Blasfêmia: Igreja Mundial é condenada após Valdemiro chamar grevistas de imundos

20/09/23

Por Luiz Vassallo

blogfolhadosertao.com.br

Justiça do Trabalho fixou indenização de R$ 15 mil a funcionária que processou Igreja Mundial por fala do pastor Valdemiro Santiago
Reprodução/TV Foco
Foto colorida de Valdemiro Santiago - Metrópoles

São Paulo — A Igreja Mundial do Poder de Deus foi condenada a indenizar uma funcionária que fez greve em razão do atraso de salários após o pastor Valdemiro Santiago afirmar que empregados que paralisaram eram “imundos” e “endemoniados”. A Justiça do Trabalho de São Paulo fixou a indenização em R$ 15 mil.

No processo, uma testemunha chamada pela funcionária relatou que “os funcionários que estavam em greve não eram dignos de trabalharem lá, eram ingratos” e que “mandaria todos embora em razão dos grevistas e terceirizaria tudo”. A Igreja disse desconhecer a fala do pastor.

Na sentença de condenação, a juíza Fernanda Zanon Marchetti, considerou que houve confissão “ficta” da Igreja — termo usado para qualificar a falta de contestação ou evasiva da parte sobre um fato importante ao processo.

A juíza disse que “a crença religiosa não pode servir de escusa para agredir pessoas, de forma deliberada, qualificando-as pejorativamente”.

“Palavras impensadas ditas em um púlpito diante de milhares de pessoas (fiéis seguidores), devem ser frontalmente repudiadas pelo poder Judiciário, não se tratando de uma afronta à liberdade religiosa ou controle das pregações, mas de coibir abusos praticados, que poderiam incitar violência na multidão”, escreveu a magistrada.

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Na Alepe: Colegiados debatem extinção de cartórios deficitários de distritos municipais

20/09/23

AscomAlepe

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A proposta apresentada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco  para extinguir cartórios deficitários localizados em distritos municipais foi discutida em Audiência Pública pela Assembleia Legislativa, nesta terça. O projeto pretende reestruturar especialmente os cartórios de registro natural, – responsáveis por certidões de óbito, nascimento e casamento – que não teriam demanda para sustentar seus custos.

A reunião foi realizada pelos colegiados de Justiça, de Finanças, de Administração Pública e de Assuntos Municipais. A matéria prevê a extinção imediata de 41 cartórios distritais que estão vagos e o fim gradual daqueles que estão em municípios abaixo de 25 mil habitantes, a partir do momento que ficarem vagos os cargos dos responsáveis por esses cartórios. Em todos os casos, as pessoas nas áreas atingidas seriam atendidas por serviço existente na sede do município.

Presidente da Associação de Notários e Registradores de Pernambuco e titular de um cartório em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, Alda Paz integrou a comissão do TJPE que elaborou o projeto. Ela disse que muitos cartórios distritais não registram nenhum ato sequer por dia e que a proposta foi elaborada de forma objetiva, olhando critérios como demanda e população. “Então o projeto ele vem para ajudar a sociedade e também aos cartórios, a constituir uma renda mínima que seja digna também a quem é o titular. É esse o objetivo, produzir um efeito melhor dos atos notariais e registrais à sociedade, como também uma vida mais condigna àquelas pessoas dos cartórios muito pequenos.”

Os cartórios de registro natural recebem uma compensação de quarenta e oito reais e cinquenta centavos para cada certidão de nascimento e óbito. Os serviços que tiverem faturamento anual inferior a 40 salários mínimos – o equivalente a quatro mil e quatrocentos reais por mês – têm um repasse mensal garantido de pelo menos três salários mínimos. Os recursos para esses repasses vêm do Fundo Especial do Registro Civil do Estado de Pernambuco.

Segundo levantamento apresentado pelo secretário adjunto do Comitê Gestor do Fundo Especial, Artur Cavalcanti, 21 dos 41 cartórios que deverão ser extintos tiveram menos de 10 atos por mês no primeiro semestre de 2023. No mesmo período, eles receberam, juntos, novecentos e setenta e quatro mil reais do Fundo Especial. Para o gestor, que também é titular de um cartório em Carpina, na Mata Norte, o repasse para cartórios de baixa demanda retira recursos que poderiam ir para o cartório da sede do município, ajudando a prestar melhor atendimento à população.

Israel Guerra, advogado de cartórios distritais, tem um pensamento diferente. Ele defende que a extinção dos cartórios seja revista. “Essa realidade que nós temos, de muitos cartórios de notas, e até de registro de imóveis, deficitários em Pernambuco, foi fruto de uma lei mal feita, mal elaborada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. E aí se criaram cartórios sem base sócio econômica, e aí ficam os cartórios deficitários.”

O presidente da Comissão de Justiça, deputado Antônio Moraes, do PP, considerou positiva a reunião. “Olha, primeiro foi muito importante porque nós ouvimos opiniões divergentes, alguns pela manutenção dos cartórios nos distritos, outros pela extinção e também recebemos muitos subsídios sobre outras questões que estão no projeto, como a incorporação de cartórios, a questão de limites.” Moraes adiantou, ainda, que técnicos da comissão vão realizar um levantamento das questões apresentadas na Audiência Pública e  que, provavelmente, um substitutivo do colegiado ao projeto do TJPE deve ser votado na próxima semana. Para mais informações, acesse www.alepe.pe.gov.br.

Mundo Rural: Com apoio da Sudene, colheitadeira de palma ganha incentivo

A aprovação do pleito é mais um passo dado pela Sudene para impulsionar a cultura da palma.

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Colheita da palma ganha apoio da mecanização/Foto: reprodução site da Embrapa

A Laboremus, empresa localizada em Campina Grande (PB), que fabricou o primeiro protótipo funcional de uma máquina colheitadeira de palma forrageira, teve aprovado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) a concessão de incentivo fiscal que vinha pleiteando para produzir o equipamento.

A aprovação do pleito é mais um passo dado pela Sudene para impulsionar a cultura da palma. Desde 2017, a Autarquia vem apoiando a palma forrageira. Naquele ano, criou a Rede Palma com o objetivo de fomentar o diálogo entre instituições de desenvolvimento regional, universidades, pesquisadores e membros da iniciativa privada, que têm a missão de analisar cenários, propor ações e consolidar as potencialidades da palma no semiárido brasileiro.

Com o incentivo, a Laboremus poderá garantir a fabricação do equipamento em uma escala comercial. O equipamento será apresentado no VI Congresso Nacional de Palma, em Montes Claros (MG), no próximo mês. “Será necessário relocalizar a fábrica em uma área maior”, diz Para Fabiano Dias, diretor da Laboremus. A partir de outubro, devem ser iniciadas as vendas para os agricultores interessados, atendendo encomendas.

Fabiano Dias afirma que a Sudene foi a “mola propulsora” dessa iniciativa, quando a Rede Palma apontou a necessidade de mecanizar a colheita do vegetal para aumentar a produção. A colheitadeira funcionará acoplada a um trator e, além da colheita, vai transportar a palma por uma esteira até o carroção ou direto ao vagão forrageiro, que fará a trituração do produto, indo direto para os cochos de alimentação dos animais. Segundo Fabiano, o preço do equipamento será compatível com o valor de uma colheitadeira de capim de área total.

Rede Palma

A Rede Palma já obteve conquistas importantes, como a inclusão da palma nos levantamentos do IBGE, criação de ação orçamentária para a palma, certificação das sementes (raquetes) de palma e a fabricação da colheitadeira, que deve ampliar e otimizar a produção.

“Essa é uma pauta que nos anima, porque fala para os desafios do Nordeste. A criação da primeira colheitadeira de palma aconteceu a partir da prospecção da Rede Palma. Estimulada pela Sudene, a Laboremus foi desafiada a produzir o equipamento e, agora, vemos a máquina pronta. Esse é o papel da Sudene: olhar para um desafio, buscar parceiros e caminhos para enfrentá-lo”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

Para a Sudene, palma é considerada estratégica para a produção da pecuária no semiárido, mas, segundo Cabral, para que os seus benefícios sejam efetivos é necessário vencer muitos desafios e gargalos, como a mecanização e o beneficiamento.

agropecuária
Cultura da palma forrageira beneficia a pecuária/Foto: ME

A criação da Rede possibilita a produção coletiva de subsídios técnicos que balizam a tomada de decisões sobre o tema e a manutenção de uma estrutura aberta de participação dos parceiros integrantes da Rede, envolvendo-os numa cadeia de compartilhamento dos mesmos valores e objetivos estabelecidos.

Fortalecimento da pecuária

Entre os aspectos que justificam a criação da Rede Palma, o engenheiro agrônomo da Sudene, Aildo Oliveira, destaca o fortalecimento da pecuária na região do semiárido. Segundo ele, essa atividade é uma das mais importantes da região para os agricultores familiares e é um dos principais fatores para a garantia da segurança alimentar das famílias rurais e geração de emprego e renda na região.

“A palma forrageira pode incrementar a produção pecuária no semiárido brasileiro, servindo de alimento para ruminantes, pois tem um alto valor nutritivo e resiste ao período seco”, enfatizou Aildo Oliveira. Ele informou que o desempenho produtivo dos rebanhos é baixo, principalmente em função da redução de alimentos no período seco e a palma, adaptada à região, pode garantir a segurança alimentar dos animais.