Raquel Lyra amplia em mais 61 o número de escolas de tempo integral no Estado

05/02/23
Imprensa PE 
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Os municípios de Garanhuns, Araripina, Salgueiro, Arcoverde, Macaparana e Catende também terão duas unidades, cada.
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Um decreto publicado na edição deste sábado (4) do Diário Oficial, assinado pela governadora Raquel Lyra, oficializa o aumento do número de unidades de ensino ofertando a modalidade de ensino integral no Estado. Serão 61 novas escolas, totalizando 635 espalhadas por todas as regiões.
 
“Transformamos 61 novas escolas do nosso Estado em escolas de tempo integral. Assim, a gente vai garantindo mais qualidade no atendimento aos alunos. Esse é o começo de muito trabalho que vem pela frente para melhorar a nossa educação”, disse a governadora, em vídeo divulgado nas redes sociais.
 
Raquel Lyra também comentou a declaração de utilidade pública o terreno do Colégio Americano Batista. Publicado nesta sexta (03), o decreto evita mudança de finalidade do espaço, que continuará sendo complexo escolar, agora ligado à rede pública estadual. “Um local privilegiado e um equipamento que ajudará na transformação da educação em Pernambuco. Vamos em frente, sempre cuidando de gente. É assim que a gente vai transformar Pernambuco”, disse, finalizando o vídeo.
 
As novas escolas em tempo integral estão espalhadas por todas as regiões do estado. São 20 unidades no Recife e duas em Olinda. Os municípios de Garanhuns, Araripina, Salgueiro, Arcoverde, Macaparana e Catende também terão duas unidades, cada.
 
Também serão contemplados os municípios de Afogados da Ingazeira, Amaraji, Belém de São Francisco, Belo Jardim, Bezerros, Camaragibe, Caruaru, Carpina, Cupira, Custódia, Flores, Floresta, Gameleira, Goiana, Granito, Itapissuma, Orobó, Mirandiba, Paulista, São Caitano, São José de Coroa Grande, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Cruz do Capibaribe, Panelas, Pesqueira, Timbaúba e Petrolina.
 
O ano letivo na rede estadual de ensino começou na última quinta-feira (2). Mais de 480 mil estudantes, de 1.056 escolas, voltaram às aulas.
Foto: Janaína Pepeu / Secom.

Garimpeiros começam a abandonar Terra Indígena Yanomami

05/02/23

Agência Brasil

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Informação é da ministra Sonia Guajajara, que está em Roraima

Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
Setores de inteligência do governo federal e o movimento indígena identificaram a fuga de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A informação é da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que desembarcou no estado, neste sábado (4), para acompanhar as ações interministeriais que tentam conter a crise humanitária envolvendo o povo Yanomami.

“Temos essa informação que muitos garimpeiros estão saindo. Mas é bom que saiam mesmo, porque assim a gente até diminui a operação que precisa ser feita para retirar 20 mil garimpeiros, [o que] demora um tempinho”, disse a ministra, em coletiva de imprensa. “Importante dizer que, para que a gente consiga sair dessa situação de emergência em saúde, é preciso combater a raiz, que é o garimpo ilegal. Não é possível que 30 mil yanomami sigam convivendo com 20 mil garimpeiros dentro do seu território”, destacou.

“O governo federal está trabalhando em articulação com o governo do estado, aqui de Roraima, para ter esse plano de retirada”, acrescentou a ministra. Vídeo repassado à reportagem da Agência Brasil por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’Kuana (Codisi-YY), mostra uma fila de garimpeiros se movimentando na mata, no que seria uma suposta retirada dos invasores da Terra Indígena. Segundo a ministra Sonia Guajajara, a movimentação também foi vista por indígenas em sobrevoos na região da área demarcada.

O governo de Roraima também informou ter tido acesso “a fotos e vídeos de pessoas saindo espontaneamente” de garimpo localizado na Terra Indígena Yanomami.  “São homens, mulheres e crianças que, tendo conhecimento das operações que deverão ocorrer nos próximos dias, resolveram se antecipar e evitar problemas com a justiça”, informou a assessoria do Executivo estadual, em nota à imprensa.

Uma das preocupações do governo é que essa retirada não signifique invasão posterior de outras áreas, como ocorreu há 30 anos, segundo Lucia Alberta Andrade, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

“Nós, como governo federal, temos que tomar muito cuidado para que não ocorra, neste momento, o que aconteceu em 1992, quando aconteceu a desintrusão da Terra Indígena Yanomami, em que garimpeiros saíram e grande parte deles foram para a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, ou para outros garimpos ilegais que existem na Amazônia. Então, temos que ter estratégias, que não podemos compartilhar com todos vocês, para que isso não ocorra. Temos que ter vigilância maior em todas as terras indígenas”, afirmou Lucia Andrade.

Reforma de pista
Sonia Guajajara afirmou que a base aérea no Surucucu vai ser reestruturada para que possa receber aviões de maior porte. A medida vai possibilitar levar a infraestrutura para montar um hospital de campanha na região. Ela não estipulou prazo para a efetivação dessas medidas.

Ainda segundo a ministra, o governo deve viabilizar a construção de poços artesianos e estrutura de cisterna, para captar água da chuva, além de uma uma estrutura de comunicação para manter contato entre os diferentes polos da Terra Indígena. Ela também mencionou o bloqueio do espaço aéreo sobre o território, como medida efetiva já em vigor.

“Só assim a gente vai conseguir começar a ter, de fato, o resultado. Não se justifica que voos continuem sobrevoando território yanomami, sendo que aqui o estado não há nenhuma autorização para exploração de minérios”, apontou.

Balanço de saúde

Mais cedo, em Boa Vista, Sonia Guajajara visitou a Casa de Saúde Indígena (Casai) e o Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira (FAB), e depois se reuniu com integrantes do Centro de Operações Emergenciais (COE) do governo federal. Representantes de entidades indígenas e de organismos internacionais, como a Organização Panamericana de Saúde (Opas) e os Médicos Sem Fronteiras, também estiveram presentes.

Durante a coletiva, o COE atualizou a situação de saúde dos indígenas no estado. Na Casai, há um total de 601 yanomami, entre pacientes e seus acompanhantes. Além disso, há outros 50 indígenas internados, entre Hospital Geral de Roraima (HGR) e o Hospital da Criança Santo Antonio (HCSA), ambos em Boa Vista.

“Estamos com duas equipes compostas por profissionais da Força Nacional [do SUS], uma em Auaris e outra no Surucucu, onde há uma média de 60 a 70 atendimentos diários”, informou Ernani Santos, coordenador local do COE.

Morre João Inácio, o homem mais idoso de Verdejante; ele está sendo sepultado agora, em Malha da Areia

05/02/23
04/02/23
Por Machado Freire  (ultima atualização)
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MALHADA DA AREIA (VERDEJANTE)  O agricultor  João Inácio da Silva, com 103 anos de idade  (possivelmente o   homem mais velho   do município de Verdejante)  morreu hoje,  vítima de complicações na próstata – depois de internado desde a última terça-feira  no Hospital Regional de Salgueiro.  O  seu sepultamento  está sendo    realizado neste momento, neste  domingo (5),  no Cemitério Público que serve às comunidades dos povoados de Grossos e Malhada da Areia.

Apesar de não ter uma compleição física robusta, João Inácio  era  um homem forte  e durante a sua longa vida  não passou por muitos problemas de saúde  tendo, inclusive,  enfrentado a covid-19  quando já contava com mais  de cem ano de idade.  Ele se queixava das sequelas  deixadas pela  covid e  principalmente de problemas na próstata nos últimos meses,, que contribuíram  para “encurtar” a  sua existência, disseram seus parentes.

O comerciante Martinho Freire – sobrinho -neto  da viúva   Luíza Antonia de Jesus (hoje com 102 anos ),   disse que o idoso mais longevo de sua família  (e provavelmente de Verdejante)  enfrentou a covid-19,  mas as sequelas causadas pela Chikungunya   o deixaram debilitado  por muito tempo. ” Veio a doença da próstata para deixá-lo mais fraco ainda”, completou lamentando que o seu  tio-avô  sempre foi um homem   disposto  e que  enfrentava os problemas com naturalidade.

João Inácio e Luiza tiveram 4 filhos  e deixaram 15 netos  e 25 bisnetos.

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 Jornal Folha do Sertão   conta a vida  do agricultor João Inácio

Fevereiro/Março de 2022 – Ano XXI – Sertão Pernambucano
E-mail: folhadosertaoum@hotmail.com e blogfolhadosertao.com.br

Casal mais idoso de Verdejante, João Inácio e Luiza Antonia, 

nasceu depois da guerra e escapou dos ataques de Lampião

Comportamento
Por Machado Freire

MALHADA DA  AREIA (Verdejante) – O  casal mais idoso de Verdejante (e provavelmente do Sertão Central), João Inácio da Silva e Luíza Antonia de Jesus -com 102 e 100 anos de vida, respectivamente, nasceu quatro anos depois da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), tempo em que Virgulino Ferreira, o Lampião contava vinte e dois anos e estava
apenas iniciando o movimento que ficou conhecido como Cangaço e que durou 16 anos.  João Inácio e Luiza, que
são primos, nasceram e se  criaram no povoado Malhada da Areia (distrito de Verdejante, ex-distrito de Salgueiro) e têm origem nas famílias Freire, Pereira, Barbosa e Gonçalves. Apesar de centenários, ambos estão bem lúcidos depois de enfrentar “uma vida  dura” e criaram quatro  filhos: Irene, Ailton, José (falecido) e Adelina (falecida).

Irene, que está com 62 anos, mora em Malhada  da Areia, enquanto Ailton  reside há muito tempo em Bauru (SP).
O casal é uma espécie de “relíquia” viva, por conta da lucidez, que os permite lembrar de fatos ocorridos há mais de 60/80  anos, como os anos difíceis de seca quando famílias  perdiam os filhos para a febre amarela e o sarampo e
que por falta de alimentos,   era preciso recorrer a cuca  de umbu, fubá do cacto Macambira, que precisava ser lavada em sete águas,  por causa das toxinas que  levam à morte.

“A gente tinha que deixar nossas casas, correr para as caatingas, se esconder debaixo das moitas de  quebra-faca com o medo  dos cabras de Lampião”,  conta Luiza ao lembrar  que, mesmo assim, tinha  gente de sua família que  enfrentava os cangaceiros.

Luiza é filha de José Alexandre Freire, que deixou  muitos sucessores, como  o filho Miguel Alexandre, que também faleceu.  João Inácio, que tinha  uma ligação estreita com  o fazendeiro Siné Freire,  de Carnaubeira da Penha
(morreu com 100 anos),  recorda (sem muitos detalhes) de um sequestro feito  na região atribuído aos cabras de Lampião. “A vítima  foi Uma pessoa da família  de Levino Antonio, que  só foi libertada depois que  foram pagos mais de dez  contos de reis, dinheiro que  entregue por um comerciante de Salgueiro”.

Vale lembrar que este  não foi o primeiro sequestro praticado pelos cangaceiros em Verdejante.  O ex-prefeito Antonio  Tavares (falecido) tinha  no seu arquivo informações sobre o sequestro de  Davi Jacinto (um dos ancestrais da família Freire)  , cujo resgate se deu com  o apoio do coronel Veremundo Soares (amigo da  vítima) que repassou dez  contos de reis ao grupo  bandoleiro.

Imagine que Davi Jacinto foi levado no lombo de um animal de Verdejante para a localidade de Preces, em Carnaubeira da Penha, distante  mais de 80 quilômetros,  mesma distância para
Salgueiro.