Direita em baixa: Massa surpreende e disputará 2º turno com Milei na Argentina; peronista tem mais de 6 pontos de vantagem sobre o ultraliberal

23/10/23

Midias Sociais/ANSA

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O peronista de centro-esquerda Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, e o ultraliberal Javier Milei disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no país, em 19 de novembro.

 

Sergio Massa terminou primeiro turno na frente de Javier Milei
Sergio Massa terminou primeiro turno na frente de Javier Milei
Foto: ANSA / Ansa – Brasil

Com 90,12% das urnas apuradas, Massa, da coalizão União pela Pátria (UxP), tinha 36,29% dos votos, contra 30,19% de Milei, da aliança A Liberdade Avança (LLA). A conservadora Patricia Bullrich, da coligação macrista Juntos pela Mudança (JxC), aparecia na terceira posição, com 23,82%.

O resultado parcial mostra um desempenho acima do esperado de Massa, cuja coalizão tinha ficado em terceiro lugar nas primárias de agosto.

O ministro da Economia se aproveitou dos bons resultados do peronismo na província de Buenos Aires, a mais populosa da Argentina e cujo governador, Axel Kicillof, foi reeleito com 45% dos votos. “Esse resultado significa ditadura nunca mais”, disse Kicillof, aliado de Massa.

A participação do eleitorado foi de 74%, quatro pontos percentuais a mais que nas prévias de agosto, porém o número mais baixo para um primeiro turno desde a redemocratização, há 40 anos.

Filho de imigrantes italianos e ministro da Economia desde julho de 2022, Massa, 51 anos, tenta tirar do atoleiro um país com inflação de 140% ao ano, 40% da população na faixa da pobreza e dívidas bilionárias com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mesmo fazendo parte do governo do impopular Alberto Fernández, ele conseguiu se descolar do atual presidente para liderar o primeiro turno, com a promessa de estabilizar a economia, reduzir as desigualdades e aumentar investimentos públicos em educação. Para isso, aposta nas enormes reservas argentinas de lítio, componente essencial para baterias elétricas, e na extração de petróleo e gás na bacia de Vaca Muerta.

Milei, por sua vez, surgiu como um político folclórico, uma espécie de “Bolsonaro argentino”, mas logo catalisou o descontentamento de parte da população com a perene crise econômica no país. Economista de formação e com 52 anos completados neste domingo, o ultraliberal promete acabar com o Banco Central, reduzir drasticamente o número de ministérios e substituir o peso argentino pelo dólar americano.

Além disso, defende a privatização da educação e da saúde públicas e define a crise climática como “farsa da esquerda”.

 

 

 

 

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