Conscientização: Programa Mais Saúde na Escola é realizado em Granito

26/06/23

Ascom PMG

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O  Programa Saúde na Escola (PSE) é uma estratégia que busca integrar saúde e educação para evitar que crianças e adolescentes se exponham a situações que comprometam sua saúde. Hoje a equipe da Unidade Básica de Saude sede ( UBS 1) realizou na escola Nossa Senhora do Bom Conselho uma palestra sobre Infecções Sexualmente Transmissível ( IST) e métodos contraceptivos onde os alunos participaram ativamente da construção do seu aprendizado.
A Equipe de Saúde da Família de Rancharia nas ações do Programa Saúde na Escola (PSE), trabalhando as temáticas de conscientização das medidas preventivas contra a Covid-19 e a atualização da caderneta vacinal dos alunos da Escola Municipal Cornélio Carlos Alencar.

A saúde e educação do distrito de Rancharia, caminhando juntas para prevenção de doenças e promoção da saúde, despertando a cidadania, responsabilidade pessoal e social, bem como a formação de multiplicadores e cuidadores da saúde.

 

Nossos retratos: Concurso fotográfico destaca cultura nordestina

26/06/23

Ivelise Buarque 
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Miniatura do anexo
Com o tema “Regionalidade e Cultura Local”, o concurso fotográfico “Nossos Retratos”, promovido pela Central Sicredi Nordeste, está com inscrições abertas até o próximo dia 19 de julho. Os associados da Sicredi Expansão em Alagoas, Bahia, Pernambuco e Maranhão podem se inscrever no concurso, que vai selecionar as melhores imagens que retratem a cultura, os costumes ou a história do seu local, a exemplo da dança, do artesanato, culinária, entre outros.  Serão selecionadas 24 fotografias para compor o calendário regional NE 2024. As três melhores, segundo a comissão julgadora do concurso, receberão 01 iPhone 14 Pro Max (1º lugar), um notebook Dell Inspiron 15 5000 (2º lugar) e um tablet Samsung S7 (3º lugar). Para se inscrever, é preciso ter mais de 18 anos e seguir o regulamento que está disponível no link: https://www.sicredine.com.br/concursofotografico/  Sobre o Sicredi   O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos mais de 6,4 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 2.400 agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando mais de 300 produtos e serviços financeiros.

Nepotismo: Estatal de Arthur Lira emprega enteada e primos

26/06/23

Por Estadão Conteúdo
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Cargos rendem R$ 128 mil só em salários ao grupo

MARINA RAMOS / CÂMARA DOS DEPUTADOS
O presidente da Câmara, Arthur Lira, não quis comentar as informações publicadas na reportagem – FOTO: MARINA RAMOS / CÂMARA DOS DEPUTADOS

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), emprega ao menos dez familiares e aliados em postos-chave da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública de orçamento bilionário. Os cargos na “estatal do Lira”, como a companhia tem sido chamada em Brasília, rendem R$ 128 mil só em salários ao grupo. Todo mês. Procurados, Arthur Lira e a CBTU não se manifestaram.

A “estatal do Lira” abriga a enteada em uma função de assistente executiva desde dezembro de 2019. Atualmente, o salário dela é de R$ 9.255,01. Ana Clara Lins Rocha é filha da ex-mulher de Lira, Jullyene Lins.

O presidente da Câmara, no entanto, tem uma relação de paternidade com a enteada frequentemente registrada nas redes sociais. Em 4 de março, o deputado publicou uma foto com os filhos e com Ana Clara. Na legenda, escreveu “Família: meu tudo”. Nos comentários, a enteada retribuiu. “Te amo, pai! Vocês são tudo.”

Além da enteada, três primos de Lira ocupam cargos na CBTU de Maceió. Kyvia Talline Rocha Melo de Lira e Valmir de Lira Paes são assistentes executivos no órgão regional, com salários de R$ 9.255,01 e R$ 5.933,59, respectivamente. Já Orleanes de Lira Paes Angelo atua como gerente da companhia e cuida das finanças da superintendência. Recebe R$ 13.313,10 por mês.

ALAGOAS

A superintendência do órgão na capital de Alagoas é chefiada por um aliado político de Lira desde setembro de 2019. Carlos Jorge Ferreira Cavalcante é comandante da CBTU alagoana e irmão do ex-assessor de Lira, Luciano Cavalcante – investigado pela Polícia Federal por supostas fraudes na aquisição de kits robótica por prefeituras de Alagoas. Segundo a PF, Luciano deu “apoio operacional” a entregadores de dinheiro que seriam participantes do esquema, em Maceió.

Na regional alagoana, Lira emplacou Glaucia Maria de Vasconcelos Cavalcante, mulher de Luciano. Ela foi nomeada para o cargo de gerente regional de Planejamento e Engenharia do órgão. Hoje, o salário é de R$ 13.313,10. O órgão regional também abriga André Marcelino Viana Silva, ex-funcionário de Lira na Câmara, na função de coordenador operacional de Planejamento. Todo mês, ele recebe R$ 11.532,14.

O diretor presidente da companhia, José Marques de Lima, está no cargo desde julho de 2016. Antes, ele havia sido superintendente da empresa em Maceió, Recife e Rio de Janeiro. A ida de Marques de Lima para o comando da companhia em Brasília se deu por iniciativa de Lira, de quem é aliado. Como chefe da CBTU, Lima recebe o maior salário: R$ 25.705,66.

A companhia em Alagoas abriga ainda dois integrantes do União Brasil de Alagoas, Divaldo Pereira Madeiro e Allan Teixeira Brandão. O partido também está sob controle político do presidente da Câmara.

DOMÍNIO

A CBTU é responsável pela administração de trens urbanos em cinco capitais e tem um orçamento de R$ 1,3 bilhão. Com capilaridade no País e fora dos holofotes das principais empresas públicas, a companhia costuma ser usada por políticos para acomodar aliados e atender bases eleitorais. O presidente da Câmara, Arthur Lira, tinha o controle dos cargos na gestão de Jair Bolsonaro e continua tendo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Lira se reuniu recentemente com Lula, no contexto da cobiça do Centrão pelo Ministério da Saúde. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pediu aos ministros do governo mais rapidez na nomeação de cargos.

CPMI de 8 de janeiro ouvirá, nesta segunda-feira (26), ex-chefe da PMDF e coronel do Exército

26/06/23

Por Agência O Globo

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Parlamentares investigam ação e omissão em atos antidemocráticos
Coronel Jorge Eduardo Naime
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro tomará nesta segunda-feira (26), às 14h, o depoimento do ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime , sobre a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro de 2022 – data em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram diplomados como presidente e vice-presidente da República, respectivamente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Naime será ouvido pelos deputados e senadores da CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro como testemunha, a pedido da relatora da comissão mista, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Pensa-se que o senhor Jorge trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente comissão”, avalia a senadora.

 O coronel Jorge Eduardo Naime está preso no Complexo Penitenciário da Papuda (DF) desde fevereiro, acusado de omissão no 8 de janeiro, quando ocorreram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, na capital federal.

Agenda 

Na terça-feira (27), às 9h, será a vez do depoimento do ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, coronel Jean Lawand Júnior.

O militar aparece em mensagens periciadas pela Polícia Federal, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Nas conversas telefônicas reveladas, o coronel Jean Lawand Júnior pediu a Cid que convencesse o ex-mandatário a dar um golpe de Estado e ordenar uma intervenção militar no Brasil para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 1º de janeiro.

Os dois depoimentos estão previstos para serem tomados no plenário 2, da ala Nilo Coelho, no Senado Federal e os convocados não podem se recusar a comparecer.

A CPMI de 8 de Janeiro já aprovou a convocação de 40 nomes para prestar depoimentos, na condição de testemunhas. Entre eles, o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, Braga Netto; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e que ocupava a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal em 8 de janeiro, Anderson Torres; o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Marco Edson Gonçalves Dias, o G Dias, e o ex-diretor ajunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Ambos indicados no governo do presidente Lula.

O então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão em abril, depois de aparecer, junto com outros funcionários da pasta, em imagens do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto, gravadas em 8 de janeiro, no momento em que vândalos destruíam o palácio presidencial.

Depoimentos recentes 

A CPMI de 8 de Janeiro já ouviu o empresário George Washington Sousa – condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pela tentativa de atentado a bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto JK, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022; o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro; e os peritos da Polícia Civil do DF Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, que fizeram exames nas proximidades do aeroporto e no referido caminhão. Além do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, acusado de direcionar ações do órgão, na Região Nordeste, para atrapalhar o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na última terça-feira (20), Silvinei Vasques negou ter interferido no andamento das eleições majoritárias.

*Com informações da Agência Senado e Agência Câmara de Notícias

Fora da curva: Nikolas Ferreira divulga CPF de Bolsonaro ao pedir Pix para ex-presidente

26/06/23

Rodrigo Fernandes

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Reprodução do Twitter / @nikolas_dm
O deputado federal Nikolas Ferreira – FOTO: Reprodução do Twitter / @nikolas_dm

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) divulgou publicamente o número do CPF de Jair Bolsonaro ao compartilhar um vídeo em que pedia doações via Pix ao ex-presidente da República para que ele possa quitar dívidas judiciais.

O vídeo foi publicado nas redes sociais de Nikolas no último sábado (24). Nas imagens, o parlamentar inicia uma campanha para a criação de uma vaquinha que possa ajudar o ex-mandatário a pagar dívidas de multas processuais.

“Pessoal, todos vocês estão sabendo que Bolsonaro sofreu diversas multas por conta de processos jurídicos. Estão tentando pressioná-lo financeiramente para poder, obviamente, inibi-lo de continuar como oposição”, diz Nikolas.

“Há milhões e milhões de brasileiros que podem ajudar aí o presidente a pagar essas multas e não sofrer retaliações aí do Poder Judiciário”, continuou.

CPF de Bolsonaro

A campanha mobilizou outros parlamentares, que também passaram a pedir doações para Bolsonaro, como Carla Zambelli. A deputada afirma que o Pix é seguro, pois a chave de pagamento é o CPF do ex-presidente.

Logo depois, comprovantes de transferências via Pix passaram a ser compartilhadas por apoiadores nas redes sociais.

ASSISTA AO VÍDEO DE NIKOLAS FERREIRA PEDINDO DOAÇÃO EM PIX PARA BOLSONARO

Raquel Lyra participa hoje (26) do programa Roda Viva, da TV Cultura

26/06/23

Por Jamildo Melo e equipe

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Reprodução/TV Cultura
Raquel Lyra será entrevistada no Roda Viva, da TV Cultura – FOTO: Reprodução/TV Cultura

A governadora Raquel Lyra (PSDB) é a entrevistada desta segunda-feira (26) do programa Roda Viva, da TV Cultura. A atração é apresentada pela jornalista Vera Magalhães e começa às 22h, no horário de Brasília (assista ao vivo mais abaixo).

Na conversa, Raquel deverá falar sobre os problemas enfrentados na sua gestão no governo de Pernambuco, como a situação em emergência em saúde em razão da superlotação das UTIs pediátricas e a crise que envolve o piso dos professores.

Os jornalistas também deverão abordar como está a relação do PSDB com o PT neste terceiro mandato de Lula na presidência da República e como Raquel lida com as vaias que vem recebendo do público em eventos ao lado do presidente.

Além de Vera Magalhães, a bancada do Roda Viva com Raquel Lyra será formada por Guilherme Caetano, repórter do jornal O Globo; Laurindo Ferreira, diretor de redação deste Jornal do Commercio; Priscila Camazano, repórter da Folha de São Paulo; Roseann Kennedy, colunista do Estadão; e Thais Bilenky, repórter na Revista Piauí. As ilustrações serão de Custódio Rosa.

O Roda Viva vai ao ar na TV Cultura às 22h, e pode ser assistido ao vivo .

A TV Cultura ainda não disponibilizou o player para assistir ao Roda Viva com Raquel Lyra ao vivo. Assim que for disponibilizado, esta matéria será atualizada.

Enquanto isso, assista à última edição do Roda Viva, que entrevistou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago.

Putin firma pacto com o Grupo Wagner e põe fim à rebelião na Russia

26/06/23

Por Correio Braziliense

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Vladimir Putin, presidente da Rússia: "Isso é uma facada nas costas de nossa nação e de nosso povo. (...) O que estamos vendo é traição, pura e simples" (crédito: Gavriil Grigorov/Sputnik/AFP)
Vladimir Putin, presidente da Rússia: “Isso é uma facada nas costas de nossa nação e de nosso povo. (…) O que estamos vendo é traição, pura e simples” (crédito: Gavriil Grigorov/Sputnik/AFP)

Os mercenários do Grupo Wagner, comandado pelo oligarca russo Yevgeny Prigozhin, estavam a 200km de Moscou. Eles ocuparam o quartel-general do Exército russo em Rostov-On-Don e garantiram que tomaram instalações militares da cidade de 1,2 milhão de habitantes, de onde várias incursões à Ucrânia foram planejadas. Também avançaram sobre a região de Lipetsk, a 400km da capital. Em uma reviravolta tão surpreendente quanto o início da rebelião contra o Kremlin, na noite deste sábado (24/6), Prigozhin ordenou que seus homens retornassem aos acampamentos, a fim de evitarem um “banho de sangue”. “Não derramamos uma única gota de sangue dos nossos combatentes. Agora é a hora em que o sangue pode correr. Por isso, nossas colunas recuam, para retornarem aos acampamentos, de acordo com o nosso plano”, declarou o líder do Grupo Wagner.

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, tinha selado um acordo com os amotinados. Pelos termos, o Kremlin arquivará as acusações de incitação à rebelião armada contra Prighozin, que deverá partir da Rússia rumo a Belarus. Os integrantes do Grupo Wagner também não serão processados. Ao anunciar o pacto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou que a medida tinha o objetivo de “evitar derramamento de sangue, confrontos internos e lutas, com resultados imprevisíveis”. No início da madrugada deste domingo (25, pelo horário local), o Grupo Wagner começou a abandonar Rostov.

Até o pacto ser fechado, um clima de apreensão tomou conta das autoridades e dos cidadãos russos. Pontes e rodovias foram fechadas; vídeos circulando nas redes sociais mostravam trincheiras sendo cavadas nos acessos a Moscou. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria abandonado a capital e embarcado para São Petersburgo, sua terra natal, a 630km da capital. O Kremlin negou. O governo chegou a decretar feriado nesta segunda-feira (26).

Horas antes, Putin havia feito um discurso à nação. Com o semblante cerrado, ele enviou um recado “a todos aqueles que foram enganados ou coagidos a uma aventura criminosa, conduzidos para o caminho de um grave crime: uma rebelião armada”. “A Rússia está engajada em uma feroz batalha pelo seu futuro, repelindo a agressão de neonazistas e de seus mestres. (…) Estamos lutando pelas vidas e pela segurança de nosso povo, por nossa soberania e independência, pelo direito de sermos e de permanecermos Rússia, um Estado com mil anos de história”, declarou. “Ações que dividem nossa unidade são uma traição. (…) Isso é uma facada nas costas de nossa nação e de nosso povo. Protegeremos nosso povo e nossa pátria de quaisquer ameaças, inclusive de traição em casa. O que estamos vendo agora é traição, pura e simples. Ambições excessivas e interesses pessoais levaram à traição.” Com a distensão da crise, Putin agradeceu a Lukashenko pelo “trabalho realizado”.

Diretor do Centro Carnegie Rússia-Eurásia em Berlim, o russo Alexander Gabuev admitiu ao Correio que a insurgência contra o Kremlin foi algo sem precedentes em duas décadas de poder de Putin. “Uma comparação próxima pode ser o impasse entre o presidente Boris Yeltsin e o Parlamento, em 1993. Ou o motim do general Lavr Kornilov, comandante supremo das Forças Armadas, contra o governo provisório, em fevereiro de 1917”, afirmou. Ele não descarta um endurecimento do regime de Putin, como resposta à ameaça representada pelo Grupo Wagner. Gabuev mostra cautela ao analisar o desdobramento da crise. “É preciso ver como o acordo anunciado por Lukashenko se materializará.”

Nina Khrushcheva, professora de Assuntos Internacionais na The New School (Nova York) e neta do ex-líder soviético Nikita Khrushchev (1894-1971), afirmou ao Correio que Prigozhin “não é mais um problema de Putin”. “Por enquanto, o poder do presidente está intacto. Isto é, até que alguém o desafie, vendo quão frágil e delicado é o equilíbrio do Kremlin.”

Por sua vez, Angelo Segrillo, professor de história da Universidade de São Paulo (USP), disse à reportagem que viu um pouco de “teatro” nas ações do Grupo Wagner. “Prigozhin é meio histriônico. Quando ele quer alguma coisa, ameaça e realiza ações espalhafatosas. Não creio que ele pensasse que pudesse tomar Moscou. O Grupo Wagner não tem condições de enfrentar o imenso Exército russo. Acho que ele fez isso mais para extrair concessões. Mas, errou no cálculo”, explicou. O estudioso lembrou que o líder dos mercenários não se opunha a Vladimir Putin. “Pode-se dizer que eram até amigos. Prigozhin foi dono de um restaurante frequentado pelo presidente. Depois, fez negócios com Putin. O problema de Prigozhin era com o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, e com o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.

Tensão crescente

Vicente Ferraro Jr. — doutor em Ciência Política pela USP, especialista em política da Rússia e conflitos em ex-repúblicas soviéticas — concorda com Segrillo e pontua que, nos últimos meses, houve uma crescente tensão entre o Grupo Wagner e a cúpula militar russa. “Ela foi motivada principalmente pela carência de munições no front. Prigozhin também reclamava que muitos recursos financeiros direcionados ao grupo acabavam desviados para o Ministério da Defesa pelo comando das Forças Armadas. Outro elemento de desgaste foram as elevadas baixas da Rússia na guerra, que teriam relação com os dois fatores citados. A gota d’água seria um ataque do próprio Exército de Moscou ao Grupo Wagner, algo negado pelo Kremlin”, disse ao Correio.

Ainda segundo Ferraro Jr., a mobilização do Grupo Wagner, que começou na sexta-feira, após suposto ataque russo a seu acampamento, na Ucrânia, pode ser percebida como uma tentativa de golpe militar. Ele destacou que golpes militares contam com a “estratégia do primeiro passo”. “Uma ala militar inicia o motim e propicia a adesão de outras alas. Isso ocorreu. Havia uma apreensão sobre qual seria o próximo passo e se mais grupos militares apoiariam os homens de Prigozhin.” Ele observou que a quase falta de resistência no avanço do Grupo Wagner rumo a Moscou mostra que Prigozhin gozava do respaldo de parte do Exército russo. E considerou sintomática a reação da população de Rostov-On-Don, ao apoiar os mercenários.

Ferraro entende que a legitimidade de Putin foi desgastada. “O grupo de Prigozhin teve um avanço muito rápido, quase não encontrou obstáculos e chegou a se aproximar de Moscou. A reação local militar praticamente inexistiu, e vimos um certo desespero das elites e dos propagandistas do Kremlin”, citou. “Esta é a maior crise política da Rússia em 30 anos, desde outubro de 1993, quando o Parlamento, em Moscou, foi bombardeado. A grande incógnita é se Putin respeitará os acordos. Ele não tem uma tradição de diálogo com grupos rebeldes.”