10/02/23
247/Redes Sociais
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As relações entre as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental foram mornas sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump
O governo dos EUA está avaliando se juntar ao Fundo Amazônia, que visa combater o desmatamento da floresta amazônica, uma contribuição que poderá ser anunciada durante a reunião de Lula e Biden, disseram duas autoridades dos EUA com conhecimento direto do assunto.
As relações entre as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental foram mornas sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
“A visita é uma retomada da relação bilateral que esteve um pouco em banho maria desde a vitória de Biden”, disse Michel Arslanian, secretário para as Américas do Itamaraty.
Lula visitará Biden na tarde de sexta-feira, depois de se reunir com o senador Bernie Sanders e parlamentares democratas pela manhã.
O Itamaraty disse que o apoio à democracia, aos direitos humanos e ao meio ambiente estarão no centro da agenda de Lula em Washington.
“O encontro oferecerá oportunidade para dar impulso renovado às relações entre o Brasil e os Estados Unidos, tendo por base a defesa das instituições democráticas, o combate ao discurso de ódio e à desinformação, a promoção dos direitos humanos e o combate à mudança do clima”, afirma nota do Ministério das Relações Exteriores.
O Brasil também está ansioso para que mais países contribuam para o Fundo Amazônia, uma iniciativa de bilhões de dólares desenvolvida por Alemanha e Noruega para financiar a conservação da floresta amazônica e o desenvolvimento sustentável.
Uma contribuição dos EUA para o Fundo Amazônia, administrado pelo Brasil, sublinharia laços mais firmes entre as duas maiores democracias do Hemisfério Ocidental, depois de relações mais frias recentemente.
A delegação de Lula inclui a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, além dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Igualdade Racial, Anielle Franco.
O Brasil reforçou seu compromisso de proteger a floresta amazônica nesta semana, lançando uma operação de fiscalização contra garimpeiros ilegais que assolaram a Terra Yanomami na Amazônia.
Em seu governo, Bolsonaro flexibilizou proteções ambientais, incentivando a mineração e a extração de madeira na Amazônia e permitindo que o desmatamento na região atingisse o nível mais alto em 15 anos.
“O Brasil se apresenta novamente como um ator muito ativo na agenda ambiental. Comprometido com suas obrigações e com uma reativação dos instrumentos para proteção ambiental, mas também buscando o engajamento dos países envolvidos em termos de financiamento para a mitigação e adaptação climática”, disse Arslanian.
O Brasil também está interessado no acesso preferencial ao mercado de defesa dos EUA e nas vendas de equipamentos do Pentágono, disse Arslanian a repórteres.
Questionado sobre a pressão do governo dos EUA para que Brasília apoie a Ucrânia em sua guerra com a Rússia, o diplomata disse que o Brasil permanece neutro e pede diálogo para alcançar a paz.
O encontro de Lula com Biden representa uma demonstração de apoio às instituições democráticas do Brasil, que foram pressionadas com a recusa de Bolsonaro em admitir a derrota nas eleições de outubro e a invasão das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas radicais em 8 de janeiro, uma semana após a posse presidencial.
Bolsonaro voou para a Flórida dois dias antes da posse de Lula e pediu visto de turista para ficar nos Estados Unidos.
Uma autoridade dos EUA com conhecimento da situação disse que o governo norte-americano foi levado a crer por interlocutores que Bolsonaro voltará ao Brasil após o Carnaval.
As autoridades brasileiras se recusaram a comentar sobre a viagem de Bolsonaro e disseram que era um assunto para as autoridades de imigração dos EUA.