  homem da roça.

Francisca Galindo, coordenadora do Polo Sindical da Fetape, juntamente com outras companheiras do STR e das organizações sociais do Araripe estão arregimentando os trabalhadores para a realização de um grande ato  público até o final do  mês, visando   sensibilizar os governos, em todos os níveis,  para que as ações de interesse da maioria sejam realizadas,  como a liberação de carros pipa e  alimentos por parte da Conab, além de credito pelo Banco do Nordeste, para a aquisição de pastagens para o gado e  ovelhas e caprinos.

O presidente do STR de Ouricuri,  Sebastião de Helena aceitou todas as ponderações propostas pela lideranças locais e regionais  e sugeriu que fosse criada uma comissão permanente  para  atuar em defesa das trabalhadoras e trabalhadores rurais de Ouricuri e do Araripe, proposta que foi aceita por unanimidade.

Agenda.   Na  quarta -feira da próxima  semana,  representantes da Fetape e sindicatos de trabalhadores terão uma audiência com a governador  Raquel Lyra, no Palácio das Princesas, em  Recife, para tratar do problema da seca no Araripe de forma emergencial. Na ocasião, será feito um relato da situação e a entrega de um documento com uma série de reivindicações.

Ciente destes fatos,  Pedro do Pipa disse que  Ouricuri e o Araripe não aguentam mais conviver com prefeitos e Câmaras de Vereadores  que  há muito tempo perderam seu compromisso com o povo e abandonaram o homem e a mulher do campo.  “Também está faltando atitude por parte da população -que vota e paga imposto,  e precisa ser melhor representada pelas pelas prefeituras e Câmaras de vereadores”.

Quase CR$ 1,7  milhão  para “requalificar”  uma praça em Ouricuri

 

Em Ouricuri,  falta  sensibilidade e  percepção sobre as coisas mais importantes para a população de um município castigado há quase cem anos pela seca.   Enquanto os pequenos e médios produtores rurais se queixam da falta de apoio dos poderes públicos – da Câmara de Vereadores, Prefeitura e Governo do Estado,  uma placa colocada no centro da cidade anuncia a implantação/melhoria  da Praça Antonio da Silva, objeto de um convênio entra a Prefeitura Municipal e a administração do Estado, na gestão do ex-governador Paulo Câmara, no valor de quase  R$ 1, 7 milhão.  A obra desnecessária não foi concluída e ninguém vai morrer de fome ou sede por  causa disto.  Mas a placa, muito mal colocada, também atrapalha o trânsito.

 

Ponto de Vista:     Não aceitamos intimidações

Por Alvinho Patriota

Fizemos esta publicação recentemente  (O lixão a céu aberto que está se formando na estrada de acesso ao distrito de Pau Ferro), denunciando a formação de um lixão a céu aberto na estrada de acesso ao distrito de Pau Ferro, deste município. Aliás, não somente na localidade, mas praticamente em todas as estradas vicinais, principalmente àquelas próximas da cidade de Salgueiro.

Nosso intuito – da Ong Vida principalmente na qual estamos Presidente, não é criticar por criticar, mas sim, chamar a atenção dos órgãos públicos envolvidos, e não menos de toda sociedade.

Tomamos conhecimento que um certo secretário municipal, naturalmente que não conhece a nossa constante luta em prol do meio ambiente, ou se faz de inocente com pretensões eleitoreiras futuras, teria dito que nosso Blog estava a serviço político do seu titular, minha pessoa. Ora, para conhecimento desse cidadão e de quem mais pense assim, me desliguei da política partidária desde 2018, depois de militar por mais de 30 anos a serviço de Salgueiro, tendo exercido por vinte anos consecutivos o legislativo municipal – cinco mandatos, secretário municipal em duas ocasiões, missão que muito me honrou e me honra.

Convidamos a todos e todas que têm ofício público, que o exerçam com imparcialidade, respeito e compromisso, aqui não tem lugar mais para “arranjos” e perpetuação no poder. Vamos continuar vigilantes, cobrando de quem tem o dever de fazer, com independência, nossa marca.

 

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