01/02/23
Agência Brasil
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Ministra discursou na abertura do Ano Judiciário, no plenário do STF
A ministra Rosa Weber, presidente do STF, fez dura fala contra discurso de ódio e intolerância, na abertura do ano Judiciário – FOTO: CARLOS ALVES MOURA/SCO/STF
Em discurso na abertura do Ano do Judiciário, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, destacou que os ataques de 8 de janeiro não abalaram a crença na democracia. Ela prometeu punição aos envolvidos nos atos criminosos.
“Os que a conceberam, os que a praticaram, os que a insuflaram e os que a financiaram serão responsabilizados com o rigor da lei nas diferentes esferas. Só assim, se estará a reafirmar a ordem constitucional, sempre com observância ao devido processo legal, resguardadas, a todos os envolvidos, as garantias do contraditório e da ampla”, disse.
A sessão marca a reabertura do plenário da Corte, recuperado após o vandalismo praticado no início de janeiro, quando cadeiras, quadros, armários e vidraças foram destruídos.
A cerimônia é acompanhada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin; pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; pelo procurador-geral da República, Augusto Aras; e o ex-presidente José Sarney.
Ataques golpistas
Rosa Weber classificou os ataques como “golpista e ignóbil, dirigido com maior virulência contra esta Suprema Corte”, praticados por uma “turba insana, movida pela irracionalidade e ódio”. Ela acrescentou que “possuídos de ódio racional, quase patológico”, os vândalos não apresentaram apreço pelo patrimônio público.
“[Mas] não destruíram o espírito da democracia. Não foram e jamais serão capazes de subvertê-lo porque o sentimento de respeito pela ordem democrática continua e continuará a iluminar as mentes e os corações dos juízes desta Corte Suprema”.
“As instituições físicas de um tribunal podem até ser destruídas, mas a elas sobrepaira – e se mantém incólume – a instituição do Poder Judiciário”, acrescentou.
No início da sessão, foi apresentado o vídeo intitulado Democracia Inabalada, produzido pela TV Justiça, que traz cenas dos vândalos destruindo o plenário do STF e o processo de limpeza e recuperação realizado posteriormente.
Aras: ‘voto popular deve ser respeitado, especialmente por quem não teve maioria’
No mesmo evento, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que o voto popular deve ser respeitado, “especialmente pelos que não obtiveram maioria ou proporção necessária”. Para ele, a polarização política é “expressão legítima da intensidade da vida democrática em um país plural e multicultural”, mas exige também “respeito às diferenças”. “A promoção da cultura da tolerância é dever permanente de todos”, afirmou.
Aras ainda ressaltou que o “povo tem direito a mudar de opinião” e que “pessoas podem convergir quanto à definição de políticas públicas, mesmo que não comunguem as mesmas visões de mundo”.
Simbolismo
Sem citar os atos golpistas, o procurador-geral da República salientou que o momento atual é de um “simbolismo imenso”. “Ao menos para nossa geração”, observou Aras no final da manhã desta quarta-feira, 1º