12/09/23
Everton Cruz
blogfolhadosertao.com.br
Everton Cruz
O Brasil enfrenta um grave problema de segurança pública, com um número recorde de homicídios em 2022. E, essa realidade se revela no levantamento do Atlas da Violência 2022, estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FPSP).
Infelizmente, o país registrou um recorde de homicídios no ano passado com um aumento de 21,9% em relação a 2016. Diante dessa realidade alarmante, como os governos estaduais e municipais estão enfrentando esse desafio complexo que persiste há anos?
A resposta não é uma única solução, mas parte dela está na tecnologia.
O mundo mudou, e a tecnologia desempenha um papel fundamental na transformação da segurança pública e de outros setores.
Hoje, temos acesso a infinitas ferramentas tecnológicas que já revolucionam a maneira como lidamos com a violência e a insegurança.
Desde sistemas de vídeo monitoramento, como as câmeras corporais de agentes de segurança e câmeras de patrulha, até algo que carregamos no bolso: nossos smartphones.
Com mais de 77% da população usando smartphones, tornou-se possível fornecer informações instantâneas e confiáveis, bem como a localização precisa em caso de incidentes.
Isso cria uma oportunidade sem precedentes para a colaboração entre cidadãos e autoridades na promoção da segurança.
Desafios a enfrentar
No entanto, apesar desses avanços, ainda enfrentamos desafios. Muitas soluções existentes, como os tradicionais “Botões de Pânico” e aplicativos desconectados da realidade popular, são ineficazes.
Além disso, a falta de integração entre diferentes agências de segurança, patrulhamentos sem planejamento e bases de dados criminais com falhas são obstáculos significativos.
É encorajador ver grandes players, como a Motorola e Apple, investindo em tecnologia de streaming de vídeo para socorristas.
No entanto, para verdadeiramente melhorar a segurança pública, precisamos explorar maneiras de tornar a comunicação mais eficiente e envolver a população na revolução digital.
Exemplos de boas práticas
Uma ferramenta que tem ajudado a monitorar a violência nos estádios de futebol é o aplicativo “Torcedor Alerta,” solução integrante da Plataforma CHRONUS.
O Torcedor Alerta foi desenvolvido em parceria pela startup franco-brasileira Mooh!Tech com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Baiana de Futebol (FBF) hoje em ação ativa junto às autoridades para ativação em todo Brasil, por iniciativa do presidente Ricardo Lima, a Federação Pernambucana de Futebol (FPF-PE) e a Polícia Militar de Pernambuco, mostra como a tecnologia pode aproximar cidadãos e o poder público na luta contra a violência.
Essa solução não apenas promove o envolvimento dos cidadãos, mas também ajuda as autoridades a analisar dados, filtrar informações e tomar decisões informadas.
Melhoria da comunicação
Entendo que, por meio da tecnologia, a comunicação entre as autoridades públicas, como polícia, bombeiros e serviços de emergência podem ser mais eficientes. A integração da tecnologia permite às autoridades compartilhar informações em tempo real.
Além da comunicação interna, as autoridades também podem aperfeiçoar sua comunicação com a população, por meio de aplicativos e sites que permitem às pessoas denunciar crimes e incidentes de segurança.
Como melhorar a efetividade das operações policiais
Na nova era digital, as operações policiais, em alguns locais do país, já utilizam equipamentos como câmeras corporais, drones e inteligência artificial.
As câmeras corporais podem ajudar a documentar incidentes policiais, o que auxilia a proteger os policiais e assegurar que a lei seja cumprida.
Por sua vez, os drones são usados para patrulhar áreas remotas ou perigosas, o que pode ajudar a prevenir crimes e a localizar criminosos.
E a inteligência artificial chega para analisar dados de crimes, facilitando para as autoridades identificar padrões e tendências.
Promoção da participação da população
Agora, tudo isso somente terá eficiência e resultados positivos se houver a participação da população para combater a violência.
Quando as pessoas se sentem seguras para denunciar crimes, elas podem ajudar a polícia a prender criminosos e a prevenir novos crimes.
A tecnologia não substitui o homem
É importante ressaltar que a tecnologia não é uma panaceia para os problemas de segurança pública.
Ela pode ser uma ferramenta valiosa, mas não substitui a necessidade de investimento em recursos humanos e de políticas públicas eficazes.
Além disso, é importante alertar para o mau uso da tecnologia que pode ser usada de forma indevida, por exemplo, para promover a vigilância ou o controle da população.
É importante garantir que a tecnologia seja usada de forma responsável e ética, promovendo uma cultura de colaboração e responsabilidade. Com esforços conjuntos, podemos trilhar o caminho para um Brasil mais seguro e resiliente.