Irregularidade: Estado anula cessão de imovel do Centro do Idoso para a Prefeitura do Recife

 28/05/23
Imprensa PE 
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Miniatura do anexo
 
O Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde, reverteu ao Estado a posse do imóvel onde está instalado o Centro de Referência do Idoso, em Areias. A decisão, assinada nesta sexta-feira pela titular da pasta, Zilda Cavalcanti, foi baseada na constatação, após processo administrativo, da “existência de vícios insanáveis que maculam o Termo de Prestação de Contas e Compensação Financeira”. Na prática, ela torna nula a cessão do imóvel – que pertence ao Estado – à Prefeitura do Recife, feita no dia 30 de dezembro do ano passado, no penúltimo dia da gestão Paulo Câmara.
 
Agora, a Prefeitura do Recife deverá desocupar o imóvel e devolvê-lo ao Estado após intimação. Antes disso, o município poderá agendar a retirada de equipamentos que possam ter sido instalados no espaço. A decisão também determinou que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) seja oficiado.
 
A atual gestão estadual identificou, no início do ano, possíveis irregularidades em um convênio de cooperação técnica assinado entre Estado e Prefeitura do Recife na gestão anterior. Por esse motivo, o Governo de Pernambuco decidiu abrir, no fim de abril, um processo administrativo. Como desdobramento, uma decisão judicial determinou que a prefeitura não poderia inaugurar, mas a gestão municipal não cumpriu a determinação.
 
Nesta sexta-feira, o processo administrativo foi concluído e identificou “múltiplas irregularidades”. Entre elas, a ausência de justificativa e divulgação, via portaria, a respeito dos repasses de materiais hospitalares e medicamentos feitos pela Prefeitura do Recife à gestão anterior do Governo do Estado.
 
O processo administrativo ainda identificou que a cessão do imóvel não foi autorizada pela Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a Procuradoria Geral do Estado não validou a previamente a celebração da prestação de contas. Por fim, a prestação de contas não tinha detalhamento sobre o valor da compensação financeira. Dois relatórios técnicos do TCE-PE identificaram que os repasses de medicamentos pela Prefeitura do Recife ao Governo do Estado causaram um prejuízo de R$ 12,2 milhões.
 
O Centro de Referência do Idoso deverá ser inaugurado nos próximos dias, com capacidade para realizar 96,5 mil atendimentos por ano, beneficiando idosos de todas as regiões do Estado.
 
Foto: Miva Filho/Secom.

No Maranhão: Raquel Lyra debate modelos de políticas públicas que fomentam a humanização do sistema penitenciário

27/05/23

Imprensa PE

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Miniatura do anexo

A governadora Raquel Lyra realizou, nesta sexta-feira (26), uma visita institucional ao Maranhão para conhecer as políticas penitenciárias desenvolvidas no Estado. Acompanhada do governador Carlos Brandão, a gestora conheceu a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina (UPFEM) e o Complexo Penitenciário São Luís, e destacou que é importante conhecer o funcionamento de ações que geraram melhores resultados na humanização das políticas públicas locais.
 
“Estamos visitando o sistema penitenciário do Maranhão, que já teve uma penitenciária considerada a pior do Brasil. Hoje vimos que o sistema mudou a partir do incentivo ao servidor, com planejamento, trabalho, com inclusão de educação e ressocialização. Queremos levar modelos como esse, que deram certo, para o nosso Estado. Assim a gente muda Pernambuco para melhor e diminui a criminalidade e a reincidência criminal”, ressaltou a chefe do Executivo pernambucano.
 
Na ocasião, Raquel Lyra pôde conhecer as ações implementadas no Maranhão na área de humanização, sobretudo nas frentes de trabalho realizadas pelos reeducandos do sistema prisional do Estado. Durante a visita, os governadores foram à UPFEM, onde participaram de uma apresentação institucional. Em seguida, a comitiva conheceu a Padaria, Malharia e o Projeto Digitalização, localizadas também na UPFEM. Após isso, eles seguiram para o Complexo Penitenciário São Luís, com visita às seguintes frentes de trabalho: Fábrica de Estofados, Lavanderia, Cadeiras de Escritório, Meu Ganha Pão, Produção de Conjuntos Escolares e Fábricas de blocos. 
 
“Conhecer as boas práticas de Estados que vêm se destacando no processo de ressocialização é essencial para que possamos levar essas experiências para serem replicadas em Pernambuco. Pegamos um sistema prisional falido da antiga gestão e estamos empenhados em mudar essa realidade”, frisou a secretária de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Lucinha Mota, que também acompanhou a agenda.
 
Em Pernambuco, pelo menos 2.300 pessoas privadas de liberdade (PPLs) trabalham nas 23 unidades prisionais do estado. Eles atuam na limpeza, conservação, preparação de alimentos, hortas, marcenaria, manutenção e capinação nas unidades prisionais, entre outras atividades.
 
Fotos: Fernando do Anjos/Governo do Maranhão

Antigo prédio da Sudene  tem aporte de R$ 10 milhões para reabrir com 30 empresas e novo restaurante

27/05/23
JC
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Prédio passou para domínio da Universidade Federal de Pernambuco após acordo com a SPULucas Moraes

Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem.
Antigo prédio da Sudene, na BR-101 – FOTO: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem.

O antigo prédio da Sudene, imponente construção localizada no bairro do Engenho do Meio, às margens da BR-101, está recomeçando a ter vida. A expectativa é de que parte da ocupação da edificação comece a ser feita em 2024, contando com investimento de R$ 10 milhões.

Após cinco anos da cessão, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está começando a tirar do papel os projetos para a área construída de 72.704,81 m². Atualmente, a universidade já mantém no local, denominado oficialmente como edifício Celso Furtado, os setores de transporte e de segurança da UFPE, mas pretende, a partir do ano que vem, começar a ampliar essa ocupação.

“Temos o grande desafio de popular o prédio Celso Furtado. Ele está dividido num grande projeto, que envolve o parque tecnológico da universidade. Temos recursos da Finep (empresa pública financiadora de estudos e projetos) para ocupar três andares, ou seja, 40% do prédio e outra parte está voltada a parcerias, numa perspectiva de sustentabilidade”, detalha o reitor da UFPE, professor Alfredo Gomes.

Pelo projeto estruturado pela UFPE, o prédio está dividido em duas lâminas (norte e sul). No caso da área norte, deverão ser instaladas startups que atualmente já funcionam no campus da universidade, com abertura de um novo restaurante universitário.

“A parte norte é voltada para ocupação pública. Dentre outras coisas, teremos lá o parque tecnológico, que claramente está em funcionamento em outros espaços da universidade. Isso implicou em recursos da Finep de R$ 10 milhões, parte (do dinheiro) já chegou”, confirma o reitor.

Ele adianta ainda que o conjunto de startups da universidade reúne atualmente mais de 30 em funcionamento que deverão ser transferidas para o antigo prédio da Sudene, assim como a criação de centros de estudos voltados para áreas estratégicas para a economia da região.

“Temos três áreas essenciais que articulam a universidade com projetos estratégicos, locais e nacionais, de energia renováveis, bioeconomia e na área de saúde. Temos feito articulações internas e externas para desenvolvimento de centros de estudos e referência nessas áreas. Nesse sentido, a ministra de Ciência e Tecnologia esteve aqui na UFPE e anunciou a implementação do Centro de Estudos e Pesquisas de Energias Renováveis no Nordeste, que parte funcionará no prédio. São muitas iniciativas,mas achamos que no próximo ano começa a ser ocupado (o prédio da Sudene)”, explica.

A universidade pretende inaugurar ainda um novo restaurante universitário na área térreo do prédio, para atender a demanda da UFPE no novo setor. Além disso, na chamada lâmina sul, a ideia é fechar parcerias para ocupação do espaço pensando em rentabilidade para sobrevida da edificação.

“Existem discussões na área de hotelaria e saúde, mas estamos analisando essa questão”, pontua Gomes. Uma estimativa do próprio órgão condômino, criado em 2003 para gerenciar o uso do imóvel, previa a necessidade de cerca de R$ 40 milhões para deixar o antigo prédio da Sudene totalmente utilizável e com todas as atividades em operação.

Oportunidade de emprego: Eletrobras oferece 351 vagas, em primeiro processo de contratação pós-privatiização

27/05/23

Agência O Globo

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Segundo a empresa, estas são as primeiras vagas das mais de 800 que serão disponibilizadas nos próximos meses, de forma escalonada

No primeiro processo seletivo promovido desde a privatização, em 2022, a Eletrobras abriu 351 vagas para contratação de profissionais pelas suas subsidiárias Eletrobras CGT Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Furnas, presentes em todas as regiões do Brasil.

O processo, que havia sido lançado em abril, foi cancelado por causa da rescisão de contrato com a empresa responsável pelo processo de recrutamento e seleção. Segundo a empresa, quem já havia feito a inscrição terá que refazer para se candidatar.

As contratações serão realizadas via regime CLT para áreas operacionais, de manutenção e operação, com oportunidades para nível superior e técnico. Segundo a empresa, estas são as primeiras vagas das mais de 800 que serão disponibilizadas nos próximos meses, de forma escalonada.

As candidaturas serão realizadas por meio da plataforma Gupy, em que os candidatos criam seus perfis, preenchem todos os dados solicitados e respondem às perguntas disponibilizadas. Confira as vagas disponíveis no site da Eletrobras.

Veja quanto tempo deve durar programa do governo Lula para reduzir preço dos carros populares

27/05/23
Da Estadão Conteúdo
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que iniciativa para baratear carro popular será temporária-

FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad – FOTO: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (26) que os incentivos anunciados para a indústria de veículos serão temporários e visam apoiar o setor na transição entre o início do ciclo da queda dos juros e a recuperação do mercado.

Em entrevista no período da tarde desta sexta à GloboNews, Haddad classificou a tentativa de resgate dos carros populares como um programa “tópico”, que, prometeu, não vai se estender para além deste ano.

“Estamos falando de um programa que pode durar três ou quatro meses, não é estrutural”, declarou o ministro, acrescentando que a duração ainda está em definição.

Na quinta, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, disse que o pleito da indústria automotiva é que os incentivos durem pelo menos um ano. Nesse caso, o programa poderia aumentar as vendas de automóveis entre 200 mil e 300 mil unidades em 12 meses, afirmou.

Haddad disse que pretende apresentar os detalhes da desoneração dos automóveis já na semana que vem, antes do prazo de 15 dias dado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro citou o fechamento de montadoras nos últimos anos ao justificar a preocupação com a estagnação do mercado de carros.

Com o início dos cortes de juros, inflação controlada e melhora na perspectiva de crescimento econômico, projetou, as vendas de bens duráveis devem se recuperar com a volta do crédito, tornando os estímulos desnecessários. “Tem um hiato que está nos preocupando.”

Ao rebater críticas de que a desoneração dos carros não atende consumidores de baixa renda, o ministro da Fazenda sustentou que o governo tem tomado medidas para todas as classes sociais, citando o reforço do Bolsa Família, o reajuste acima da inflação do salário mínimo e a atualização da tabela do imposto de renda.

“Estamos com foco em todos os problemas herdados e direcionando soluções”, afirmou.

“Não passa perto de um programa para 12 meses, estamos discutindo o prazo”, acrescentou o ministro.

Contas feitas até domingo

Na entrevista à GloboNews, Haddad disse que sua pasta e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o MDIC, devem fazer contas até domingo sobre o impacto da desoneração dos automóveis.

Haddad adiantou que o programa não deve chegar a um quarto do impacto fiscal estimado pelo mercado, de R$ 8 bilhões. As contas, disse Haddad, vão levar em consideração a perspectiva de redução dos juros, que deve tornar desnecessário o estímulo às vendas de carros antes do fim do ano.

Os cálculos preliminares já foram feitos, porém, disse o ministro, a equipe econômica precisa fechar a equação seguindo os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Não posso apresentar conta ao presidente sem estar fechada”, explicou.

The Affter: Lula busca alternativas para reverter desmonte de MP, mas admite fraqueza no Congresso

27/05/23

Por João Gabriel/Julia Chaib/Matheus Teixeira/Renato Machado//Folhapress

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Em reunião nesta sexta-feira (26), o presidente Lula (PT) disse às ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas) que precisará buscar alternativas para reverter o desmonte ambiental, admitindo que está sem força no Congresso.

Segundo interlocutores disseram à reportagem, Lula assegurou que, independentemente do setor onde instrumentos como o CAR (Cadastro Ambiental Rural) e a demarcação de terras indígenas estejam, sua gestão cumprirá o compromisso de preservar o meio ambiente e a defesa dos povos.

A reunião aconteceu após o Congresso desidratar as pastas de Sonia e Marina na discussão da medida provisória que estrutura a Esplanada dos Ministérios.

Na última quarta-feira (24), a comissão mista para analisar o tema aprovou o relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) no qual ele retira do Meio Ambiente o CAR, a ANA (Agência Nacional de Águas), além de uma série de sistemas.

O primeiro instrumento vai para a Gestão (da ministra Esther Dweck) e o segundo para o Desenvolvimento Regional (de Waldez Goés); o Sinisa (Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico), o Sinir (Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos) e o Singreh (Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos) vão para o Ministério das Cidades (de Jader Filho).

Já o reconhecimento e a demarcação de terras indígenas, hoje no Ministério dos Povos Indígenas, vão para a Justiça.

Na mesma quarta, a Câmara também aplicou mais duas derrotas à política ambiental do governo, avançando o projeto de lei do Marco Temporal para demarcação de terras e uma medida provisória do governo de Jair Bolsonaro (PL) que, em razão de uma emenda, afrouxa a proteção à mata atlântica.

O movimento do Congresso desagradou o setor ambiental do governo e fez Lula convocar uma reunião com Marina Silva e Sonia Guajajara, além de seu conselho político —Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Comunicação), o líder do governo no Congresso Randolfe Rodrigues e o líder do governo na Câmara José Guimarães (PT).

Após o encontro, Rui afirmou que o texto da MP (medida provisória) da reestruturação da Esplanada dos Ministérios está “desalinhado” com a visão do governo, que trabalhará para reverter as mudanças durante a votação no plenário da Câmara dos Deputados e no Senado.

Durante o encontro, Lula discutiu com os ministros a possibilidade de realizar, por exemplo, uma gestão compartilhada tanto da demarcação de terras indígenas quanto do CAR.

O diagnóstico é que, sem forças no Congresso, é difícil que qualquer dessas alterações consiga ser desfeita no plenário da Câmara e do Senado e que, por isso, é necessário buscar alternativas que dependam apenas de normas internas ao Executivo, como portarias.

O resultado do encontro é que, agora, o governo além de ainda tentar articular no Congresso, já vai estudar qual a melhor forma de construir essa estrutura sem depender de parlamentares.

Segundo interlocutores dos setores do governo presentes na reunião, uma das possibilidades, por exemplo, é que tanto as decisões do CAR quanto sobre demarcação de terras sejam referendadas por Meio Ambiente e Povos Indígenas, respectivamente.

Outra é a criação de conselhos, chefiados pela Casa Civil, mas com presença de membros dessas pastas, para atuar no processo de cada um destes instrumentos retirados de suas áreas originais.

Em resumo, o entendimento é que o relatório aprovado pela comissão do Congresso abre brecha para que a parte técnica e a fundamentação das decisões sobre as políticas ambientais sigam a cargo do Meio Ambiente ou dos Povos Indígenas.

Portanto, faz mais sentido diante do cenário atual aprovar a medida como ela está do que tentar bancar uma disputa que pode custar ainda mais ao governo —por exemplo, os parlamentares deixarem a medida provisória caducar, o que faria o Executivo ter todo seu desenho da Esplanada desfeito.

Segundo presentes, o tom da reunião ditado por Lula foi o de que o governo vai assegurar a efetivação das políticas ambientais.

No encontro, não se chegou a uma conclusão sobre qual a melhor solução. As alternativas de veto ou de judicialização foram descartadas.

Um veto no caso da demarcação, por exemplo, seria ineficaz no entendimento dos presentes, uma vez que faria a estrutura do governo retornar ao que era na gestão Bolsonaro (ou seja, quando a delimitação dos territórios já era competência da Justiça).

No entendimento de membros do ministério de Sonia, o fato de Flavio Dino ser o atual ministro da Justiça dá segurança de que os processos seguirão tendo a celeridade que necessitam.

Após o encontro, Padilha afirmou que trabalhará para reverter a situação, mas disse que a eventual manutenção da decisão do Congresso de esvaziar as pastas ambientais não evitará o governo de implementar o projeto do presidente Lula de, segundo ele, proteger a natureza.

Rui, por sua vez, relativizou a derrota sofrida no Legislativo: “A maior parte dos pontos preservou aquilo que era conceito original da MP, mas alguns pontos não foram mantidos. Portanto o governo trabalhará em outros espaços legislativos para que pontos que foram mexidos e, em nossa opinião, estão desalinhados com as políticas que precisam ser implementadas, possam retomar o conceito original”.

A negociação que prejudicou as duas ministras contou com aval do Palácio do Planalto.

O chefe do Executivo priorizou manter as atribuições da Casa Civil, por exemplo, na articulação com o Congresso, em vez de ter se esforçado em favor das pautas ambientais.

O principal temor do governo no embate entre Marina e o Congresso é que, caso haja esforço efetivo do governo para que o Senado altere pontos, a Câmara decida retaliar o Planalto e deixe a MP da reorganização da Esplanada dos Ministérios perder validade. Na prática, isso implicaria na volta da estrutura administrativa de Bolsonaro.

A proposta ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado e ter sua tramitação concluída até 1º de junho.

Desde o início, o governo já previa que as concessões previstas no relatório seriam inevitáveis devido à atual correlação de forças no Congresso. A ala política tinha o diagnóstico de que seria muito difícil enfrentar a articulação da bancada ruralista na área agrária e ambiental.

Rui, entretanto, afirmou que a votação foi apenas na comissão e prometeu trabalhar para reverter a situação. “Agora, nas outras instâncias, vamos focar nesses pontos para reabilitar o conceito original da medida provisória”.

“A definição e os critérios que garantem o equilíbrio ambiental e o regramento que a lei e a Constituição estabelecem sobre as prioridades de uso da água, esses, no nosso entender têm que ficar no Ministério do Meio Ambiente e nós trabalharemos nas outras instâncias”, afirmou.

 

Surto conservador do Congresso esvazia Meio Ambiente e Marina Silva se agarra nos “galhos” que podem matê-la no cargo

26/05/23

Por Romualdo de Souza/JC

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EVARISTO SA / AFP
MARINA SILVA Ministra do Meio ambiente participou de cerimônia de posse no MMA – FOTO: EVARISTO SA / AFP

O poeta pernambucano, Arnaud Rodrigues (1942-2010), fez muito sucesso quando formou com Chico Anysio (1931-2012) o grupo Baiano e os Novos Caetanos, mas em sua carreira solo Arnaud, que tinha saído logo cedo de Serra Talhada (PE) “em direção ao sul”, era frequentador das paradas das rádio AM com uma música de versos que repetidos, hoje, cabem direitinho no drama que povoa a mente da ministro Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima: “em cima daquele morro / Passa boi, passa boiada / Passa boiada / Tem movimento paca… Paca, tatu, cotia, não, ah, porque nêgo mata.” A situação da ministra tem cara de “filme repetido”. Quem nunca viu essa cena antes?

A comissão mista do Congresso Nacional que trata da reestruturação dos ministérios, implantados no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tirou prestígio de Maria Silva e pulverizou a Esplanada dos Ministérios de ações ligadas à área ambiental. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) retorna para o Ministério do Desenvolvimento Regional e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) não mais será tocado pelo Ministério do Meio Ambienta. Agora vai ficar sob a responsabilidade do desconhecido Ministério da Gestão.

“Vão-se os anéis e ficam os dedos”, disse o chefe da Casa Civil, da Presidência da República, Rui Costa, a uma atônica Marina Silva. O Planalto chegou à conclusão que se não cedesse correria iminente risco de ver parte da estrutura implantada na Esplanada dos Ministérios ruir. A medida provisória perde a validade em 1º de junho. “É logo ali”, adverte Costa. “Melhor assim que ter de voltar a ter a cara de Bolsonaro”, lembrou.

Corre à boca miúda, e põe miúda nisso, pelas largas avenidas da capital federal, que o episódio da negativa do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) para que a Petrobras fizesse pesquisa de petróleo na costa do Amapá teria sido a gota d’água.

Ao espernear, com a perda de poderes, Maria Silva alerta ao presidente Lula que no mundo ambiental fora do país ela desempenha a missão de avalista do governo para ter acesso a recursos do bilionário fundo amazônico, embora deixe claro que não vai continuar no Meio Ambiente, mesmo depois de ter sido esquartejado no relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL)

Carro mais barato: queda de impostos pode aumentar venda em até 300 mil carros, segundo a Anfavea

26/05/23

Fábricas produzirão mais e lockdowns estão suspensos (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)
Fábricas produzirão mais e lockdowns estão suspensos (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, afirmou, nesta quinta-feira (25), em São Paulo, que a redução de impostos no setor, anunciada pelo governo federal, está produzindo efeitos imediatos na cadeia de produção automobilística. Ele disse que as montadoras já estão alterando planejamentos para poder produzir mais.
“Nós tivemos notícias de três fábricas que suspenderam lockdowns [paralisação dos trabalhos por falta de demanda] que estavam previstos. O efeito [da redução dos impostos] é imediato [e isso explica] a urgência dessas medidas”, disse, em entrevista, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para ele, a queda de impostos poderá elevar a produção do setor em cerca de 300 mil veículos por ano. Ele ressaltou, no entanto, que as medidas ainda não foram anunciadas na sua integralidade.
“Essas medidas podem impactar o mercado entre 200 ou 300 mil unidades, mas depende, porque nós ainda não conhecemos todas as regras. Mas não seria muito imaginar algo em torno de 200 mil a 300 mil unidades dependendo de como vai ser essa composição que será anunciada”, acentuou.
Leite garantiu que o corte de impostos não irá causar diminuição na tecnologia empregada nos carros, assim como não haverá redução na segurança dos veículos e no cuidado ambiental.
“Os itens de segurança obrigatórios, que foram uma grande conquista para o consumidor e para a sociedade, eles estão mantidos. Não há qualquer flexibilidade em relação à segurança veicular. Igualmente, não há qualquer flexibilidade quanto à questão ambiental e há um estímulo em caráter social em função do preço do veículo”, finalizou.
Fim dos lockdowns
Leite afirmou não estar autorizado a dizer o nome das empresas que suspenderam os lockdowns programados, mas disse que a indústria automobilística nacional já registrou 14 paralisações de fábricas em 2023.
“Estamos com 50% de capacidade ociosa.  É um momento realmente de recuperação da indústria. Esse fenômeno não aconteceu apenas no Brasil, é um fenômeno global, mas principalmente no Brasil as taxas de juros acabaram contribuindo muito para a redução do mercado”, explicou.

Para prevenir: Estado cria comitê para monitorar casos do superfungo Candida auris em Pernambuco

26/05/23
Portal Folhape
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Especialistas vão reforçar ações para impedir proliferação do fungo no estado
Fachada da Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE)

Com três pacientes detectados com o fungo Candida auris em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) criou, nesta quinta-feira (25), um comitê técnico para acompanhar as implicações do tema e agir de forma integrada contra o fungo, que é motivo de alerta em todo o mundo.

O grupo é formado por membros da Vigilância em Saúde e Atenção Primária (SEVSAP), de Atenção à Saúde (SEAS), de Regulação em Saúde, além do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (CIEVS-PE), da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA), do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE) e ainda por especialistas da área da infectologia.

O comitê tem como objetivo a identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde de Pernambuco.

A secretária da Saúde em Pernambuco, Zilda Cavalcanti, explicou que a pasta tem atuado preventivamente, monitorando todas as suspeitas do fungo. “Decidimos criar um comitê com várias entidades científicas para acompanhar cada caso de perto, com todas as particularidades. A Secretaria está empenhada em garantir que a população esteja segura e está vigilante para evitar novos casos”, disse.

Prevenção 
Entre outras medidas para prevenção da transmissão de C. auris que podem ser executadas em ambientes de saúde, temos: higiene das mãos, uso apropriado de equipamento de proteção e outras precauções e a limpeza e desinfecção do ambiente de atendimento do paciente e de equipamentos reutilizáveis com produtos recomendados.

Casos 
A Candida auris é um fungo emergente, surgido no Japão, em 2008, que tem levado preocupação aos sistemas de saúde do mundo todo. Ela não é novidade em Pernambuco. Entre dezembro de 2021 e setembro de 2022, o estado registrou 47 casos – 46 colonizados e um infectado pelo fungo, atendidos no Hospital da Restauração. Após o episódio, há oito meses a Secretaria monitora a unidade, que não apresentou mais casos de colonização nas suas dependências e nos seus pacientes. Além disso, não houve morte associada ao fungo.

Nos últimos dias, aconteceram as duas primeiras confirmações laboratoriais de casos para Candida auris, em pacientes internados nos hospitais Miguel Arraes (11), no Paulista, e Tricentenário (14), localizado em Olinda. Ambos são do sexo masculino, com idades de 48 e 77 anos, respectivamente.

Eles foram internados nessas unidades por outras motivações, não apresentando repercussões clínicas decorrentes desse diagnóstico. O terceiro paciente, acompanhado em hospital privado do Recife, trata-se de um homem de 66 anos, que teve o diagnóstico em 22 de maio.

Desde então, a Secretaria trabalha no bloqueio e no controle da propagação da Candida auris. Nos setores onde os pacientes estão internados foi estabelecida imediata intensificação das ações de limpeza e desinfecção de ambientes. Para detecção de possíveis novos casos, continuam a busca e a investigação diagnóstica de todos os contactantes que coabitaram os espaços de internamento com os doentes.

Candida auris

O mecanismo de transmissão da Candida auris dentro dos serviços de saúde ainda não é totalmente conhecido. No entanto, evidências iniciais sugerem que ela se dissemina por contato dos internados com superfícies ou equipamentos contaminados de quartos de pacientes colonizados ou infectados. Por isso, é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle, com ênfase na higiene das mãos e limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos.

Ex-presidente  Collor é condenado pelo STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

26/05/23
Por Esaú Júlio/JC
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O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) por esquema de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na esteira da Operação Lava Jato

Geraldo Magela/AGÊNCIA SENADO
STF condenou Collor por corrupção e lavagem, mas fica dividido sobre organização criminosa – FOTO: Geraldo Magela/AGÊNCIA SENADO

Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira (25) o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) por esquema de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na esteira da Operação Lava Jato. As informações são da Estadão Conteúdo.

A Corte, no entanto, se dividiu sobre enquadrar o ex-senador por organização criminosa. Quatro magistrados defendem a condenação nos termos da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, enquanto outros quatro ministros propõem que Collor seja sentenciado por associação criminosa – tipificação que implica em pena menos grave.

O julgamento sobre a denúncia em que a PGR acusa Collor de usar sua ‘influência política’ na BR Distribuidora para viabilizar contratos da UTC Engenharia foi retomado nesta quinta-feira, com um placar de 7 x 2.

A sessão seria aberta com o voto da ministra Rosa Weber, mas o ministro Alexandre de Moraes pediu a palavra para ajustar seu voto.

Moraes decidiu manter a sua posição pela condenação de Collor por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e também acompanhar a divergência aberta pelo ministro André Mendonça, para que Collor seja condenado por associação criminosa – posição seguida pelo ministro Dias Toffoli.

Logo em seguida, Rosa Weber deu início à leitura de seu voto, antecipando seu teor: “Acompanho o relator com relação aos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, embora o faça por uma linha de fundamentação um pouco diversa. E embora haja uma linha tênue entre organização e associação criminosa, opto por desclassificar o crime para associação criminosa

Enquanto isso, os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia seguiram o voto do relator Edson Fachin, apoiando a condenação de Collor pelos três crimes imputados pela PGR.

O crime de organização criminosa, que foi atribuído a Collor pela Procuradoria, é definido por uma lei específica como “uma associação ordenada estruturalmente de quatro ou mais pessoas, caracterizada pela divisão de tarefas, que tem como objetivo obter vantagem direta ou indireta por meio da prática de infrações penais”.

A pena prevista para esse delito é de três a oito anos de prisão.

Por outro lado, o delito de associação criminosa está descrito no Código Penal como a “associação de três ou mais pessoas com a finalidade específica de cometer crimes”. A pena para essa infração é de um a três anos de reclusão.

Cálculo da pena de Fernando Collor

Quando Rosa terminar de ler seu voto, os ministros dão início à discussão sobre a dosimetria da pena de Collor.

Fachin defende 33 anos em regime fechado para o ex-presidente. Uma eventual só pode ocorrer quando a sentença se tornar definitiva – ou seja, quando se esgotarem todos os recursos possíveis.

A proposta de Fachin é a de que Collor seja sentenciado da seguinte maneira:

cinco anos e quatro meses por corrupção passiva quatro anos e um mês por participação em organização criminosa

24 anos, cinco meses e dez dias por 107 atos de lavagem de dinheiro.