Pesquisa Ipespe/JC: PT ajudaria João Campos a vencer no 1º turno, mas partido não é essencial para vitória em 2024

04/10/23

blogdejamildo

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O blog de Jamildo já escreveu, na semana passada, que este é o maior dilema que vive o jovem prefeito do Recife

Os números da pesquisa Ipespe/JC são eloquentes. Se tiver o PT, João Campos, no cenário atual, ganharia de lavada. No entanto, mesmo com o PT tendo uma candidatura própria, com o deputado João Paulo, seria atropelado pelo socialista.

Na formatação das eleições de 2024, entre os aliados, existe uma briga surda pela vaga de vice na chapa de João Campos. Como é favorito, todos querem o espaço. O PT pede primazia, argumentando que pode faltar com apoio depois se não for contemplado. O comando nacional do partido chegou a mandar a presidente Gleisi Hoffmann ao Recife, para protestar, no mesmo dia em que a família Coelho entrava no palanque. Logo depois, ela adoeceu gravemente.

Isto porque, desta aliança de 2024, dependerá boa parte de seu futuro na política. Pressionado pelo PT para ceder a vice, em troca de apoio em 2026, caso deixe a Prefeitura do Recife para peitar Raquel Lyra (PSDB), João Campos também é pressionado por correligionários para manter a vaga com o próprio PSB, em uma chapa pão com pão, não abrindo espaço para traições futuras.

Esses interlocutores contaram ao blog de Jamildo que o prefeito João Campos tem em conta que goza de uma popularidade em alta, é verdade, mas que também tem plena consciência de que o PT, enquanto partido orgânico, seria fundamental para amealhar uma vitória logo no primeiro turno.

“Quem vai ter coragem de ir contra ele? Agora, é fato também que, de cara, o PT contribui com 20 a 25% dos votos, no Recife”

Também é levado em conta que o próximo governo municipal terá o maior orçamento da história, levando-se em conta o ajuste da máquina no primeiro ano e os empréstimos internacionais obtidos na atual gestão. Deixar este legado de mão beijada para outro partido seria uma decisão difícil. “Me preparei para este momento, para viver isto… todo dia estou entregando obras”, comenta João Campos com os auxiliares.

A desconfiança eterna com o PT também ajuda a explicar a indefinição da vice, que se possível será empurrada com a barriga até os 50 minutos do segundo tempo. “Ok, vamos admitir que ele saia da PCR e vá disputar o governo em 26. E se não tiver o apoio da gestão que herdar a PCR ? E se o PT tiver outro candidato? Como fica?”, são alguns dos questionamentos internos, repassados sob condição de reserva.

Pedido de Lula pode garantir vice

Neste sentido, internamente, o PSB diz que a única chance do PT ser vice de João Campos é lula entrar no circuito. “João Campos não iria brigar com Lula. Ele dizendo assim: menino, bota o PT na vice aí e tu vai ser meu governador. Sim, porque uma coisa é sair com o apoio de Lula em Pernambuco e outra coisa é sair sem o apoio de Lula”, frisam os aliados. Raquel Lyra, entretanto, venceu as eleições negando a polarização entre Lula e Bolsonaro.

Situação difícil de Raquel Lyra

Os números também ajudam a explicar os motivos pelos quais a governadora Raquel Lyra vem buscando se aproximar cada vez mais do presidente Lula, que esnobou por estratégia na campanha. O governo Lula tem uma boa avaliação na capital pernambucana, enquanto a tucana vem experimentando queda na avaliação, de nove pontos entre uma rodada e outra da pesquisa.

Para os aliados dela, tudo seria em boa parte reflexo da falta de oposição no Recife.

“O governo tem falhas. Mas alguns pontos a prefeitura consegue ser pior. Não existe pressão alguma em cima de João Campos. A questão do piso mesmo é um grande exemplo, como o gasto de R$ 60 milhões no parque do pai (Eduardo Campos)”, afirma uma fonte do blog.

Dança de João Campos com Raquel Lyra

Os socialistas afirmam que o prefeito decidiu também jogar o jogo de 2026 porque é o que a governadora Raquel Lyra estaria fazendo, ao buscar ampliar seu palanque com novos partidos aliados.

“O Estado não se movimenta (no Recife, visando as eleições de 2024), a única movimentação que se vê da governadora é em relação a 2026. Ela está indo atrás dos partidos, como MDB, União Brasil, porque eles podem oferecer tempo de TV. Se Miguel Coelho tivesse o comando do partido, ele não teria sido dispensado por Raquel”, avaliam.

No caso, os socialistas estão para lá de cuidadosos nos próximos passos porque a perda do governo do Estado, no ano passado, provocou impacto. “A Prefeitura do Recife é a única ancora que o partido tem hoje”. Ou seja, um passo em falso, já era. Vai para o sereno.

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